Um papo com Giovanna Ewbank sobre sua nova série A Magia de Aruna

por Miriam Spritzer

Tem série nova na Disney e a nova série da Disney Plus "A Magia de Aruna" é brasileira e tem no elenco nomes como Giovanna Ewbank, Cleo, Erika Januza e Suzana Pires. O enredo é pura magia e acontece no universo de bruxas e seres mágicos.

Conversamos com a Gio, que interpreta a bruxa Juno e ficamos ainda mais apaixonadas e curiosas para assistir à série. Aperta o play para entrar no clima da nossa entrevista e corre para conferir - "A Magia de Aruna" já estreou!

O quão divertido foi pra ti mergulhar nesse mundo de fantasia? É tão raro no Brasil ter esse tipo de produto para trabalhar.

Giovanna Ewbank: Acho que você falou a real: é muito difícil a gente ter produtos assim no Brasil, né? E quando surgiu essa oportunidade eu fiquei enlouquecida com a oportunidade de fazer isso. De poder fazer magia, né? Foi muito divertido, Miriam, foi muito gostoso, foi muito prazeroso. Eu não atuava já há 8 anos e foi um projeto que caiu na minha mão, que eu falei: "Não tem como eu não fazer, sabe?". É um projeto que eu acredito muito, inclusive, porque acho que aborda temas muito importantes para essa nova geração. Então, a gente não fala só da magia, né? Da bruxaria... A gente conta o que, de fato, são as bruxas, que a gente sempre teve na nossa cabeça, que bruxas eram más… Inclusive quando eu falei pros meus filhos que eu ia fazer uma bruxa, eles falaram: “Não, mamãe, você vai fazer uma bruxa má!”. Eu falei: “Não, calma, agora vocês vão entender o que eram as bruxas, né? Porque as bruxas nada mais eram do que mulheres fortes que enfrentavam a sociedade... Curandeiras, mulheres muito a frente do seu tempo… E isso, além da magia, me chamou muita atenção, também. E os outros temas, como a questão climática, questões sociais, bullying, diversidade... É uma série muito rica. Além dos efeitos especiais, para além dos efeitos especiais, né? Ela é muito rica em conteúdo, em símbolos importantes pras crianças, pra essa nova geração que tá crescendo e se formando no ser humano que serão, nos adultos que serão. Então, eu amei demais fazer, assim. 

 

Realmente, faz oito anos desde o último projeto de atuação que tu fez. Como foi esse retorno e porque tu topou fazer esse? 

G.E.: Ah, esse projeto me brilhou os olhos real. Bom, eu acho que todas nós já sonhamos ser uma princesa da Disney, né? Quem nunca sonhou em ser uma personagem da Disney? Uma princesa da Disney? E aí eu costumo dizer que eu ser uma bruxa da Disney superou totalmente as minhas expectativas, né? Então, primeiro o fato de eu poder falar pra Giovanna criança: “Cara, olha isso, você vai ser uma personagem da Disney.” Então, eu fico imaginando como eu reagiria quando eu era menor com essa notícia: “Olha, um dia você vai ser uma Princesa da Disney.” Incrível, né? E eu acho que o fato, também, de eu ter 3 filhos, né? Eu acho - acho não, tenho certeza absoluta - de que foi de imensa importância nessa decisão. Os meus filhos assistem à Disney todos os dias, né? Disney+, filmes, séries… E eu, pensando na possibilidade deles me verem ali na Disney, sabe? Toda noite a gente assiste alguma coisa da Disney antes de dormir… Imagina, a gente vai me assistir, a gente vai assistir a bruxa da Disney, sabe? Então, isso pesou muito assim na minha decisão. E eu fiquei 8 anos sem atuar porque eu tive outras oportunidades que foram muito importantes pra mim, e que a vida acaba nos levando, né? E a gente vai agarrando as oportunidades e as coisas vão acontecendo e, de repente, quando eu vi, já fazia 8 anos que eu não atuava. E nessa série, eu me lembro que quando eu entrei no setting, eu fiz a primeira cena, eu falei: “Meu Deus, como eu fiquei tanto tempo longe daqui?". Que delícia, que gostoso, sabe? Então, me acendeu algo assim, que eu nem sabia que eu tava sentindo falta. E tava, sabe? Então, olha que bonito é quando a gente faz movimentos por amor, como as coisas acontecem de maneira bonita, né? Eu, no caso, fiz por amor a mim, né? Por ser uma personagem da Disney... E aos meus filhos. E aí, quando eu vi, eu tava fazendo bem a mim mesma, sabe? 

 

Sim, se reconectou com aquela Giovanna que era atriz, que não fazia trabalho há muito tempo, né?

G.E.: Exato, exato.

 

Bom, já que você voltou pro setting de filmagem, eu preciso saber… Nós trabalhamos no Steal The Look, né? A gente gosta de roubar dicas de pessoas que a gente admira e tu claramente é uma delas. Então, o que não pode faltar no seu camarim?

G.E.: Mas eu não vou falar de coisas de look.

 

Não precisa ser coisas de look. Podem ser coisas tuas que você precisa ter ali.

G.E.: Água. Eu bebo muita água, então eu preciso sempre de garrafinhas de água. E tomada, né? Pra carregar meu celular. Pra poder falar com meus filhos e tudo mais. Eu acho que isso, assim. Eu não preciso de nada além disso. Ah, de repente um papel e uma caneta também. Eu não consigo ler nada no celular nem anotar nada no celular. Eu sou das antigas, eu anoto as minhas coisas, eu anoto as falas pra memorizar. Então, eu não sou do celular, do tecnológico, eu preciso de papel na mão e caneta, sabe? 

 

A gente sabe que toda a função das princesas, bruxas da Disney tem aquela coisa do figurino, dos vestidos, dos acessórios… E qual foi a coisa mais especial pra ti do teu figurino? Como foi essa experiência? Porque a Juno tem um figurino lindíssimo, então deve ter sido sensacional vestir aquilo, se colocar na personagem…

G.E.: Lindo demais, assim. Acho que nós três, quando a gente colocou o figurino pela primeira vez foi: “Gente, que isso? Não quero nunca mais tirar esse figurino. Eu lembro que a Juno tinha até uma bota azul que era a coisa mais linda, antiga assim, sabe? Mas acho que o corset dá essa estrutura, né? De princesa, essa coisa mais medieval e tal… Eu acho que o corset dá esse toque no look. E elas tinham uma capa também, uma capa, inclusive, bem pesada que a gente tinha que, durante uma cena e outra, tirar porque ela era muito pesada, porque são figurinos antigos mesmo. Eles não mandaram fazer, eles resgataram alguns figurinos antigos e reformaram pras bruxas. Então, o corset era algo que eu ficava enlouquecida de trazer pra casa pra usar com jeans. Rs. A botinha azul da Juno, que é uma coisinha, e o mais difícil do figurino era a capa. A capa era assim, algo do tipo: “Meu Deus, vamos acabar logo essa cena pra tirar logo essa capa.” Porque era PESADA.

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Foto: A Magia de Aruna (Reprodução)


Já que tu trouxe essa vontade de levar algo pra casa, eu tenho que te perguntar também se tu levou algo, tanto do cenário ou do figurino como um souvenir pra casa. 

G.E.: Não nos deixaram levar, você acredita? Eu sempre levo, né? Alguma coisinha da personagem, mas acho que todas nós estamos torcendo pra que tenha uma segunda temporada, então eu acho que, por isso, a figurinista de repente falou: “Não, vamos torcer… Eu vou segurar aqui esse figurino pra vocês não saírem andando por aí… porque era muito lindo o corset. Assim, com jeans ia ficar a coisa mais linda do mundo.

 

Bom, a gente já sabe, né? Se aparecer um corset por aí… E outra coisa que eu queria te perguntar é sobre a construção da personagem. Porque ela é uma bruxa emotiva, ela é otimista, ela tem dificuldade de tomar decisões, é alegre, super maternal… Então, como foi pra ti criar essa personagem? Porque ao mesmo tempo, tu comenta que tem essa parte de ter força, de ter poderes e tal, mas tem um lado aí dela que é super soft, então deve ter sido interessante montar isso.

G.E.: Eu sou apaixonada pela Juno, pela minha bruxa. Ela é o alívio cômico das bruxas. Então, ela é muito divertida, ela é muito alegre, ela é muito otimista… tudo pra ela sempre vai dar certo, sempre tá tudo bem, ela nunca tá vendo o perigo, ela é atrapalhada, ela é leve. Então, acho que as nossas personagens, eu costumo dizer que a Disney escolheu a dedo, né? Porque tem muito da gente, tem muito da nossa personalidade na personagem. Então, eu acho que tem um pouco de mim nessa personagem e eu trouxe um pouco dessa personagem pra mim também. Ela é do elemento Água. Em todas as minhas entrevistas eu falo que eu tenho uma relação com a água muito forte. Então quando eu preciso rezar, mentalizar, eu vou pra cachoeira ou eu vou pro fundo do mar. Então, eu sempre tive essa relação com a água. Eu fui nadadora profissional, eu nadava profissionalmente de 13 a 15 anos. Então, eu sou uma mulher da água e eu acho que eu parti muito do princípio do elemento da Juno, sabe? Que é a água. A água é fluida, a água é leve. Quando vê, a água já tá lá na frente, já escorreu, já tá lá na frente e a Juno é meio assim. Quando vê, nossa, ela já desapareceu, já foi lá pra frente, sabe? A construção pelo elemento, e aí foi acontecendo e eu trouxe muito da Juno pra mim. Eu sou virginiana, eu sou toda certinha, tenho meu planner, toda organizada, logística, três fihos…”Esse horário vai pra escola, esse horário não sei o que…” Então, eu sou essa pessoa. E aí durante as gravações, ela [Juno] é tão leve, a personagem é tão “Ah, não liga pra nada.”, só quer ser feliz e tá tudo certo, que durante as gravações eu senti essa energia vindo comigo pra casa, sabe? Então, foi gostoso, assim… A gente teve uma troca, eu e Juno, que foi muito especial, sabe? 

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Foto: A Magia de Aruna (Reprodução)

Sim, tu conseguiu levar coisas da Juno pra ti, certo? Demais! E por ser uma produção que tem muito efeito especial, tem aquela situação que a gente grava, depois quando a gente assiste o resultado final é completamente diferente do que a gente imaginava na hora da gravação. Qual foi a tua maior surpresa com a série finalizada? Porque na hora da gravação tem vários detalhes ali que a gente não consegue nem saber, que não tá na tela.

G.E.: Eu acho que o mais interessante dessa série foi uma cena onde nós nos transformamos em uma árvore. Eu, a Cleo e a Erika, as nossas personagens se abraçam e aí elas se transformam numa árvore e depois elas reaparecem. Essa árvore se desfaz, a gente vira as bruxas novamente 300 anos depois. Então, essa cena foi muito interessante porque tinha um chroma atrás, aquele clássico verde. E aí a gente tinha que entrelaçar e a gente tinha que chorar e a gente fazia movimentos e chorava e fazia uns sons… E a gente falava: “Meu Deus do céu, que que vai ser isso?”. A gente precisava ver essa cena urgente de como vai ser. Porque cada uma fazia um som… E aí, a gente riu muito durante essa cena… Como várias outras cenas, a gente se divertiu demais fazendo, mas acho que essa cena foi muito especial. E quando a gente viu no telão, ficou linda a cena, a gente falou: “Caraca, conseguimos, olha que massa.". Então, acho que essa cena específica.

 

Bom, então só pra finalizar, a pergunta que eu tenho pra te fazer é que tu trouxe o comentário das princesas da Disney, e a gente sabe que tem aquela coisa, cada uma tem a sua princesa favorita ou o seu personagem favorito… Qual era o teu filme da Disney ou a tua princesa favorita da Disney na infância?

G.E.: Sempre foi a Ariel, sabia? Tudo pra mim era “aniversário da Ariel”, inclusive por conta da água. Eu sempre fui uma criança da água. Então, ela morar no fundo do mar, pra mim, era algo assim: “Nossa, que coisa linda!”. E eu vibrei muito quando a Pequena Sereia, agora no cinema, era uma sereia preta. Foi algo muito especial minha princesa, que eu sempre amei a minha vida inteira, de repente no cinema, uma sereia preta. Foi algo assim, pra mim, muito especial, sabe? E ela sempre foi a minha predileta disparado. 

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Foto: A Magia de Aruna (Reprodução)
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