O retorno da Total 90: a chuteira mais icônica dos anos 2000 está de volta!
Lançada no início dos anos 2000, a Total 90, também chamada de T90, nasceu como parte da estratégia da Nike para revolucionar o mercado de chuteiras, unindo design inovador, precisão e conforto. Até então, o cenário era dominado pela Adidas, com modelos majoritariamente pretos, sóbrios e discretos, marcados apenas pelas tradicionais listras brancas. A Nike, por sua vez, já era um gigante esportivo, mas sua força estava em outros territórios, como o basquete, com a linha Air Jordan. No futebol, no entanto, a marca ainda ocupava um papel secundário.
O primeiro passo para mudar esse cenário aconteceu em 1998, quando a Nike lançou a Mercurial R9, criada especialmente para Ronaldo Fenômeno, que naquele momento era o maior craque do futebol mundial. A chuteira prateada com detalhes azuis e amarelos marcou a entrada definitiva da Nike como concorrente da Adidas dentro dos gramados.

O sucesso da Mercurial R9 foi o terreno fértil para o surgimento da Total 90, em 2000. O modelo trazia como principal inovação os cadarços deslocados para a lateral, o que liberava a área central do pé e aumentava o contato com a bola. Isso garantia mais precisão nos chutes e conforto na batida, algo revolucionário para a época. Além disso, a ausência da tradicional língua e o acolchoado interno reforçavam a sensação de ajuste perfeito. Suas cores vibrantes e o número grande estampado na lateral ajudaram a transformá-la em um ícone de estilo e objeto de desejo.
A título de curiosidade, o nome Total 90 não foi escolhido à toa. Ele faz referência aos 90 minutos de uma partida de futebol, simbolizando uma chuteira criada para acompanhar o jogador durante todo o jogo, do primeiro ao último minuto.
os craques que imortalizaram a total 90
Seja pelo design ou pela tecnologia, o que realmente transformou a T90 em objeto de desejo foram os pés que a calçaram. A Nike não mediu esforços para colocar o modelo nos maiores craques do mundo, e logo de início tivemos nomes como Roberto Carlos; Luís Figo, no Real Madrid dos Galácticos; Wayne Rooney, ainda no início de carreira na Inglaterra; Fernando Torres, referência no Atlético de Madrid e Fabio Cannavaro, capitão da Itália campeã do mundo em 2006. Até mesmo Lionel Messi estreou oficialmente pelo Barcelona usando a chuteira, reforçando seu peso histórico entre os jogadores mais importantes daquela geração. Mas ninguém representou tanto a identidade da Total 90 quanto Ronaldinho Gaúcho, no período em que encantava os torcedores com dribles, passes e gols decisivos pelo Barcelona.
Além disso, a Nike impulsionou ainda mais essa popularidade com campanhas icônicas, como os realities ‘Joga 10’ e ‘Joga Bonito’. O primeiro era uma competição entre jovens talentos em busca de uma chance no futebol profissional, reforçando o sonho de viver do esporte. Já o segundo trazia quadros exibidos na TV e na internet, mostrando dribles, desafios e jogadas criativas, com o objetivo de celebrar a autenticidade e a irreverência do futebol de rua. Juntos, esses projetos ajudaram a aproximar ainda mais a marca do público e consolidaram a T90 como parte dessa cultura.

para fora dos campos
A Total 90 rapidamente atravessou as quatro linhas e se tornou um verdadeiro ícone cultural fora dos gramados. Sua silhueta marcante, as cores vibrantes e o número 90 estampado na lateral eram — e continuam sendo — inconfundíveis. E, claro, muito disso também se deve a quem a calçava.
Apesar do preço não tão acessível para a maioria das pessoas, nos anos 2000 era comum ver a T90 em qualquer ocasião: tinha quem usasse para ir à escola, passear no shopping ou até mesmo para ir à igreja, algo mais comum do que se imagina e que já destacamos por aqui ao falar do retorno da chuteira de cravo. Não por acaso, ela se tornou uma febre entre jovens e adultos a ponto de, em 2005, ultrapassar as vendas da própria linha Jordan, um marco histórico para um calçado que havia surgido no futebol.

os relançamentos
Depois do auge entre 2004 e 2006, a Total 90 começou a perder espaço dentro dos gramados. Parte disso aconteceu quando Ronaldinho Gaúcho, o jogador que mais associamos ao modelo, passou a usar a linha Tiempo R10. A marca ainda lançou novas versões, como a Total 90 Supremacy e a Total 90 Laser, mas a febre já havia diminuído. Aos poucos, a T90 deixou de ser tão popular fora das quatro linhas e ficou mais restrita ao uso dentro de campo.
E como todo clássico, mais cedo ou mais tarde ela voltaria — e voltou. Depois da última geração oficial em 2013, a Nike apostou no revival com uma edição limitada da Total 90 Laser I em 2019, recriando a colorway original em amarelo e preto. Mas foi em 2025 que o retorno realmente ganhou força. A Nike relançou a Total 90 III em uma versão adaptada para o lifestyle, sem travas e com solado de borracha, pensada para uso no dia a dia. O modelo voltou em várias cores, incluindo o prateado com vermelho, o branco com dourado, o preto envernizado e o amarelo vibrante com verde.
Dessa vez, a T90 não ficou restrita aos fãs de futebol. Se nos anos 2000 ela era vista principalmente como uma chuteira voltada ao público masculino, o relançamento conquistou também as mulheres e passou a circular nas ruas como um verdadeiro item de estilo. Entre criadores de conteúdo e fashionistas que amamos acompanhar, a versão lifestyle da T90 reapareceu em produções no street style, provando que seu apelo hoje vai muito além dos gramados.

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