Quando o ano começou, eu prometi a mim mesma que começaria um novo hobby como forma de melhorar minha qualidade de vida. E havia algo que eu queria fazer há muito tempo: aprender crochê. Comprei um kit, passei a assistir tutoriais e percebi que era bem menos complicado do que eu imaginava. O resultado foi uma paixão imediata e a felicidade de criar algo do zero.
Nesses dois meses de prática, já posso dizer o quanto o crochê mudou minha vida. Pode parecer algo pequeno, mas fez muita diferença na minha rotina e na minha saúde mental. Por isso, quis compartilhar todo esse processo para te incentivar a ter um hobby que te deixe tão feliz quanto eu fico crochetando.
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Minha história com o crochê não é nova. Quando criança, minha avó me ensinou a tricotar o básico e fazer correntinhas com a agulha do crochê. Ela, que aprendeu só o suficiente para fazer pequenos paninhos e enfeitar panos de prato, me fez achar divertido essa coisa de transformar o que era só linha em uma peça.
Os anos passaram e eu nunca mais peguei em uma agulha (além disso, não sabia mesmo fazer nada além de correntinhas), no entanto, me veio a vontade de aprender crochê de verdade. Confesso que, principalmente, para poder criar roupas e acessórios que eu via por aí, mas não achava quem fizesse.
Depois de uns dois anos procrastinando, no começo de 2024 eu entrei em uma loja de artesanato e vi um kit para iniciante de amigurumi — aqueles bichinhos de crochê que são usados como decoração. Resolvi que aquele seria o início do meu aprendizado e que se eu conseguisse fazer aquele urso, eu começaria a me dedicar para valer.
Oito dias e muitos tutoriais no YouTube depois, e meu amigurumi estava pronto. Apesar de não ter ficado perfeito, me deu um orgulho danado saber que sozinha eu aprendi algo novo e consegui montar uma peça.
Ter começado com o amigurumi foi muito bom para mim, porque eu tive noção de várias técnicas do crochê que me ajudaram em outros trabalhos. Diferentes pontos, como fazer base redonda e como trocar de linha foram apenas algumas das coisas que entendi durante esse processo.
A partir daí, eu já estava apaixonada e fui logo comprar mais linhas e agulhas para começar um novo projeto. Dessa vez, eu quis fazer uma touca que tinha visto no Pinterest e achei um tutorial que me daria uma base para criar algo parecido com aquilo. Em alguns dias, eu consegui fazer o acessório e ele ficou melhor do que eu imaginava. O fato de eu simplesmente ter feito do zero uma peça para usar nos meus looks ainda é surreal para mim.
Aprender crochê me deixou muito feliz por saber que eu posso exercer minha criatividade de uma outra forma e ainda passar meu tempo livre fazendo algo que me dá alegria, sem nenhuma obrigação e no meu próprio tempo. A verdade é que a gente está vivendo tão depressa e às vezes só em função do que fazemos para ganhar dinheiro, que esquecemos que é possível fazer algo por puro prazer, sem cobranças.
Agora, estou fazendo uma nova peça que tem um objetivo maior: é o meu look do Lollapalooza, onde vou assistir o show de uma das minhas cantoras favoritas. E com certeza o dia vai ser muito mais especial porque eu vou estar vestindo algo que eu mesma fiz.
Através desse processo, eu entendi que para aprender crochê — ou qualquer coisa nova — você vai passar por erros e acertos, que praticar é a melhor forma de ficar bom em alguma coisa (porque ninguém nasce sabendo) e que respeitar o próprio tempo é essencial. Nos dias que estou afim, fico horas crochetando, mas quando prefiro fazer outra coisa, passo alguns dias sem pegar em uma agulha e tudo bem também.
No fim, o mais importante para mim é ter uma atividade que eu não vou monetizar, então é só para meus objetivos pessoais, e que, enquanto isso, me ajuda a perceber o quanto é mágico aprender e se aperfeiçoar em algo novo.
E se você está pensando em aprender crochê ou começar qualquer hobby, minha maior dica é: só vai. Sem pensar muito, sem precisar ser perfeito, com os recursos que você tiver no momento. Pode ter certeza que isso vai te ajudar a sentir que você tem um tempo para você e vai aliviar um pouco aquele sentimento que você só vive para as obrigações do dia a dia.