Hit do street style, a Carhartt conta com fãs como Zoe Kravitz. A marca, cuja emblemática etiqueta amarela decora jaquetas, jeans cargo e outras peças utilitárias, se tornou tão influente quanto os nomes do luxo que vêm apresentando suas versões, as quais mais parecem cópias do que homenagens. Da origem operária à fonte de inspiração na alta moda, a seguir contamos tudo que você precisa saber sobre a Carhartt.
A Carhartt pode ser uma descoberta recente para você, mas sua história secular começou lá em 1889, quando foi fundada em Detroit, um dos berços industriais dos EUA. Estabelecendo-se como favorita para atender à demanda da classe trabalhadora, com seu slogan de "valor honesto por dólar honesto" e o compromisso de oferecer produtos duráveis a preços acessíveis, a marca se tornou uma referência de confiança e qualidade.
Os primeiros produtos lançados pela Carhartt foram os macacões, mas ao longo dos anos, a marca expandiu sua linha, incluindo a confecção de uniformes para soldados durante as Guerras Mundiais. Apesar de seu foco inicial, a Carhartt deu um salto inesperado nos anos 80, conquistando espaço no cenário streetwear, impulsionada pelo movimento hip-hop e pelo apoio de vários rappers que adotaram seus itens como símbolos de estilo.
Porém, foi em 1994, com a chegada de Edwin Faeh inicialmente como distribuidor exclusivo da Carhartt na Europa que tudo mudou. Faeh lançou o segundo braço da marca, a linha Carhartt WIP, sigla para work in progress, com a proposta de trazer um olhar mais fashion aos designs originais. A aposta deu certo, e a WIP rapidamente conquistou artistas e criativos. Mais do que uma simples marca de moda, a Carhartt WIP se tornou uma comunidade, com sua própria gravadora, rádio e revista, além de contar com equipes de skate e BMX, agregando valor muito além das roupas.
Apesar do crescimento constante, nos últimos anos a marca conseguiu dar um salto em relevância mais uma vez. Resultado de estratégias bem elaboradas e muitas collabs do popular, como a New Balance, ao cult, como Junya Watanabe e Sacai, mas também de timing: a vida cada vez mais corrida e as mudanças globais pós-pandemia moldaram novos padrões de comportamento, gerando uma priorização do conforto e da funcionalidade, trazendo a tendência utilitária para o centro das atenções e consequentemente impulsionando a ascensão das marcas como Timberland, Dickies e Carhartt, todas com raízes no workwear.
O aspecto cool da marca ganhou ainda mais destaque com aparições em obras cult, como o filme francês "La Haine" de 1995, solidificando sua posição como um ícone cultural.
Desde então, os itens ganharam status cool e o hype é tão grande que modelos vintage se tornaram objetos de colecionadores, já que as peças da marca, por serem duráveis e feitas para trabalho pesado, "envelhecem" muito bem.
No rol de peças icônicas da Carhartt que caíram nas graças dos consumidores, alguns itens se destacam como o gorro e a calça jeans com suas costuras.
E principalmente as jaquetas, como a Chore.
E a Detroit, que atualmente ocupa o quinto lugar no ranking de produtos mais desejados da plataforma Lyst. Sua viralização especificamente no âmbito da moda está diretamente ligada aos desfiles recentes incluindo o verão 24 da Prada e da Miu Miu, além da Louis Vuitton masculina, todas incluindo nas passarelas modelos que lembravam o característico design.
Feitas de canvas, tecido desenvolvido com algodão particularmente resistente, elas possuem golas em material contrastante, normalmente veludo cotelê, e são extremamente versáteis, refletindo a essência durável e funcional da marca.
Apesar das inúmeras "homenagens" recentes, que tentam oferecer versões premium dos designs com logos grifados e materiais artificialmente desgastados para trazer um aspecto vintage, os originais seguem sendo os best-sellers, comprovando o peso do legado da Carhartt e nos lembrando que a autenticidade pode ser o maior luxo.