Recentemente, recebemos um convite para lá de especial para uma conversa com a talentosa cantora britânica, Laurel. Radicada em Los Angeles, a compositora encontrou um tempo em sua agenda para compartilhar detalhes sobre seus novos lançamentos, bem como seus próximos passos, inspirações e muito mais. Assumi a missão com grande entusiasmo e mergulhei na discografia completa.
No dia da entrevista, enquanto preparava as perguntas, deixei tocando em looping os singles "45 Degrees" (ao qual tivemos acesso exclusivo antecipado) e "Wild Things" para entrar bastante no clima. E se você gosta de uma música animada, com aquela sensação de liberdade de colocar a cabeça para fora de um conversível em um dia ensolarado, precisa conhecer mais sobre Laurel e se encantar com o estilo e carisma da cantora.
Abaixo você confere esse papo inteiro na integra e, no final, já pode colocar a playlist que nós separamos para tocar aí na sua casa. Além disso, aguardamos com ansiedade o lançamento do novo álbum de Laurel, "Palpitations", previsto para o dia 14 de junho. Particularmente estou bem ansiosa para ouvi-lo na íntegra! Sem mais delongas, continue lendo para descobrir muito mais, cara leitora.
I.S: Em primeiro lugar, muito obrigado por falar conosco! É um prazer ter essa conversa com você, Laurel. Antes de mais nada, queria saber um pouco mais sobre você. Quando você percebeu pela primeira vez que queria trabalhar com música, que a música era sua paixão, é algo que vem da infância ou você descobriu com o tempo?
L: Sim, quando eu tinha quatro anos, lembro de assistir a um videoclipe da Britney Spears. Eu disse: "Quero fazer isso." E acho que minha mãe pensou: "Ok, lá vamos nós." Mas é isso, eu soube imediatamente que era isso que eu queria fazer e nunca mudei de ideia.
I.S.: Falando agora do seu novo álbum, Palpitations, eu li aqui que é uma mistura de vários sentimentos e emoções que fazem seu coração bater mais rápido. O que exatamente faz você se sentir assim?
L: Muitas coisas! Acho que escrevo muito sobre o amor. Porque, honestamente, quem não escreve? É uma fase e um tema constante para mim. E sempre será. Mas também, sabe, tenho descoberto quem eu sou. Mudar para os Estados Unidos foi um grande marco para mim, encontrar minha identidade em um novo país, que eu pensava ser tão semelhante ao meu, mas acabou sendo muito diferente. Isso aparece muito no álbum.
Outra coisa sobre a qual escrevo bastante é crescer e envelhecer, passando dos meus vinte e poucos anos para a casa dos trinta. Tento descobrir quem sou e sinto que estou mudando todos os dias. Muito do álbum é sobre essa luta e cansaço, me perguntando "Quem sou eu hoje? Quem serei amanhã?". Sinto que não consigo acompanhar a mim mesma. E isso acontece bastante.
Acho que escrevo muito sobre o amor. Porque, honestamente, quem não escreve? É uma fase e um tema constante para mim. E sempre será.
I.S.: Acredito que a mudança tenha sido muito, muito diferente. E quais são as maiores mudanças que você notou desde que se mudou para a América?
L: Eu me tornei muito mais britânica, rs. Acho que minha voz ficou mais britânica, honestamente. É como se você parasse de segurar sua herança cultural. Sabe, há tantas coisas diferentes ao seu redor que você se apega a essas coisas. E percebe que tudo o que era normal na Inglaterra não é normal aqui. Às vezes me sinto como uma alienígena. Quando falo, acho que uso muitas expressões inglesas que são muito específicas da Inglaterra e que eu não sabia que eram tão específicas. E aqui, às vezes as pessoas ficam tipo: "Do que você está falando?" Elas simplesmente não me entendem. Isso me faz sentir bem estranha. Tem sido divertido, mas também às vezes desconfortável.
I.S.: Como foi o seu processo de criação do novo álbum? Eu estou particularmente obcecada por "Wild Things"; passei a manhã inteira ouvindo, e li aqui que essa música "define o tom" do álbum, então como isso funciona? Você começa com uma música e depois segue o fluxo, ou você já tem tudo em mente antes mesmo de começar?
L: Sim, é diferente toda vez. Este álbum foi definitivamente feito em movimento. Acho que não houve muito tempo para decidir o que seria, quem seria, o que eu queria fazer. Eu estava apenas criando. E acho que é uma ótima maneira de ser e sempre fui assim. Nem sempre havia grandes intenções. Eu apenas pensava: "Quero fazer, então vou fazer. É isso que sinto que preciso fazer agora." E é isso que este álbum foi. Mas, sabe, estou escrevendo outro álbum agora. E acho que ele tem muito mais um conceito por trás. Então, acho que é projeto por projeto, depende de onde você está na vida e quanto tempo tem. E, sabe, há muitas músicas que escrevemos. Algumas foram escritas há seis anos e acabaram entrando neste álbum. Então realmente parece uma coleção de emoções e coisas que eu precisava dizer, em vez de uma intenção ou mensagem específica.
I.S.: E qual é a sua música favorita do álbum?
L: "45 Degrees", é a primeira música do álbum. Acredito que seja a minha música favorita que já escrevi. É como se fosse tudo em uma música para mim. É realmente sincera, mas é ensolarada e divertida. Sinto que é livre e despreocupada. E é isso que sinto vontade de criar agora. Então estou muito orgulhosa dessa música.
Acho que Lana Del Rey foi uma grande inspiração para mim. Sabe, em termos gerais, a história da arte. Ela é uma artista tão incrível, e eu realmente a admiro.
I.S: É uma pergunta meio clichê, mas quais são suas maiores inspirações na música?
L: Acho que Lana Del Rey foi uma grande inspiração para mim. Sabe, em termos gerais, a história da arte. Ela é uma artista tão incrível, e eu realmente a admiro. Mais recentemente, Omar Apollo, eu acho que é simplesmente incrível. Sim, estou absolutamente obcecada com sua música. Então, ele seria o segundo. E acho que alguém que, sabe, sonoramente é diferente, mas Florence and the Machine sempre foi uma grande influência para mim. Acho que, qualquer coisa que ela faça eu sei que vou adorar. Eu a seguirei para onde quer que ela vá, porque acho que ela é apenas um ser maravilhoso, e eu realmente respeito isso.
I.S: Onde você ainda quer chegar? Quais são seus maiores sonhos na música? Talvez exista um artista que você admire muito e seria incrível colaborar?
L: Sim, quero dizer, o céu é o limite, sabe. Quando eu tinha quatro anos, queria ser a Britney Spears. Isso não mudou. Mas agora, realmente quero tocar mais música ao vivo. Uma das minhas coisas favoritas é ir a festivais de música. E fui a tantos quando tinha 17 ou 18 anos. Isso teve um grande efeito em mim, querendo ser cantora. Então, meu maior sonho é apenas tocar em muitos festivais de música e poder ficar lá e aproveitar o festival também. Então, acho que é isso que quero alcançar agora. Só quero subir no palco e conhecer as pessoas.
I.S.: Sim, os festivais são incríveis. Particularmente sou uma grande fã deles. E você esteve no Coachella, certo? Como foi?
Sim, foi aterrorizante, rs. Mas também foi absolutamente incrível. Foi o maior público para o qual já toquei. Eram 75.000 mil pessoas, e foi o primeiro show que fiz depois do lockdown, então eu não tinha tocado por cerca de dois anos. Foi um momento meio louco. Lembro-me de estar como se nunca tivesse subido ao palco antes, porque fazia tanto tempo. E sim, senti como se tivesse levado um soco no rosto. Na verdade, não me lembro de nada quando subi ao palco, estava em choque, mas quando vi o vídeo depois, fiquei impressionada.
I.S.: E você tem alguns planos para turnês no momento, está planejando fazer uma turnê?
L: Estamos fazendo uma turnê pela Europa no final do ano, e estou prestes a fazer alguns shows nos Estados Unidos, em Nova York e Los Angeles. Estou trabalhando duro para planejar e fazer o máximo de turnês possível e visitar alguns lugares onde nunca toquei antes, como a América do Sul. Então estamos planejando e elaborando estratégias, e espero poder chegar lá o mais rápido possível.
I.S.: Tenho que dizer, talvez a frase mais emblemática que se possa ouvir de um brasileiro seja "Venha para o Brasil". Então, venha para a América Latina! Talvez seja a plateia mais animada de todas. E não estou dizendo isso porque sou brasileira, ou talvez esteja, haha.
L: Sim, estou totalmente com você. Mal posso esperar. É a minha maior vontade no momento. E estar simplesmente mais presente, em geral. Sinto que é uma parte do mundo que ainda não consegui explorar, porque estive tão longe na Inglaterra, mas agora estou um pouco mais perto (na América do Norte). Então sinto que estou quase lá.
I.S: Falando um pouco sobre moda, qual é a sua relação com a moda? Como você descreveria o seu estilo?
L: Eu amo moda. É minha maior paixão além da música. Amo isso. Tenho sempre uma nova identidade a cada mês que passa. E simplesmente adoro isso. Assim, posso vestir uma roupa diferente e ser alguém totalmente novo. E acho que é assim que uso a moda. É como se eu quisesse ser essa pessoa hoje. Vou vestir isso. E acho que tenho uma maneira muito infantil de lidar com isso, onde apenas quero me expressar através das minhas roupas. É realmente isso que significa para mim.
I.S: Vi que você já trabalhou com Burberry, Ganni, Vivienne Westwood... Como foi para você trabalhar com nomes tão fortes na moda?
L: Fico muito empolgada também, porque geralmente posso vestir roupas incríveis que normalmente não poderia comprar, e essa é provavelmente a melhor parte: me vestir com essas roupas incríveis. Sempre que coloco essas roupas, fico tipo "uau, então é assim que roupas boas fazem você se sentir, há uma diferença", então é emocionante para mim.
I.S.: Existe algum outro sonho que você queira realizar na moda?
L: Miu Miu é minha marca favorita. Desde o início da minha carreira na música, aos 17 anos, Miu Miu sempre foi a marca com a qual eu queria trabalhar. Cada desfile que eles fazem, cada peça que lançam, eu simplesmente adoro e me identifico muito. Seria um sonho trabalhar com eles.
Você vai ouvir "não" tantas vezes. E você precisa ser capaz de se recuperar disso extremamente rápido e saber quem você é, não importa o que os outros estejam dizendo.
I.S.: E por fim, existe algum conselho que você daria a uma pessoa que quer muito trabalhar com música?
L: Resiliência, eu acho que é isso. Você vai ouvir "não" tantas vezes. E você precisa ser capaz de se recuperar disso extremamente rápido e saber quem você é, não importa o que os outros estejam dizendo. Você tem que ser capaz de viver em sua própria bolha e deixar que todos os outros "batam" nela. Porque nem todo mundo vai te entender e você vai continuar crescendo, sabe? E acho que, às vezes, a música se trata de quem consegue permanecer nela por mais tempo. Não necessariamente sobre o talento. É mais sobre você ter a resiliência para continuar tentando.