O terceiro dia de desfiles da Paris Fashion Week começou logo cedo com a Courrèges, passou pela visão preppy de Dries Van Noten e pela fantasia de Jun Takashi na Undercover. No final, terminou com a Balmain, que mais para o início de setembro teve 50 peças da coleção de primavera/verão roubadas a caminho da sede da grife. Olivier Rousteing, diretor criativo da marca, garantiu que ele e sua equipe, assim como seus fornecedores, trabalhariam dia e noite para reverter os danos e, no final, o desfile foi realizado e fechou o dia.
Amanhã você e eu, cara leitora, temos um encontro marcado com nomes como Givenchy, Schiaparelli, Rick Owens e Chloé, marcado, especialmente, para a saída de Gabriela Hearst da direção criativa. Até lá, vamos dar uma espiada no que rolou hoje (27)? Continue lendo para saber mais detalhes e tendências. Depois, aproveite para contar o que você está achando da PFW até agora.
Após passar por Tóquio e Nova York, Francesco Risso trouxe a coleção da Marni para Paris. No início, os primeiros looks pareciam sugerir uma coleção básica e sóbria, mas sabíamos que isso não se manteria até o final. Conforme o desfile avançava, peças de alfaiataria começaram a aparecer de diversas maneiras, com destaque para o xadrez e as listras. Mais adiante, vestidos e saias bufantes adicionaram ainda mais cor e um clima festivo à coleção.
Flores ganharam vida através de páginas de antigos almanaques, que foram recortados um a um e costurados em corpetes e crinolinas e latas descartadas também foram moldadas em formato de flores que "brotavam" de alguns vestidos. Nesta coleção de primavera, houve de tudo um pouco - criações inusitadas, peças comerciais e, o mais importante, muito brilho. Foi um desfile que adoramos.
Dries Van Noten tem o talento de flertar com diferentes universos. Seja explorando mundos mais fantasiosos e divertidos ou adotando uma abordagem mais séria, como se estivesse em um filme adolescente passado em um internato com uniformes surpreendentemente despojados e fashionistas. Neste desfile, o designer deixou claro que a coleção de primavera complementa a apresentação masculina de junho, na qual ele se esforçou para tornar a moda menswear mais descolada. Essa mesma abordagem foi aplicada aqui.
Bermudas, casacos longos, golas polo e uma ampla variedade de estampas que evocam a energia do verão se destacaram na coleção de Van Noten. Ficamos encantadas com a mistura de cores, formas e combinações exploradas pelo estilista ao longo dos 65 visuais apresentados.
Olivier Rousteing parece ter baixado suas armaduras, não é? Na verdade, temos quase certeza de que esta é uma coleção apaixonada. Apaixonada pela vida, refletida nas cores intensas e vibrantes; apaixonada pela estação, já que Olivier nos mostrou, por meio de um jardim vivo, que os florais podem ser inovadores na primavera; e apaixonada pela história mais antiga da maison francesa.
Ao revisitar a história da marca, Rousteing - que não mediu esforços para recriar sua coleção depois do roubo que ocorreu no início de setembro - explorou alguns arquivos do passado de Pierre Balmain e trouxe de volta a extravagância e sofisticação dos florais dos anos 40, bem como os poás e os vestidos arquitetônicos. Em uma coleção rica em detalhes e que valoriza o passado, é difícil não soltar alguns suspiros e não se deixar levar pela beleza geral da coleção.
Nicolas di Felice realmente ressuscitou a Courrèges e isso não é segredo para ninguém. Nos últimos três anos, o diretor criativo tem nos presenteado com sua moda futurista e minimalista na medida certa, e desta vez não foi diferente. Jaquetas, vestidos e blusas assimétricos foram destaque no desfile, combinados com calças "cut-out" e acentuados por pequenos detalhes em zíper, que definitivamente fazem toda a diferença quando falamos na moderna e provocativa Courrèges atual.
Em uma coleção que dividiu opiniões, Jun Takahashi brincou com a sutileza do tule, que envolveu boa parte de suas produções, texturas e uma série de estampas que trouxeram um pouco mais de vida à coleção. No entanto, o destaque mais comentado foram os três últimos vestidos que se acenderam enquanto as luzes do local diminuíam, revelando uma espécie de terrário com flores e borboletas. De fato, uma ideia muito bonita.
No entanto, o que dividiu a opinião da internet foi o fato de o designer ter usado borboletas vivas na concepção do design. Embora seja uma ideia bonita, que eleva um desfile e traz aquele toque inesperado que alguns desfiles precisam, muitos questionaram a necessidade de viralizar com algo minimamente extraordinário. E você, o que pensa sobre tudo isso?
Essa é o tipo de coleção moderna e descolada que Jonny Johansson sabe criar. Ela pode não ser inovadora o suficiente para entrar para a história da marca, mas é despojada e representa a moda contemporânea, onde você tem total liberdade para arrasar usando um simples maxi casaco e óculos futuristas à la Kardashians. Essa coleção tem um apelo principalmente para um público jovem, que já acompanha o trabalho do designer e, após esse desfile, provavelmente está ansioso para usar um vestido vermelho de mangas longas com um ousado e sensual corte na barriga - eu inclusive.
Gostou dos destaques do terceiro dia da Paris Fashion Week, cara leitora? Então dá só uma espiada na seleção de peças abaixo!
