Mãe de primeira viagem: 5 dicas de como passei pelo primeiro trimestre da gravidez

por Giulia Coronato

Há pouco mais de um mês descobri completamente na surpresa que estava grávida. Tinha acabado de completar 24 anos, com um monte de planos, viagens e ambições pela frente e do dia para noite, vi todas minhas prioridades mudando. Eu sempre quis ser mãe, então por um lado eu estava genuinamente feliz e animada com a notícia, mas por outro, assustada e com medo das mudanças que viriam a acontecer como mãe de primeira viagem

Eu acredito que sempre é um choque descobrir que está grávida, e eu demorei um tanto para descobrir, quando fiz meu primeiro teste e recebi meu primeiro positivo, já estava com 10 semanas de gestação - dois meses e meio para quem tem dificuldade de contar em semanas assim como eu - o que me deixou super ansiosa e angustiada, porque afinal, eu não tinha tomado todos os cuidados necessários nos dois primeiros meses, que são os mais importantes para a gravidez. Apesar desse deslize, está tudo bem comigo e com a minha bebê - que é menina, por sinal - e hoje já estamos indo para a 17ª semana, entrando no quinto mês.

Estou longe de ser uma especialista no assunto mãe de primeira viagem, mas posso dizer que o primeiro trimestre da minha gestação não foi nada fácil, a maternidade e o período gestacional são muito malucos e mudam completamente nossa cabeça, nosso corpo e nosso jeito de ver o mundo. Olho para a Giulia de sete semanas atrás - antes de descobrir que estava grávida - e não a reconheço, ser mãe muda a gente. Agora, já no segundo trimestre da gravidez, vejo o quanto aquele comecinho é assustador e o quanto mexe com a nossa cabeça, por isso, pensando em compartilhar meu relato e ajudar mulheres que estão passando pelo mesmo que eu, resolvi dar algumas dicas de como sobrevivi ao primeiro trimestre da gestação como mãe de primeira viagem. Vem comigo:

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Foto: Giulia Coronato (Reprodução/Instagram)


não guarde a informação para si mesma durante muito tempo

Pode parecer besteira, mas guardar a informação para si mesma durante muito tempo vai te deixar possivelmente maluca. Uma gravidez é uma notícia enorme e como mãe de primeira viagem, muitas vezes não sabemos como agir, por isso, conte para pessoas de confiança o quanto antes. Não precisa espalhar para todo mundo - nem é indicado fazer isso antes de fechar 3 meses de gestação - mas, se abra para sua mãe, sua melhor amiga, uma prima ou qualquer pessoa que possa estar do seu lado durante essa situação, além do pai do bebê, claro. Falar em voz alta e ter com quem compartilhar tira um peso enorme das costas e nos faz lidar melhor com a situação. Eu demorei quase 3 semanas para contar para as pessoas, e foi muito desafiador lidar com isso sozinha. Como não moro com o pai da minha filha, passava todos os dias matutando minha gravidez só, com medo e inseguranças, além de estar totalmente enjoada e passando mal 24h por dia, sem poder pedir ajuda. Então, essa é minha primeira dica, se abra para alguém, nem que seja uma pessoa. 

encontre válvulas de escape para o enjoo

Com certeza um dos maiores desafios do primeiro trimestre é o enjoo. Como falei acima, a partir da 11ª semana eu sofri MUITO com náuseas. Absolutamente nada me fazia bem, até o cheiro de shampoo me fazia vomitar, e água me dava o maior enjoo que você pode imaginar. Não são todas as pessoas que passam por isso, outras sentem super de leve e algumas nem sentem nada, e isso acontece pelo estímulo do hormônio da gravidez, o hCG. Eu demorei bastante tempo para encontrar coisas que aliviavam meu enjoo, porque já tinha aceitado que nunca iria passar - dramática que só. Mas, acredite, existem coisas que podem aliviar! E é diferente para cada pessoa. No meu caso, descobri que água gelada com limão era infalível, assim como água de coco e saladas. Normalmente, o paladar das grávidas de primeiro trimestre fica super ácido e somente ingredientes ácidos não causam enjoo, foi exatamente assim comigo. Além disso, existem alguns remédios que podemos tomar, então, pergunte pro seu obstetra e sempre tenha um na bolsa. 

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Foto: Giulia Coronato, Pedro Geneze (Reprodução/Instagram)

tenha um obstetra o quanto antes!

Outra coisa que eu demorei para encontrar e sei que me afetou negativamente foi um obstetra. Ter um acompanhamento médico durante os primeiros meses da gestação é extremamente indispensável, tanto pelos fatores físicos da sua saúde e da saúde do bebê, como pelos fatores psicológicos. A partir do momento em que eu descobri que estava grávida, eu vivia preocupada 100% do tempo, não sabia o que eu podia ou não fazer e tinha medo de sair na rua. Foi só quando encontrei uma obstetra que me passou confiança e comecei a fazer meu pré-natal com ela, que minha cabeça se tranquilizou um pouco. Voltei a ter confiança no que poderia fazer e fui aos poucos retomando minhas atividades, ajustando minha alimentação, fazendo os exames necessários e me sentindo cada vez mais confiante. Ter alguém para tirar suas dúvidas e te tranquilizar é extremamente necessário como mãe de primeira viagem, falando de uma perspectiva pessoal, eu não sabia de nada em torno de gravidez e maternidade, então tudo era uma questão e tudo me deixava insegura. Ter minha obstetra foi não só fundamental para minha saúde física, como mental.

lidando com as mudanças corporais

Eu já contei diversas vezes aqui sobre meu relacionamento com meu corpo, como lidei com a perda de 10kg durante a pandemia e sobre meu histórico com distúrbios alimentares. Consequentemente, assim que descobri que estava grávida a primeira coisa que eu pensei foi “não quero engordar”. Eu sei, parece uma futilidade mínima comparado com uma gestação, mas foi meu primeiro grande medo, não me senti pronta para lidar com as mudanças corporais que iriam acontecer comigo, e ainda vão! Fiquei assustada e senti todos meus distúrbios, angústias e sabotagens voltando à tona para minha mente. Por isso, logo na semana seguinte da minha gestação, voltei a falar com a minha psicóloga, precisava de um suporte emocional, e não ia conseguir lidar com isso sozinha. Com ela, consegui mudar minha visão em torno das mudanças corporais que uma gravidez implica, hoje, não penso mais como um ganho de 10kg, 15kg, 20kg, e sim, como um fator necessário para a criação da minha filha, e se esse for o preço a pagar para ela nascer saudável, eu o aceito com o maior prazer. É claro que ainda estou me cuidando, me exercitando o quanto posso, me alimentando de forma saudável e me consultando com minha psicóloga semanalmente, mas faço isso não com o propósito de engordar menos, mas sim, com o de me manter saudável, física e emocionalmente.

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Foto: Giulia Coronato (Reprodução/Instagram)

a solidão da maternidade

Poucas pessoas falam sobre isso, mas, desde que eu engravidei, um sentimento enorme de solidão se instalou no meu peito. Eu acredito que seja normal, a gestação é literalmente uma montanha-russa, às vezes você está radiante, e outras completamente deprimida, e acredito que ser mãe de primeira viagem deve ser ainda mais intenso. Por mais que o pai da minha filha seja atencioso e presente, que eu tenha uma família maravilhosa que está do meu lado o tempo todo e amigas incríveis, eu me pego constantemente me sentindo sozinha e profundamente angustiada. Muito disso se deve aos hormônios da gravidez e o quanto nossa cabeça, corpo e vida muda, mas é importante lembrar todos os dias que você não é a única pessoa do mundo passando por isso e que você não está sozinha, por mais que possa parecer. O que mais ameniza essa sensação pra mim é requisitar ajuda. No começo, quando me sentia assim, eu me isolava de todos e passava dias trancada no quarto, mas, quando comecei a falar como eu me sentia e pontuar o que eu precisava, as coisas foram melhorando e fui me sentindo mais acolhida e menos só na situação. Sim, sou eu que estou gerando uma criança dentro de mim, mas isso não significa que eu precise enfrentar o mundo a sós. 

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