Eu estava rolando a minha timeline do Instagram até dar de cara com um post da Sydney Sweeney usando o conjuntinho mais fresco e cool que vi nos últimos tempos. Bom, o look era Miu Miu - a atriz é embaixadora da grife, então, nenhuma surpresa -, mas o que marcou mesmo foi a estampa: um Paisley clássico que me fez lembrar das bandanas e tantos outros visuais boho chic que usei muito nos anos 2010.
Pois é, assim como a estética setentinha no geral, esse desenho atemporal parece estar reconquistando o status de tendência para o verão 2025. E eu estou amando isso, não vou mentir!
a origem do Paisley
A estampa Paisley tem uma história super rica que remonta a séculos atrás. A origem do design, caracterizado por suas formas de gota ou amêndoa curvas, está enraizada na antiga Pérsia, atual Irã, e na Índia. No início, o Paisley era utilizado em tecidos e tapetes tradicionais, com significados espirituais e culturais profundos, muitas vezes representando a vida e a eternidade.
O Paisley chegou na Europa no século XVII, quando comerciantes da Companhia das Índias Orientais trouxeram xales de cashmere decorados com este padrão para a Inglaterra e a Escócia. Inclusive, o nome vem daí: a cidade escocesa de Paisley acabou se tornando um centro de produção dessas peças! Os artesãos de Paisley adaptaram os designs para torná-los mais acessíveis, e a estampa rapidamente se espalhou pela continente europeu.
a popularização do Paisley
A estampa Paisley viveu um renascimento nos anos 1960 e 1970, quando se tornou sinônimo do movimento hippie e da moda boêmia. A natureza psicodélica e as cores vibrantes do Paisley se encaixavam perfeitamente com a vibe livre, leve e criativa da moda daquela época.
Artistas e músicos, como Beatles, Jimi Hendrix, David Bowie, Mick Jagger, Janis Joplin e Cher, popularizaram ainda mais a estampa, usando roupas com esse design em suas turnês. Esse período solidificou a estampa Paisley como um parte fundamental dos estilos alternativos e rebeldes do período.
a estampa Paisley e o movimento negro
A estampa Paisley tem uma relação interessante e multifacetada com o movimento negro, especialmente no contexto da moda e da cultura. Essa conexão ganhou destaque particularmente nos anos 1960 e 1970, um período de grande turbulência social e transformação cultural nos Estados Unidos e ao redor do mundo.
Durante o movimento dos direitos civis nos anos 60, a comunidade negra americana estava em busca de afirmação cultural e de uma identidade própria. A moda se tornou uma ferramenta poderosa para expressar essa identidade e resistência. A estampa Paisley, com suas raízes orientais e sua estética vibrante, foi adotada por muitos afro-americanos como um símbolo de orgulho cultural e conexão com suas origens ancestrais. A estampa também refletia, de certa forma, uma rejeição consciente das normas de moda eurocêntricas.
Nos anos 70, o movimento Black Power levou essa relação entre moda e identidade negra a novos patamares. Líderes e ativistas do movimento, como Angela Davis, eram frequentemente vistos usando roupas com estampas Paisley, entre outras estampas étnicas, como uma forma de destacar sua herança africana e desafiar os padrões de beleza convencionais. Além disso, a música soul e o funk, gêneros musicais profundamente enraizados na experiência negra americana, também popularizaram o uso da estampa Paisley. Ícones musicais como Jimi Hendrix, que já citamos aqui e frequentemente usava roupas com estampas vibrantes, incluindo Paisley, ajudaram a consolidar a print.
o Paisley contemporâneo
Desde os anos 2000, várias marcas têm apostado na estampa Paisley, como a Etro, a Burberry e a Gucci, especialmente nos tempos exuberantes e kitsch de Alessandro Michele à frente da direção criativa. Assim como a Etro, que é sinônimo de Paisley na moda. A marca italiana, fundada por Gimmo Etro, adotou a estampa como uma assinatura.
Além das passarelas e das grandes marcas, o Paisley se tornou figurinha carimbada nos looks de festivais de música ao redor do mundo. Eventos como Coachella, Glastonbury e Burning Man são verdadeiros desfiles onde a estampa Paisley brilha. Vestidos fluidos, lenços, bandanas e até quimonos com o desenho se tornaram comuns nesses festivais, principalmente nos anos 2010.
Impossível não lembrar de looks como esse da Sienna Miller, rainha do estilo boho chic e de festivais, como o Glastonbury, por exemplo.
Mais recentemente, Bella Hadid, em sua fase cowgirl, também apareceu com uma camisa toda de Paisley.
Além da modela e empresária, influenciadoras também já começam a aparecer no street style e nas redes sociais usando o Paisley desde a sua versão mais comum, em forma de bandana, até looks com a estampa da cabeça aos pés.
E se você quer sair na frente e já aderir a essa tendência, aqui vai uma seleção de peças estampadas para incorporar aos seus próximos looks: