Hoje é o Dia Mundial do Rock e para celebrar essa data resolvemos reunir duas coisas que amamos: moda e música. Para isso, vamos homenagear mulheres do rock que quebraram barreiras e deixaram sua marca através do estilo. São ícones que, à sua própria maneira, reinventaram o que é fazer rock e mostraram que ele vai muito além da música, e é, assim como a moda, uma forma de expressão, de protesto e de celebração da liberdade. Conheça (ou relembre) o legado dessas dez mulheres inspiradoras:
Tina Turner
O cabelo louro em camadas com um super volume, vestido curto brilhoso e salto alto fizeram parte do visual mais marcante do rock. Tina Turner fez história na música e na moda. A voz marcante, o fôlego inigualável e as danças no palco foram alguns dos elementos que a tornaram lendária e garantiram o título de rainha do rock.
Sua imagem destoava de tudo o que era associado à imagem dos cantores do gênero. Ela marcou o rock sendo ela mesma: uma mulher que gostava de looks chamativos, brilhosos, com as pernas de fora. E assim, rompeu barreiras e quebrou estereótipos.
Tina inspirou Bob Mackie na criação do icônico “flame dress”, que mais também foi usado por artistas como Beyoncé e Cher. O estilista criou diversos looks para a cantora ao longo dos anos.
Uma das imagens mais famosas e referenciadas da cantora foi o look usado durante a turnê Private Dancer, em 1985. O vestido curto de sempre foi combinado com jaqueta jeans e meia arrastão. A produção ficou tão marcada na imagem de Tina, que ela ganhou até uma Barbie em sua homenagem com esse visual.
Janis Joplin
Ícone do rock psicodélico, Janis Joplin marcou uma geração com sua música e seu estilo. Com uma versão menos estampada do estilo hippie, com uma pegada mais boêmia, com as roupas coloridas, bagunçadas, cheias de acessórios e camadas. Óculos redondo, toucas e casacos de pelo e coletes de crochê marcaram a imagem de Joplin.
Assim como influenciou o rock no curto tempo de carreira, também foi um marco na moda, com um estilo que é copiado até hoje e é referência quando se fala da moda nos anos 1960.
Suas roupas combinavam com sua personalidade: divertida, ousada, à frente de seu tempo. E assim ela inspirou gerações de mulheres dentro e fora do rock.
The Supremes
Grupo negro mais famoso dos anos 1960, The Supremes era composto inicialmente por Florence Ballard, Diana Ross e Mary Wilson.
O visual glamouroso nos palcos e os looks combinando foram a marca registrada do trio. Elas definiram como as mulheres, principalmente negras, se vestiam na época. E viraram referência para outros girl groups que surgiram depois.
O estilo das três tinha um glamour que parecia inato em cada uma delas, com peças bordadas, brilhosas e elegantes, dignas das estrelas que elas eram.
Entre os estilistas que mais criaram para o grupo, estavam Bob Mackie e Michael Travis. Eles foram os responsáveis por designs icônicos, que precisavam ser constantemente reinventados, já que o que elas vestiam era muito importante para o público.
Joan Jett
Joan foi uma das mulheres do rock que desafiou os padrões de gênero no meio. Com seu lápis de olho preto e um mullet tão escuro quanto, a cantora, que começou a carreira na banda The Runways, foi a referência de toda uma geração.
Com seu estilo, criou um “uniforme” do rock, com camisetas cheias de frases rebeldes, jeans desbotados, botas, jaqueta de couro e muitos acessórios pesados, um visual que é adotado por roqueiros e inspira estilistas até hoje.
Apesar da predominância do preto, as cores dão um toque autêntico ao estilo de Joan, que não tem medo de misturar tons e exagerar nas combinações.
Grace Jones
Grace Jones é uma das mulheres do rock mais multifacetadas que existem. Sua carreira começou nas passarelas, o que lhe rendeu oportunidades de atuar. Mas Grace não parou por aí: ela entrou para a indústria musical e foi consolidada como cantora com álbuns que misturavam rock, soul e a disco music, todos gêneros de raiz negra.
Com um estilo andrógeno e o afro quadrado, a imagem de Grace Jones foi perpetuada nas semanas de moda, nos cinemas e nos videoclipes. Ousada e irreverente, as maquiagens eram sempre chamativas e o visual futurista, com peças de estilistas como Karl Lagerfeld e Azzedine Alaïa.
Chapéus, máscaras, blazers, luvas e maxi acessórios compuseram a imagem única e maximalista de Grace Jones, que influencia a imagem de moda da cultura pop até hoje.
Poly Styrene
Pioneira do Punk Rock, Poly Styrene — nome artístico de Marienne Joan — foi uma das mulheres do rock que ajudou a definir a estética punk, com a banda X-Ray Spex. Com suas ideias sobre racismo, feminismo e consumismo, criou melodias contagiantes e letras fortes.
Quando se trata do seu estilo, ela era uma pessoa que defendia a moda sustentável. Escolhia peças duráveis e de qualidade e não consumia nada de fast-fashion. Além disso, ela manifestava o que acreditava através das suas roupas, não aceitando ser definida por estereótipos da sua raça ou gênero.
Como reação a escuridão associada ao punk, ela escolhia cores fluorescentes e estampas, inspiradas na cultura do povo somali. Ela, inclusive, fazia suas próprias roupas como ninguém na época. Poly usava materiais reciclados de todo o tipo que davam um tom lúdico para suas criações.
Seu cabelo cacheado volumoso e o aparelho nos dentes também foram grandes marcadores do seu estilo.
Poly Styrene fez do rock e da moda plataformas para espalhar o que acreditava e por isso é tão relevante e tem um trabalho que continua atual.
Courtney Love
Um dos grandes nomes do grunge, a cantora estourou nos anos 90 como vocalista do grupo Hole. Apesar de dividir opiniões, é inegável sua contribuição para a música e a importância como uma das vozes femininas que mais se destacou no grunge.
Seu estilo não foi diferente. É considerada uma das precursoras do Kinderwhore, que contrapõe elementos como vestidos rodados estilo boneca e mary janes com maquiagens pesadas e cabelo bagunçado.
Para além dessa estética, Courtney também abusou dos visuais elegantes com uma atitude que era só dela. Por conta disso, seu estilo foi um dos mais marcantes dos anos 90, ora com uma beleza clean e looks de gala, ora colocando o drama e a rebeldia do rock em suas produções.
Debby Harry
Uma das responsáveis por consolidar o new wave junto ao grupo Blondie, Debby Harry é mais uma das mulheres que fizeram história no rock. Com hits atemporais e a influência de vários gêneros em sua música, Debby se destacou no cenário mundial.
Além disso, seu estilo super feminino ajudou a popularizar a estética punk. Misturando o sexy com a rebeldia do rock, ela se tornou um dos grandes ícones de moda dos anos 1970.
Transparências, decotes e botas over the knee foram alguns dos elementos mais amados (e usados) pela cantora ao longo de sua carreira. O cabelo loiro, como não podia deixar de ser, é desejado (e copiado) até hoje.
Debby foi muito além do rock e se consagrou como um ícone, sendo aclamada dentro e fora da indústria da música.
Rita Lee
Rainha do rock brasileiro, Rita Lee é um dos maiores nomes da música nacional. De seu período com os Mutantes à carreira solo, sempre movimentou a cultura brasileira muito além das canções. Seu estilo, que combinava com a personalidade irreverente, ficou marcado na moda e foi uma grande referência do tropicalismo.
Ela fazia os figurinos das capas dos próprios álbuns e vestia os integrantes dos Mutantes com produções que traduziam o movimento tropicalista e que marcaram a influência do rock brasileiro na moda.
O cabelo vermelho com franja, os óculos redondos e as peças quase teatrais viraram marca registrada da cantora, que teve parte do seu acervo exibido em uma mostra que homenageava seus looks icônicos.
Beth Ditto
A ex-vocalista da banda de indie rock Gossip tem uma voz potente, que é comparada a outras grandes cantoras como Janis Joplin e Etta James. Ela se tornou um ícone do rock tanto por seu talento, quanto por sua luta contra a gordofobia e LGBTfobia.
A moda é parte fundamental da vida e da carreira de Beth. Com roupas ousadas e que mostram a presença que ela é, a cantora desafia padrões e defende uma moda mais inclusiva e a liberdade de se expressar através dos looks. Com produções coloridas e divertidas, maquiagens chamativas e um cabelo que mudou de cor várias vezes ao longo dos anos, Beth não passa despercebida e é referência de milhares de mulheres.
Ela, inclusive, lançou sua própria marca de roupa plus size, para as mulheres que, como ela, ainda encontram dificuldades em encontrar peças pensadas para o corpo gordo.
Suas capas de revista e editoriais são sempre muito icônicos assim como ela. Beth fez história no rock e na indústria da moda.