O que há em comum entre Harry Styles e Emma Corrin? Uma dica: a resposta não é a nacionalidade e nem o novo filme da Amazon Prime que os dois protagonizarão. O que une essas duas celebridades é Harry Lambert. Lambert é um jovem stylist britânico que vem ganhando notoriedade na indústria da moda e do entretenimento ao vestir - de forma nada óbvia - as celebs mais fashionistas do momento.
Quando se fala em celebridades estilosas, seja no tapete vermelho, em videoclipes ou em uma sessão de fotos, nem sempre os profissionais talentosos por trás das câmeras, responsáveis por cada detalhe - especialmente dos looks -, são lembrados. Mas, deveriam - e muito! -, como é o caso de Harry Lambert, que cada vez mais marca território e espalha seu trabalho mundo afora, ganhando reconhecimento, ajudando a moldar o futuro da moda e as tendências internacionais.
Apesar de ser freelancer, trabalhando para diversas revistas, eventos e celebridades, o stylist tem clientes fixos e constrói, junto com eles, uma aura, um estilo completamente singular e excêntrico - sim, é exatamente isso o que ele tem feito com Harry Styles.
Trabalhando em conjunto desde 2015, Lambert e Styles criaram essa imagem do cantor britânico que tanto amamos, moldando completamente a silhueta contemporânea e lançando grandes tendências desejadas por todos, como os terninhos coloridos, os colares de pérolas e as calças wide de cintura super alta.
Se olharmos para trás, em uma retrospectiva dos looks mais impactantes da carreira do cantor britânico, Harry Lambert foi o responsável por todos eles. Alguns dos exemplos: o videoclipe de Watermelon Sugar, a capa da Vogue Americana, o icônico look do álbum Fine Line e, mais recentemente, as três produções usadas pelo cantor no Grammy Awards.
Pode-se dizer que muito do movimento que a moda fez em direção a fluidez de gênero se deve ao trabalho de Lambert e Harry juntos. Voltando no tempo para 2015, em sua primeira colaboração de styling no American Music Awards, o cantor usou um terno Gucci floral e, por incrível que pareça, a repercussão não foi lá tão positiva na época. Ao relembrar o evento, Lambert revela que “agora eu olho para trás e parece meio normal. Não é estranho pensar que a cinco ou seis anos atrás, algo assim poderia causar tanto rebuliço?"
Desde então, a dupla progrediu selecionando looks que desafiam ainda mais as normas de gênero e expectativas heteronormativas da indústria. O mais marcante de todos, provavelmente, foi o vestido Gucci escolhido por Harry Lambert para vestir Styles na capa da Vogue Americana. "Se essa sessão de fotos ofendeu ou aborreceu as pessoas, ótimo, e se fez as pessoas se sentirem melhor consigo mesmas, ótimo também. Criou um diálogo, e acho que sempre que a moda cria um diálogo é positivo.”
sempre que a moda cria um diálogo é positivo.
Emma Corrin é outra cliente de Harry Lambert que vem construindo algo totalmente novo e revigorante na moda. Trabalhando juntos há pouco mais de um ano, a dupla segue uma dinâmica semelhante ao trabalho feito com Styles, abusando de peças retrô, divertidas, coloridas e não dando a mínima para gênero.
Toda essa sintonia é mérito de Lambert. O stylist contou recentemente que não sente vontade de trabalhar com pessoas que não topem arriscar e se divertir na moda, e isso fica evidente na maneira em que veste as celebridades do seu portfólio.
Nas últimas premiações virtuais que aconteceram nessa temporada, nos deparamos com uma Emma de looks mais rebeldes e experimentais, como o vestido Schiaparelli da foto acima, usado no Critics Choice Awards. No caso de Corrin, Harry Lambert diz ter se impressionado com a disposição da atriz e suas inclinações à uma moda atípica. "Ela tem um ponto de vista muito forte e claro", explica, "é normal as pessoas colocarem uma jovem e bonita atriz em uma caixa e esperarem que ela faça mais do mesmo. Mas, quando a jovem estrela é vestida com conjuntos interessantes e vestidos não-óbvios, ela se torna interessante, tridimensional, antes mesmo de abrir a boca. Tive a sorte de conhecê-la como amiga antes de ser uma colega de trabalho, e Emma não tem o menor medo de se arriscar ou até de ser feia."
É revigorante e necessário nos depararmos com profissionais da moda que estejam dispostos a nadar contra a correnteza, fazendo o novo, o feio e o ousado. Um stylist que não tenta moldar e colocar seus clientes em uma caixinha, e sim trabalhar junto com eles a fim de demonstrar suas personalidades e interesses é um stylist do futuro. Um futuro onde o único papel da moda - e do vestuário - é se expressar, se divertir e experimentar. Onde não existem segmentos, divisões e gêneros.
“Acho que o mundo já viu smokings pretos lisos e vestidos bonitos o suficiente”, diz Lambert, “eu sempre vejo em cada trabalho, uma oportunidade de ser um pouco mais divertido e criativo e claro, criar um diálogo."
acho que o mundo já viu smokings pretos lisos e vestidos bonitos o suficiente.
