Entrevistamos Mikey Madison, protagonista de “Anora”

por Miriam Spritzer

Mikey Madison se tornou um dos nomes mais comentados do cinema em 2024. Estrelar em Anora, a comédia dramática queridinha do ano dirigida por Sean Baker, lhe proporcionou não só o amor do público mas também o reconhecimento de toda a indústria. E também lhe rendeu a indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz de Comédia ou Musical.

Em Anora, Mikey interpreta uma jovem e impulsiva dançarina sensual do Brooklyn que se casa com o atrapalhado filho de um oligarca russo. Ao mesmo tempo que ela é introduzida a um mundo de riqueza, as consequências dessa união são muito mais complicadas do que parecem e acabam criando uma série de confusões para Ani, como é apelidada. Dirigido por Sean Baker, o filme denso tem um tom de humor fantástico e conta com um elenco bastante internacional de novos talentos.

Apesar de não ter nenhum grande nome no elenco, quem acompanha atentamente o que acontece durante os festivais de cinema, já sabia que o filme chegaria forte na temporada de premiações. Entre os vários prêmios, Anora levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, o principal festival do ano e onde foi apresentado ao público pela primeira vez. Desde então os olhos estão voltados para Mikey Madison, que leva o crédito pelos colegas de elenco e diretor em ter sido o fator principal para o sucesso da produção.

Já nas suas primeiras aparições, a atriz havia chamado atenção por sua atuação. E mesmo tendo trabalhado no aclamado filme de Tarantino Era uma Vez em Hollywood, foi sua participação em Pânico, que a colocou no radar do diretor Sean Baker. Quando assistiu ao filme, concluiu que ela seria perfeita para o projeto que ainda nem tinha roteiro tinha. Foi atrás de seus agentes e marcou uma reunião para apresentar a ideia e oferecer a possibilidade de ela interpretar Anora. Mikey aceitou de cara e assim virou sua colaboradora na criação do roteiro e da personagem.

É claro, que não poderíamos fechar um ano de entrevistas com alguns dos maiores nomes de Hollywood, sem ter uma conversa exclusiva com Mikey. 

Leia também: Mas afinal, qual a diferença entre as premiações de filmes e séries? 

Mulher sorrindo e dançando em uma festa com luz azul e roxa ao fundo. Anora.
Foto: Anora (Divulgação)


Depois de tanto tempo vivendo Ani, como foi assistir ao corte final?

M.M.: É engraçado. Eu estava muito nervosa para assistir ao filme, porque eu amo muito a personagem e me importo muito com ela. Então, sentia uma mistura de nervosismo e ao mesmo tempo torcendo para que meu trabalho fosse bom o suficiente para fazer jus à personagem. Foi tão estranho me assistir e me ver daquele jeito. Não senti como se estivesse assistindo uma performance minha, parecia que era alguém completamente diferente de mim, mas com meu rosto. Lembro de ficar impressionada com os outros atores e como o filme ficou visualmente lindo também. Eu acho que foi uma experiência muito surreal.

 

Como o figurino ajudou você à se conectar a personagem?

M.M.: Eu tentei usar os saltos extremamente altos e aguentá-los o máximo de tempo que pude. A sensação de estar mais na ponta dos pés ajudava à interpretar a Ani. O salto ao mesmo tempo que deixa a pessoa alta e escultural, também deixa ela vulnerável, porque você anda literalmente se equilibrando na ponta dos pés. E isso impacta não só a forma como ela se move, mas também como se sente também. As unhas também foram realmente importantes. Quando você tem unhas compridas, decoradas com pedras e coisas assim, você move suas mãos de uma maneira diferente, a forma como você pega as coisas, o seu toque e gestos mudam. Foi interessante ver como eu me sentia com aquilo tudo nos meus dedos.

 

Anora agora é um sucesso global, como você lida com essa reação do público? 

M.M.: Não é algo que eu pense muito sobre. Obviamente eu estou muito feliz que as pessoas estão gostando do filme e estão se divertindo ao assistir. E eu acho que é importante assistir no cinema e poder compartilhar a experiência com um público. Acho que tenho muita sorte em ter participado deste filme. 

 

Você ficou com alguma peça de roupa ou acessório?

M.M.: Claro, você tem que levar algumas coisas. Mas eu pedi permissão. Eu fiquei com um biquíni prateado que ela usa e o vestido preto que ela usa. Não pude guardar o casaco, infelizmente. Ah e também levei alguns pares de sapato. 

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