O filme "Cruella", já disponível nos cinemas e pela plataforma de streaming Disney+, conta a história de origem de uma das vilãs mais populares do universo Disney, Cruella de Vil. Ambientada na Londres da década de 70, a trama mostra a evolução da personagem começando como a criativa e inexperiente, Estella, até se tornar seu poderoso e maquiavélico alter ego, Cruella.
A capital britânica é cenário ideal, já que justamente nessa época, foi berço da cena punk e a moda anárquica usada por adeptos do movimento coincide perfeitamente com o espírito ousado e subversivo da personagem polêmica. Mas o passeio pelo tempo não pára por aí, as referências históricas presentes nos looks nos transportam para períodos ainda mais distantes como a era vitoriana e toques de Maria Antonieta.
O figurino foi assinado pela vencedora de dois Oscars, Jenny Beavan (ela já foi indicada ao prêmio dez vezes!), e contou com mais de quarenta e cinco trocas de roupas, isso só falando na protagonista. Além de ser naturalmente estilosa, a responsabilidade de mostrar looks extravagantes na tela é reforçada pelo pano de fundo do mundo da moda. Na história, Cruella é uma aspirante a estilista que entra em conflito com uma designer consagrada e nada agradável - tipo uma versão psicopata de Miranda Priestley - Baronesa Von Hellmann, interpretada por Emma Thompson.
Aliás, as roupas usadas pela antagonista foram inspiradas nas clássicas criações de alta-costura de lendas como Christian Dior e Cristóbal Balenciaga: Imponentes, assimétricas e arquitetônicas, também merecem atenção. Porém, nada supera as produções exibidas por Estella/Cruella no longa e a gente te conta oito curiosidades e detalhes sobre o figurino para observar e quem sabe, incorporar um pouquinho da vibe Cruella às suas composições.
_ curiosidade 1
A cartela de cores icônica de De Vil: branco, preto, cinza e vermelho, é preservada na versão live action do filme, mas ganha um valioso companheiro, o dourado! O tom é eleito para trazer glamour extra aos seus looks. A paleta é sinônimo com a vilã e o adendo do metalizado adiciona toque glam rock.
_curiosidade 2
Os looks dela em versão criança já chamam atenção e estabelecem a sensibilidade estética excêntrica que continuaria ao longo da história. Reinventando o uniforme da escola com vários truques de styling que referenciam diretamente a moda punk: Muita customização DIY, recortes e detalhes em couro e alfaiataria desconstruída.
_curiosidade 3
Do seu característico cabelo P&B até as duas facetas da personalidade, como Estella e Cruella, a dualidade é tema importante e isso transparece no figurino: às vezes de forma literal, em peças construídas com dois lado diferentes, e em outras na capacidade de transitar por moods diferentes na mesma produção. Contrastes e opostos são essenciais na construção da psique da personagem, assim como em suas escolhas de vestuário.
_curiosidade 4
A alfaiataria é recorrente e referenciam as criações de designers consagrados, desde a rainha do punk, Vivienne Westwood, até nomes mais recentes da moda britânica como Alexander McQueen e John Galliano. O look com estampa de jornal remete a uma das coleções mais icônicas de Galliano para Dior, apresentada em meados dos 90s. Quem se lembra de outra personagem inesquecível, Carrie Bradshaw, usando peças com a estampa?
_curiosidade 5
Os shapes, impecáveis, são caso à parte: Looks acinturados com ombros marcados, que lembram as silhuetas dos anos 40, aparecem com frequência, assim como texturas e materiais interessantes, entre elas couro e verniz. Corselets e peças de inspiração boudoir são acompanhados de itens de influência militar reapropriados pela moda punk como coturnos e casacos de uniforme. Tudo em um mix extravagante e potente que representa muito bem a personalidade da personagem.
_curiosidade 6
Acessórios são fundamentais, assim como capricho com styling transgressor. Das boinas favorecidas por Estella, até as luvas, que vão se tornando mais frequentes à medida que ela vai se transformando em Cruella. Além das chokers, que também ganham destaque especial. Outro ponto alto são os disfarces quando ela incorpora estilos completamente diferentes, é em um desses momentos que ocorre uma situação inusitada: a personagem surge carregando uma bolsa da marca Louis Vuitton, até aí tudo bem, acontece que o modelo Capucines só foi lançado em 2013 e a trama se passa na década de 70. Vamos considerar o ato como licença poética da figurinista (o fato de Emma Stone ser embaixadora da grife francesa também deve ter pesado na decisão).
_curiosidade 7
Mais de um baile black tie aparece no filme e além de despertar saudades da vida pré-pandemia, quando bater cabelo na pista era opção, nos brinda com alguns dos melhores momentos fashion do roteiro. Entre eles, o vestido vermelho, inspirado em Charles James, com a capa branca, arrematada por capuz, é um dos looks mais impactantes. Apesar de ela não vesti-lo na trama, o vestido dourado desenhado por Cruella, tem papel mega importante no filme e é deslumbrante, lembrando criações de Alexander McQueen.
_curiosidade 8
Uma aula sobre como usar composições monocromáticas sem cair na monotonia, Cruella é adepta do preto total e lança mão de truques como mix de texturas para manter a emoção mesmo usando apenas uma cor. O conjuntinho de saia e casaco Patchwork de couro com ombros marcados vem à mente, assim como o último look, um híbrido entre blazer e capa, realmente arrebatador.
Agora conta pra gente, qual dos looks usados por ela vocês mais curtiram?