A cada ano que passa, o Halloween se torna uma data mais forte no Brasil. Por diversas razões que envolvem desde a influência midiática estadunidense até o investimento das marcas na ocasião, somos cada vez mais inseridos nessa cultura. Mas, antes do boom dessa data por aqui, e desde que eu me lembro, nós temos o Dia das Bruxas, que apesar de ser uma variação do Halloween, não era tão fiel aos costumes norte-americanos.
Não se sabe quando exatamente a data chegou ao país, mas tenho memórias (e fotos) de — há uns 20 anos — brincar de me fantasiar no Dia das Bruxas. Inclusive, acho que o grande marcador da difusão dessa cultura por aqui foi quando ele “mudou de nome” e passou a ser chamado de Halloween.
como começou o Halloween ou Dia das Bruxas?
Mas vamos começar pela origem da data. O Halloween (ou Dia das Bruxas) se originou de uma festa celta chamada Samhain e se popularizou nos Estados Unidos por conta da colonização britânica. Os celtas acreditavam na abertura de um portal entre os vivos e os mortos no dia 31 de outubro, então esse período ficou marcado pelo seu teor sobrenatural. Ao longo da história, algumas tradições foram perpetuadas por conta disso.
Halloween no Brasil
Enquanto na América do Norte o Halloween sempre foi tradicional, na América Latina sempre tivemos o Dia de Todos os Santos, 1° de novembro, instituído pela igreja católica, assim como o Dia de Finados, no Brasil, e o Día de Los Muertos, que faz parte da cultura do México e teve origem com os astecas. Ambas datas têm relação com a morte e o sobrenatural, só que mais em forma de homenagem a quem partiu.
No entanto, com a globalização e a disseminação da cultura estadunidense, a data começou a ser comemorada pelo mundo, inclusive no Brasil, onde ficou conhecida como Dia das Bruxas.
Inicialmente, era uma data tímida por aqui, que se resumia a brincadeiras de crianças fantasiadas e comemorações pontuais nas escolas e cursos de inglês. Ao longo dos anos, foi ganhando força e sendo adotada por crianças e adultos, popularizada pelas redes sociais e incentivada pelo comércio.
É claro que isso se deve — e muito — ao fato de termos crescido com filmes e séries que abordavam esse tema. Abracadabra, Feiticeiros de Waverly Place, Halloweentown, Mansão Mal Assombrada, Gasparzinho… Há uma infinidade de produções (incríveis, por sinal) que são referência quando falamos da data.
Mas o meu ponto aqui é que a gente consegue celebrar essa data sem precisar fazer uma cópia dos costumes de outro país. Afinal, o melhor do Brasil é o brasileiro, e a gente sabe fazer uma comemoração como ninguém.
Não me leve a mal, eu também amo essa data. Passo horas vendo makes, looks e decorações de Halloween, não vejo a hora de ir a um evento temático. Mas, apesar disso, eu acho que dá muito para a gente voltar a ter o Dia das Bruxas, incluindo elementos brasileiros e tornar essa data algo mais nosso, sabe? Quem é Jack O'Lantern perto do Chupacabra? E a Loira do Banheiro é bem mais assustadora que a Bloody Mary, vamos combinar.
O mais legal da data é a parte divertida: se fantasiar, curtir festas super decoradas e ver filmes de terror (ou suspense infantil, para quem tem medo como eu). E se tem um povo que é criativo, somos nós — o carnaval está aí para provar.
Então, meu apelo é para que a gente continue celebrando o 31 de outubro com muitas festas e fantasias, mas que possamos olhar um pouco mais para referências daqui para falar com orgulho que comemoramos o Dia das Bruxas. Afinal, o Brasil tem uma cultura riquíssima de personagens e folclore, então que tal dar uma chance nesse ano?
