Colágeno, injetáveis e outras tendências de beleza para os próximos anos
Se você já pensou em como produzir mais colágeno, amenizar sinais de expressão, ou cogitou fazer algum tratamento para prevenir o envelhecimento, saiba que não é a única! Entender a passagem do tempo, e aprender a se relacionar com as mudanças que ela traz é muitas vezes um desafio. Para as mulheres em especial, essas mudanças são acompanhadas de arquétipos, pressões e cobranças. Conforme amadurecemos, vamos aprendendo a separar o que são demandas e pressões externas, e a legitimar os nossos desejos - sejam eles quais forem.
Junto a esses desejos, entender os movimentos culturais, sociais e da indústria da beleza é essencial para encontrar um equilíbrio na relação com o envelhecer. Estivemos no Skin Experience, evento da Galderma, que reuniu profissionais da saúde, influenciadores e imprensa para uma imersão no futuro do mercado de estética e skincare. O evento é baseado em um estudo desenvolvido por profissionais de diferentes países e áreas, como saúde e comunicação, e apresenta as principais tendências de comportamento, mercado e consumo de beleza que encontraremos nos próximos anos.
“A busca pelo autocuidado entre os brasileiros aumentou nos últimos anos, despertando interesse não só pelos cosméticos, mas também por procedimentos estéticos injetáveis. Apesar de muitas pessoas ainda terem uma visão distorcida sobre o assunto, é importante destacar que esses tratamentos vão muito além da busca pela beleza, já que consistem em uma forma de promover melhorias na qualidade e saúde da pele”, comentou o cirurgião plástico Luddi Oliveira (CRM-MG 58918).
Te contamos agora o que esperar:
1. estética consciente
Hoje, não conseguimos falar de futuro sem pensar nos impactos que deixaremos no mundo. A palavra-chave que resume essa tendência é sustentabilidade. Quais são os efeitos de produtos e tratamentos no organismo, na natureza, se há algum descarte no meio ambiente e como se dá a produção dos mesmos têm sido pontos cada vez mais importantes para o consumidor. Seja na busca por colágeno, hidratação ou outros tratamentos, os valores estéticos se alinham aos éticos, e visam uma aparência mais natural. "O ethos do movimento de beleza consciente alcançou o mercado estético, popularizando procedimentos e produtos com menor impacto ambiental e de aspecto natural. Com isso, aquele consumidor consciente sobre meio ambiente e sua própria saúde espera que a estética abrace o sustentável, o ético e o natural. É um paciente que exige transparência: busca entender o que ele está fazendo e por que, qual o resultado esperado e o impacto para o ambiente", afirma o dermatologista Walter Loureiro (CRM-PA 10995),
Sustentabilidade também engloba a manutenção dos tratamentos. A facilidade de mantê-los e seus efeitos, e a durabilidade ganha destaque. Fazer menos intervenções, com mais constância, ao invés de fazer muitas coisas de uma só vez.
2. beleza proativa
Lembra daquele filtro de passagem do tempo, que viralizou no TikTok? Muitas pessoas se reconheceram na imagem de familiares mais velhos, e se questionaram a respeito do envelhecimento, tecnologia e genética. Essa tendência aborda todos esses reflexos. Aqui, a beleza é pensada de forma preditiva ao invés de corretiva, ou seja, existe uma tendência ao aumento pela busca por tratamentos que previnam o envelhecimento da pele, como os bioestimuladores de colágeno.
“Estamos vivendo cada vez mais e é natural que queiramos viver melhor, inclusive no que tange à aparência e qualidade da pele. A tendência da Beleza Proativa captura bem como as gerações mais novas já estão se preparando para o futuro, enfatizando a importância de abordar o envelhecimento antes que ele seja aparente” explica a cirurgiã plástica Alessandra Haddad (CRM-SP 69000). A toxina botúlinica preventiva, lasers, e boosters de ácido hialurônico também devem ganhar mais espaço.
Nessa busca por tratamentos preventivos, os resultados de antes & depois não são muito impactantes. A medida que o tempo passa, a eficácia dos tratamentos se torna mais evidente. “Tratamentos conhecidos como ‘tweakments’, pequenos tratamentos de grande impacto na jornada de prevenção, tanto para rugas quanto para manutenção de colágeno e qualidade de pele, por exemplo, serão vencedores nesse contexto”, explica a dra. Alessandra. Há um destaque especial para a responsabilidade médica, de entender tendências, comportamentos, e as demandas ao nível coletivo e individual para encaminhar para tratamentos.
3. fãs da beleza
De forma resumida, são os fandoms, que influenciados por seus nichos, buscam transformações estéticas. Esse fenômeno é alimentado pela cultura das redes sociais, e a intensidade com que temos contato com imagens hoje em dia - sejam elas de celebridades, ícones de games, filtros digitais ou personagens de anime.
Um exemplo disso é o que a pesquisa batizou de 'core fandom' - todos os movimentos e as microtendências de estéticas que surgem por meio de hashtags e trends nas redes.“Nesse caso, a estética é vista como uma possibilidade de aproximar a lacuna entre fantasia e realidade, levando aos profissionais de saúde a necessidade de gerenciar as expectativas muitas vezes irrealistas dos pacientes”, diz o influenciador Jardel Edebran, que participou da construção do relatório NEXT.
As linhas entre a realidade e projeções fantasiosas se misturam, impulsionando buscas por alterações mais extremas. Nessa hora, passamos a contar com o bom senso de profissionais de confiança e com a ética médica.
4. estética rápida
Na era dos vídeos curtos e conteúdos virais, tudo tem um tempo acelerado - e esse comportamento reflete no consumo de beleza. Também influenciada pelas redes sociais, a pesquisa mostra uma tendência a interagir com tudo de forma muito rápida. “As tendências de hoje muitas vezes são instigadas por celebridades, e seu crescimento é facilitado por tendências virais, que surgem e desaparecem rapidamente”, comenta a dermatologista Cintia Cunha (CRM-MG 45305).
Talvez você já tenha testado um filtro, ou imaginado como seria seu rosto com foxy eyes. Lembra quando várias celebs aderiram à bichectomia? Ou das cápsulas de colágeno e vitaminas para unhas e cabelos? Essas ‘tendências’ estéticas que surgem de repente, ganham muitos adeptos e logo perdem força, variam muito de acordo com a cultura e região do planeta - mas devem se intensificar nos próximos anos.
Para além da estética, esse comportamento reflete na forma como estamos nos relacionando com tratamentos. A busca por resultados rápidos, com grandes efeitos e em poucas aplicações, deve ganhar força nos próximos anos.
5. cancelando a idade
Com a expectativa de vida cada vez mais alta, os conceitos de juventude, idade e beleza começam a ser redesenhados. Se antigamente, a idade determinava um papel social, hoje ela se torna só mais um número. Essa tendência mostra como o desejo crescente de não ser definido pela nossa idade está aumentando a procura por realçar a beleza, ao invés de tentar reverter o envelhecimento. Novas formas de enxergar esse processo e a perda do colágeno surgem, e a idade se torna cada vez mais fluida.
Com pessoas mais ativas e conectadas, passaremos a entender a passagem do tempo e seus padrões de beleza de forma diferente.
6. expressionalidade
A expressionalidade é a junção de expressão e personalidade, e representa o modo como as pessoas expressam sua individualidade. Na contramão do fandom da beleza, o estudo aponta que para algumas pessoas, a referência passa a ser si próprio. Assim como a moda, os cuidados com a pele e a relação com o envelhecimento passam a ser uma ferramenta de autoexpressão. Essa mudança no comportamento já tem dado alguns sinais nos últimos anos: temos visto cada vez mais espaço para a pluralidade. A diversidade de corpos, formas, cores, origens e histórias tem sido tema constante nas nossas conversas. Ao que tudo indica, celebrar nossas particularidades é uma forma de entendermos as mudanças do tempo, e essa é uma tendência que veio para revolucionar a forma com que lidamos com beleza, e não deve sair do foco tão cedo.
“Abraçar a singularidade na beleza e promover a individualidade são as principais demandas das pessoas que se identificam com essa tendência. É a interação entre um senso e a expressão de si mesmo. Ou seja, quem você é e quem você quer ser. Já usamos moda, maquiagem e beleza para nos expressarmos e, agora, estamos nos voltando para a estética para expressar quem somos ou quem queremos ser sem julgamentos, para alcançar um visual específico ou individualizado”, explica o cirurgião plástico e gerente de educação médica da Galderma, Fabio Saito (CRM- SP 97388).
Curtiu? Pensar em como nos relacionamos com o tema de forma coletiva e individual é necessário para que tenhamos cada vez mais liberdade de escolha. Vale destacar que todo tratamento com injetáveis deve ser feito e recomendado por um profissional habilitado à prática. Além disso, é recomendada a ida ao dermatologista para a indicação de dermocosméticos ideais para seu tipo de pele. Para ter acesso ao relatório completo, com todos os detalhes da pesquisa (em inglês), clique aqui.