Vamos falar de ESG e do quanto essa sigla tem tudo a ver com moda e de como ela pode trazer muito valor para sua marca? Mas, antes de começar com esse assunto, vamos entender o que significam essas três letras que estão em todos os lugares.
O ESG representa três pilares fundamentais: ambiental (E), social (S) e governança (G). Ele surgiu em 2005 em uma conferência da ONU no relatório chamado: “QUEM SE IMPORTA GANHA”. Preciso dizer mais alguma coisa?
“Quem se importa ganha” é a melhor forma de entendermos como o ESG pode fazer com que uma marca de moda ofereça muito mais que só produtos. Vamos combinar que a era dos produtos já passou. Quem ainda fica falando que seus diferenciais são qualidade, matéria-prima e coisinhas do tipo já sabe que seu negócio está correndo grande perigo.
Por que o ESG é importante na moda? Porque a moda é uma das indústrias mais impactantes quando falamos de consumo de recursos naturais, emissões de gases de efeito estufa e condições de trabalho. Ter práticas mais sustentáveis pode reduzir o impacto ambiental, garantir condições de trabalho justas e trazer mais transparência em toda a cadeia de produção. Melhor para quem faz, usa e para o planeta como um todo. Afinal de contas: a moda é para encantar e não destruir.
E como podemos usar o tal ESG na vida real de um empreendedor que quase não tem tempo de dar conta das loucuras de todo dia? Calma! Não é para ser algo gigantesco ou revolucionário na sua marca, toda mudança precisa ser feita degrau por degrau. Por isso, separei algumas dicas de pequenas ações que você pode começar a implementar hoje mesmo. Vamos a elas:
E - Environmental/Ambiental
Geralmente pensamos em sustentabilidade somente pela questão ambiental, mas aqui estão os maiores desafios da indústria da moda. Avançamos muito nos últimos anos, mas ainda falta muito para conseguirmos acesso a materiais sustentáveis que caibam no bolso da maioria. Não fique frustrado caso não consiga achar soluções imediatas para dar conta dos processos de produção da sua marca, estamos todos no mesmo barco.
O mais importante nesse ponto é tentar buscar matéria-prima com algum tipo de certificação. A maioria das tecelagens está com materiais certificados com menor impacto ambiental.
Minimizar o desperdício na produção é um grande passo. Isso pode ser feito através da adoção de práticas como o upcycling (reutilização das sobras para criar brindes que vão deixar seu cliente mais feliz) e a utilização de tecnologias mais eficientes (busque ajuda no Sebrae e no Senai, eles podem ser bons parceiros).
Diminuir o uso de plástico de uso único também é uma ótima ação. Substitua copos descartáveis por copos reutilizáveis. Faça uma campanha com sua equipe para que ela entenda o valor dessa mudança.
Uma marca sustentável começa com pequenas ações.
S - Social
Diferente do E, o S é muito mais fácil de aplicar e pode trazer muitos benefícios para o seu negócio.
No social vamos olhar para o impacto que sua marca pode ter no mundo. Primeiro olhamos para o público interno e depois para todos ao seu redor. Uma marca que respeita as pessoas tem muito mais chances de ser respeitada e amada.
Respeito aos colaboradores: prover condições de trabalho seguras e saudáveis, ter equipes com diversidade e mais cargos de liderança para mulheres, negros e pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ são mudanças que podemos implementar já - e vão fazer toda a diferença. O Brasil é um país continental: quanto mais diversidade, mais fácil criar conexão com os consumidores.
Respeito aos consumidores: prover produtos e serviços que sejam seguros na sua utilização e descarte.
Respeito à comunidade: quem sabe não existe uma ONG ou uma causa que sua marca possa apoiar? Nem tudo envolve dinheiro. Ensinar e capacitar pessoas é uma atitude linda e pode fazer muita diferença.
G - Governança
A última letra deveria ser a primeira. Não adianta uma empresa mobilizar os times de marketing e estilo para criar coleções e campanhas sustentáveis e inclusivas quando os líderes dessa empresa não estão diretamente empenhados em fazer essa mudança.
A sustentabilidade está na moda, mas ela não é um modismo. Estamos falando da construção de novos modelos que vão ditar os negócios no futuro (que já começou). Uma marca não precisa estar em todas as causas, mas precisa estar inteira nas que escolher.
Como diria vovó: “Mentira tem perna curta”. Uma hora as pessoas descobrem que tudo não passava de publicidade vazia. Reverter uma imagem ruim é muito mais difícil que construir uma imagem de verdade.
Por fim, não deixe de contar todas as pequenas mudanças na sua marca. Seu público vai amar saber que você se preocupa com um mundo melhor.
ESG não é sobre perfeição. É sobre a vontade de fazer o melhor que podemos.