Carol Biazin fala sobre relação com a moda, novo projeto e próximos passos

por Karen Merilyn

Carol Biazin é uma das artistas em ascensão no pop nacional e se destaca pelo seu talento como cantora, compositora e multi-instrumentista. A cantora, que ganhou destaque ao participar da sexta temporada do The Voice Brasil, em 2017, conquistou uma base de fãs fiéis e vem fazendo trabalhos sólidos, com teor pessoal e que saem do lugar-comum no gênero. 

Seu mais novo trabalho é “No Escuro”, onde ela experimenta novas sonoridades em um álbum que fala muito de suas vivências com temas como amor sáfico, relação com a família, conquistas, sonhos e medos, convidando o público a refletir sobre identidade pessoal e autoconhecimento. 

Nós batemos um papo com a Carol Biazin, que compartilhou um pouco desse processo de construção do novo álbum, além, é claro, de toda a parte visual, que inclui bastante do seu estilo pessoal. O que mais podemos esperar nessa nova era? A própria Carol nos responde. Vem ver a entrevista completa: 

Carol Biazin vestindo calça e jaqueta jeans estilo patchwork. Look despojado, combinando com camisa branca e acessórios modernos, incluindo braceletes e anéis. Tendência streetwear com um toque retrô.
Foto: Carol Biazin (Divulgação)


Como funciona seu processo de composição de uma música? Elas são sempre pessoais?

Carol Biazin: Eu estou sempre escrevendo sobre as minhas vivências, das coisas mais boas às nem tão boas assim… acho que é a forma que encontrei para tirar do peito. Então, antes de começar uma música, eu sempre me pergunto qual vai ser o tema da vez. Durante o processo, até podem surgir outras ideias de temas, mas eu acho importante sempre existir um norte na minha mente.

E para escolher os feats? Você geralmente já tem uma ideia de com quem quer colaborar quando a música nasce ou é um convite que acaba rolando depois?

C.B.: Eu acho que nunca escrevi uma música pensando em alguém específico para colaborar comigo. Acredito que meu inconsciente já faz isso por conta própria (risos), até porque tem muita gente que admiro e acompanho o trabalho. Eu acredito muito na naturalidade das coisas e também na conexão que se tem que criar antes de colocar uma música no mundo.

Quando você percebeu que era a hora de lançar um projeto novo?

C.B.: Eu tinha novos sentimentos destravados no meu coração, eu não queria deixar aquilo guardado e muito menos que aquilo envelhecesse dentro de mim. E quando eu olho para o “No Escuro”, vejo um projeto tão atual e maduro ao mesmo tempo. Não só na produção, mas também na forma de abordar assuntos como amores líquidos, relações rasas, a rapidez de tudo, a nossa impaciência e frustrações com os nossos sonhos e nossas crenças.

Carol Biazin usa camiseta branca com detalhes em vermelho, calça jeans larga e exibe tatuagens nos braços. O look casual e despojado é complementado por uma guitarra ao fundo, representando uma tendência de moda jovem e descontraída.
Foto: Carol Biazin (Divulgação)

Quais as principais diferenças entre No Escuro e REVERSA, seu álbum anterior?

C.B.: Posso começar falando pela sonoridade. As referências sonoras vieram muito mais de um lugar de vivência do inconsciente do que de referências conscientes. Eu sabia que, neste álbum, não teria um início, meio e fim, mas um tanto de interrogações sem respostas. Vejo hoje um projeto muito mais cru e sincero, talvez por ter sido escrito em tempo real — conforme eu sentia, já botava no papel. Busquei explorar minha voz em outras regiões, principalmente nos graves, e misturar sons urbanos com um pouco mais de sujeira nos graves, mas ao mesmo tempo com menos elementos na produção. No Escuro, pra mim, é um novo caminho para o meu pop.

Como você idealiza a parte visual do álbum?

C.B.: Eu queria que fosse um álbum de momentos, de vibe e de mood. O visual acompanha esses momentos, por isso escolhi trazer pros visuais e capa algo que me mostrasse vivendo. Quis fugir dessa ideia de uma capa muito posada, feita dentro de um estúdio. Precisava que fosse palpável e real.

O que é importante para você na hora de traduzir o conceito do álbum e a história das músicas em imagens?

C.B.: Visualizar uma música é uma das coisas que mais me ajuda na hora de explicar um sentimento. Fiz isso em cada faixa. No final, meu objetivo é fazer as pessoas sentirem e se deixarem levar pela música. Acho que nenhuma explicação ficaria tão clara quanto parar para ouvir.

Carol Biazin usando lenço estampado na cabeça, camiseta branca com logo Levi's e jeans. Estilo casual e descontraído, combina tendências vintage com toque moderno. Acessórios incluem chaveiro pendurado na calça. Roupa sugere conforto e simplicidade.
Foto: Carol Biazin (Divulgação)

Como você usa a moda nessa parte?

C.B.: No Escuro é um disco onde trouxe muita verdade sobre mim, e acredito que isso precisa estar presente em todas as formas de expressão. Na moda, não poderia ser diferente, então a ideia é apostar em um estilo que traga conforto e personalidade em qualquer ocasião, com looks mais urbanos, versáteis e atemporais. A Jaiara foi trazendo as ideias, mostrando algumas peças, acessórios e sobreposições e fomos ajustando tudo.

Me fala um pouco sobre o processo de criação dos looks para o No Escuro. Como começou seu trabalho junto com a Jaiara?

C.B.: Eu e a Jaiara (stylist) começamos a trabalhar juntas para esse projeto. Tivemos algumas reuniões e ela já pegou a essência do que queria, sobre trazer um visual que fosse muito sincero e próximo de quem eu sou. A gente começou a pensar nos looks de uma forma prática, sem perder a essência. Trouxemos elementos urbanos e confortáveis, muitas peças oversized que fazem parte do meu cotidiano. Queria que todas as peças de alguma forma representassem eu Carol na totalidade. Seja no íntimo ou no lado artístico.

Carol Biazin sentada em uma rede, vestindo calça jeans larga, regata branca, tênis azul e boné azul. Acessórios incluem um lenço xadrez vermelho e branco na cabeça e tatuagens no braço.
Foto: Carol Biazin (Divulgação)

Já que as letras do novo álbum expressam seus sentimentos e quem você é por dentro, você usou os looks para também mostrar mais de você para além da imagem artística?

C.B.: Eu quis tirar algumas camadas, na verdade. Sempre usei roupas na Carol artista para me diferenciar da Carol do dia a dia, mas esse álbum era tão de dentro que eu entendi o que devia fazer. Quero ficar à vontade, usar roupas mais práticas, que eu não precisasse me preocupar em como sentar ou se meu pé estava doendo. Também estava cansada de entregar um pop que se distanciava tanto do meu mundo real. Prometi para mim mesma que ninguém ia me convencer a usar unhas maiores que meus dedos — apesar de lindas e poderosas, não têm nada a ver comigo (risos).

Qual seu look favorito dessa era até agora?

C.B.: Eu amo um look que fizemos de última hora no clipe de “NQMA”. Era uma regata, com um boné e uma camisa na cabeça (que foi para me esconder da chuva na verdade, mas acabei gostando e usei no clipe). Mais uma vez, a praticidade falou alto.

STL: O que podemos esperar das produções de moda para os shows da turnê?

C.B.: Pretendo trazer muito do que já tenho no meu dia a dia. Se for para pesar em algo, será nos anéis — em todos os dedos, de preferência (risos). Estou viciada em acessórios. Quero usar as cores do álbum no palco também, não no look todo, mas talvez em algum detalhe. Tenho tentado trazer mais cor para minhas roupas.

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