Tem uma peça do guarda-roupa que deixa qualquer look instantaneamente mais cool: a graphic tee. Se a lisa é uma forma de trazer polidez ao visual casual, a estampada é o segredo para emprestar personalidade à composição. Não é à toa que, nos últimos tempos, várias das nossas referências de estilo favoritas vêm desfilando com as suas.
O looping entre os 70s, 90s e Y2K segue incessante, alimentado pela nostalgia da moda desses períodos. O resultado é um cenário de tendências repetidas à exaustão e uma estética cada vez mais pasteurizada. Como resposta, o desejo por autenticidade e autoexpressão ganha força, e a camiseta gráfica representa exatamente esse movimento.

Dos anos 70, quando era símbolo de contracultura, aos 80, com a explosão da logomania, até os 90 e Y2K dominados por slogans irreverentes e streetwear, ela sempre refletiu o espírito do tempo. Agora, em 2025, ela ressurge em versões múltiplas, misturando décadas e abrindo espaço para interpretações infinitas.
Zoë Kravitz escolheu uma para divulgar seu último filme, combinando com short esportivo e salto alto, à la Carrie Bradshaw. A atriz e diretora já revelou que coleciona camisetas raras de bandas. De fato, essa relação afetiva com a peça também aparece em colecionadores vintage, e até fãs de cultura pop que tratam camisetas de turnê, filmes ou marcas antigas como peças de arquivo, muitas vezes ganhando status de itens de luxo com valores inflacionados e alto apelo emocional.

Jennifer Lawrence anda inseparável das suas, em proporções e estampas variadas, frequentemente contrastando com itens delicados, como saias de renda.

Dua Lipa é outro exemplo de quem tem múltiplas no armário sempre incrementando a produção com acessórios certeiros como cinto animal print e brincos de argola.

O fato é que elas estão por toda parte, com mensagens divertidas ou apelo mais kitsch — do tipo que comprou em loja de souvenir turístico.

E tem muitas formas de aderir, como jogar com blazer e jeans: truque de styling imediato para eliminar o clima sisudo do combo.

Tipo baby tee, com mensagem, pode ser uma maneira de compartilhar um pouco do seu pensamento. Ou apenas adicionar um ar despretensioso, mas não básico demais, ao look.

Também servem para exibir o gosto musical (ou não), levantando um debate que parece não ter fim: é preciso ser fã do artista para usar uma camiseta tipo merch? Afinal, gostar da estampa pode ou não ser considerado motivo suficiente?

Para quem busca algo mais autêntico, as opções com carinha vintage e logos antigos são boas pedidas. Aliás, brechós são ótimos lugares para garimpar uma.

A sobreposição com camiseta anda especialmente em alta em função do revival do grunge e funciona tanto com camiseta de manga longa quanto com camisa abotoada.

E quem pensa que elas pertencem apenas às ruas pode repensar: no resort 26 da Balenciaga, o último assinado por Demna, rolou homenagem à Britney Spears. E também a outras figuras pop associadas com a marca, como Kim Kardashian.

Muita gente torce o nariz para os modelos com logo de marcas, mas o desfile da Celine confirmou o retorno. E olha aí o styling com sobreposição novamente.

Modelos de arquivo, especialmente os lançados no início dos anos 2000, também entram na onda do revival. Como prova, essa da Chloé voltou a ser objeto de desejo.
Por fim, seja como item de colecionador, símbolo de fandom ou simplesmente um jeito de se diferenciar, o revival da camiseta gráfica abre espaço para ironizar, homenagear, protestar, se divertir — e, acima de tudo, se expressar.
