Você sabe que dia é hoje? O dia 25 de outubro é reconhecido como o Dia Nacional do Combate ao Preconceito à Pessoa com Nanismo.
Meu nome é Fran Borges, tenho 25 anos, sou criadora de conteúdo nas redes sociais, estudante de administração e uma mulher com nanismo. Nasci com um tipo muito raro de nanismo, que não se enquadra em nenhum dos mais de 400 tipos já conhecidos, além de hidrocefalia, um rim esquerdo sem função e uma malformação na coluna, descoberta aos 17 anos. Por causa dessas condições, já passei por 22 cirurgias, sendo duas somente este ano.
Apesar de tantas cirurgias, sempre fui muito vaidosa. Minha mãe me vestia como uma boneca e eu andava sempre com uma bolsa no ombro, até mesmo no hospital.
Com o tempo, quando entrei na pré-adolescência e adolescência, comecei a enfrentar muitos problemas para encontrar roupas que se adequassem à minha altura e idade. Isso me frustrava muito, pois queria me vestir como minhas amigas, mas, aos 10/12 anos, eu usava roupas de crianças de 4/5 anos. Quando o assunto é sapato, a dificuldade era ainda maior.
Aos 15 anos, uma costureira amiga da família fez um vestido sob medida, do jeitinho que eu queria, mas o sapato também precisou ser feito sob medida, e o resultado não foi o que eu esperava. Fiquei tão chateada que nem tirei a saia longa do vestido, como era planejado, para não mostrar o sapato.
Em 2017, fui convidada a desfilar pela primeira vez e, desde então, já participei como modelo voluntária em diversos projetos relacionados à moda inclusiva no RS e em SC. Meu desejo é atuar como modelo profissional, mas essa oportunidade ainda não surgiu.
Atualmente, sou criadora de conteúdo nas redes sociais e, através dos meus posts, tento mostrar a importância da inclusão e da diversidade no mundo da moda. As dificuldades que pessoas com nanismo enfrentam ao consumir produtos de moda e beleza são muitas, desde roupas inadequadas ao nosso corpo e idade, prateleiras muito altas, até embalagens de produtos de beleza que são difíceis de abrir.