Fashion at work: Rita Carreira
Para nossa alegria o mercado da moda está mudando e, cada vez mais, nos sentimos representadas por mulheres de diferentes tipos, fora do padrão que nos foi imposto há anos. A discussão sobre inclusão não deve parar, para que cada vez mais possamos propagar a importância dela em todas suas vertentes.
Por isso que quando conheci a modelo Rita Carreira quis logo saber sobre como é pra ela estar na indústria da moda, pois além de ser modelo plus size - que já é uma grande quebra de paradigma - a Rita é mulher e negra, ou seja, longe de ter muitos privilégios. A Rita atualmente faz parte do time de casting da Ford Models Curve e enche seu Instagram de fotos lindas e textos inspiracionais. Mas antes de ir lá dar o follow na musa, confira abaixo algumas curiosidades sobre ela:
"Eu fui ajudar a minha irmã que é produtora de moda (Carol Santos) na produção do primeiro Fashion weekend Plus size em 2010, e lá conheci a Renata Poskus que é diretora do evento e ela me falou que eu poderia ser modelo plus size. Na hora eu fiquei meio surpresa porque não me achava tão bonita para ser modelo. No ano seguinte eu fui no casting desse mesmo desfile e passei, a partir daí começou a minha carreira.
Mas demorou para engrenar, as coisas sempre foram mais difíceis para mim."
"Eu nunca tive problemas em relação ao peso, mas tinha problemas de entender que o meu pé era grande e que eu era muito alta.
Porque na minha infância e adolescência as minhas amigas eram todas menores do que eu e aquilo me incomodava muito.
Quando eu comecei a modelar e as pessoas elogiavam a minha altura, eu comecei a ver beleza naquilo, e isso me fez gostar da minha altura."
"Na verdade, muitos não sabem, mas eu tive que engordar para ser modelo Plus, porque quando eu comecei, eu usava manequim 42/44 mas eu sabia que eu nunca iria ser magra, porque a minha estrutura é grande.
Então eu engordei para entrar no “padrão Plus size”, rs ! Mas me sinto ótimo assim :)"
"VÁRIAS ! Infelizmente.
Uma das vezes, foi ouvir da dona de uma marca de vestidos de festa que ela jamais usaria uma modelo negra na campanha, porque iria empobrecer a marca dela. Aquilo doeu muito, na época eu não falei nada porque eu tinha medo.
Outra vez, e isso foi recente, é que a stylist deixou o cabelo de todas as modelos solto e só o meu ela queria prender toda hora, não deixava de jeito nenhum meu cabelo aparecer. E eu uso mega hair, ondulado. Mas o fato de eu estar bonita incomodava ela. Eu percebia no olhar, no jeito que ela me olhava e como ela falava para o cabeleireiro prender o meu cabelo."
"Me defino como uma kardashian, hahahaha que é uma mulher estilosa, sexy e que é segura de si. Eu não tinha problema em achar roupas para mim, mas como agora eu engordei, já estou tendo mais dificuldade. Porém, como eu ganho muita roupa, isso também facilita bastante!"
"Beyoncé, Viola davis , minha mãe, minha irmã Carol Santos ,Kim kardashian e Kylie Jenner."
"Ser reconhecida nacionalmente e internacionalmente, não só como modelo, mas como alguém que faz a diferença."
"Negativos: principalmente o racismo, a intolerância, a busca pelo “padrão”.
Positivos: a inclusão de pessoas comuns em campanhas, e o crescimento do mercado plus size."
"Acredito que sim. Mas tem muita coisa para melhorar.
Eu inclusive tenho um Workshop junto com a minha irmã que é para profissionalizar o mercado de modelos e influenciadores Plus size. (@workshopstandout) que inclusive terá sua décima edição nos dias 30 e 31 de março."
"O autoconhecimento é tudo. A partir do momento que você se conhece, sabe quais são suas qualidades e “defeitos” tudo fica mais fácil.
Se permita, use coisas ou roupas que você um dia deixou de usar por causa de alguém, faça coisas que você sempre quis fazer e deixou de lado por medo das pessoas pensarem algo sobre você.
VAI SER FELIZ! Se joga <3"
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