A jornada da LEE Jeans no Brasil: um papo com Renato Abras, CEO da Marca

por Izabela Suzuki

Renato Abras assumiu a operação da LEE Jeans no Brasil há cerca de oito anos, após a marca passar por outro franqueado. Desde então, ele e sua equipe vêm se dedicando ao crescimento da marca, que, segundo ele, tem registrado uma média de 30% de aumento anual. "Assumir a LEE foi uma oportunidade de expandir nossa expertise no mercado de moda, especialmente no segmento de jeans, que sempre foi parte da nossa história", destaca Renato.

Ele menciona que a proposta inicial foi desafiadora, principalmente porque a LEE, uma marca global, exige altos padrões de qualidade e controle. "A operação no Brasil é complexa, e muitos não percebem o rigor necessário para trazer uma marca desse calibre para o nosso mercado."

E quando me confiaram a missão de conversar com o Renato e também com a Bruna Gunella, diretora executiva do Grupo Garra, fui atrás de entender um pouco mais sobre a história da LEE e sua jornada no Brasil. Abaixo, te conto com mais detalhes o que torna a marca um diferencial por aqui. 

Homem vestindo camisa jeans posando ao lado de arara com roupas diversas. Estilo casual e atemporal, destacando tendências de moda denim. Fundo com logotipo da marca em destaque, criando um visual moderno e autêntico.
Foto: Renato Abras, CEO da LEE Jeans no Brasil (Reprodução)


não conhece a LEE? a gente te conta mais!

Dos cowboys a James Dean e Brigitte Bardot, o jeans é uma figura emblemática na história da moda, e eles têm em comum a LEE Jeans. Criada em 1889 com o slogan "o Jeans que construiu a América", a primeira fábrica foi aberta em 1912, e, no ano seguinte, Lee lançou o primeiro macacão de uma peça: o icônico Union-Alls, projetado para proteger as roupas acima e abaixo da cintura.

Ao longo dos anos, a marca ganhou ainda mais visibilidade, chegando a criar o famoso boneco Buddy Lee para promover seus macacões irreverentes. A LEE atravessou décadas, passando pela silhueta boca de sino dos anos 70 e pelos "mom jeans" dos anos 80, mantendo-se irreverente e relevante até os dias atuais.

Quando chegou ao Brasil, para nossa alegria, trouxe um toque mineiro em sua essência. Renato explicou que a LEE opera de forma bastante peculiar no país, com 70% de seus lançamentos sendo definidos pela matriz internacional, e os outros 30% adaptados para atender às particularidades do mercado brasileiro.

É desafiador, porque o Brasil não é um país, são vários em um. Temos um público diversificado, climas diferentes e um dinamismo único. Nosso maior objetivo é manter a LEE relevante em todas essas regiões."

Campanha fotográfica LEE Jeans Brasil com três pessoas usando camiseta branca e jeans pulando em um sofá felizes.
Foto: Summer 25 'Lee Jeans Brasil' (Reprodução)

Ele também falou sobre a logística envolvida em atender locais distantes e menos acessíveis, como o Amazonas, algo que exige uma estrutura robusta e eficiente.

Outro ponto abordado foi a estratégia de Fast Fashion que a LEE Jeans implementa. Renato mencionou que a marca consegue se adaptar rapidamente às tendências emergentes, oferecendo micro coleções ágeis e mantendo sempre uma linha de produtos básicos. "A pesquisa é fundamental para o nosso sucesso. Além de análise de dados e indicadores, nossa equipe está sempre atenta às tendências globais e às preferências do consumidor brasileiro. São Paulo, por exemplo, é um grande termômetro para a moda no país", comentou.

A gestão eficaz de uma marca icônica como a LEE passa também pelo respeito às suas raízes. Renato faz questão de manter a essência da marca intacta, ao mesmo tempo em que oferece liberdade criativa para inovar em 30% do portfólio. "Essa flexibilidade é essencial para que possamos nos conectar com o consumidor brasileiro, respeitando o DNA da marca, mas oferecendo algo que faça sentido para o nosso mercado."

jeans clássico X novas tendências no mercado

No Brasil, o público tem uma relação muito particular com o jeans. Enquanto o mercado internacional, como o americano, tende a valorizar cortes mais tradicionais, aqui existe uma maior valorização por peças que se adequem às especificidades do corpo brasileiro, como o caimento ajustado ao quadril. Renato menciona que marcas premium enfrentaram desafios ao tentar replicar fórmulas internacionais, pois o consumidor brasileiro busca mais do que estilo – ele busca conforto e ajuste, o que torna essencial que as peças sejam produzidas localmente, adaptadas às preferências regionais. Isso revela uma carência no mercado nacional, especialmente nos segmentos A e B, em que a demanda por qualidade e inovação ainda supera a oferta.

Renato destacou que, além de focar no consumidor brasileiro, a produção 100% nacional garante uma adaptação perfeita aos tecidos e modelagens que melhor se adequam ao nosso clima e biotipo. Ele também enfatizou que a sustentabilidade é uma prioridade na LEE, especialmente no que diz respeito ao tratamento de água nas lavanderias e descarte de resíduos. No entanto, ele aponta que o mercado de tecidos reciclados ainda está em crescimento no Brasil, enfrentando limitações de custo e de qualidade, mas é uma área em que a empresa está empenhada em evoluir. O compromisso com iniciativas como a coleta reversa e a certificação de processos sustentáveis reforça o cuidado que a marca tem em minimizar seu impacto ambiental.

Pessoas descontraídas em um sofá, vestindo roupas casuais e modernas. Camisetas básicas pretas e brancas combinadas com jeans azuis e brancos, estilo jovem e descontraído. Ambiente acolhedor com decoração vintage.
Foto: Summer 25 'Lee Jeans Brasil' (Reprodução)

diversidade na moda nacional e os planos da LEE

O mercado de moda no Brasil é extremamente diverso, com preferências regionais bem marcadas. Renato Abras, CEO da LEE no Brasil, comenta: “O que vende no Sul é totalmente diferente do que vende no Nordeste. A skinny jeans, por exemplo, ainda é um clássico que vende bem em algumas regiões, mas em outras, o público prefere modelagens mais soltas como a wide leg.” Essa pluralidade exige uma adaptação constante das marcas, que precisam atender a diferentes gostos e necessidades.

Renato também ressalta a importância das releituras de peças clássicas: “A gente consegue mexer nas modelagens, colocando um pouco de elastano em calças que parecem cem por cento algodão, garantindo mais conforto sem comprometer o visual clássico.” Essa abordagem, que combina tradição e modernidade, é o que mantém a LEE relevante em um mercado competitivo.

No ambiente digital, a LEE Jeans foca no fortalecimento da marca, mas com uma estratégia humanizada. Renato acredita na importância de parcerias autênticas: “A gente busca muito influenciadores que realmente acreditam no produto, independentemente do número de seguidores. O que importa é transmitir verdade.” Essa abordagem é voltada para criar um engajamento mais genuíno e de longo prazo com os clientes.

A marca também planeja expandir sua presença física com a abertura de uma loja em São Paulo, cidade que, segundo Renato, “é o ponto de partida ideal, por ser uma das grandes referências de moda no Brasil e concentrar muitas tribos e estilos diferentes.”

Por aqui, aguardamos ansiosamente pela abertura da loja e se já é fã da marca, separamos algumas peças estilosas para você roubar. 

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