Um filme da Netflix promete chegar ao Oscar 2024. Maestro é dirigido e estrelado por Bradley Cooper e conta a história do músico e pianista Leonard Bernstein, compositor de músicas aclamadas na Broadway que foi o principal condutor da Orquestra Filarmônica de Nova York durante 18 anos. O longa passa por seu trabalho e sua história de amor nada convencional com a atriz costarriquenha Felicia Montealegre.
E nós conversamos com a equipe do filme da Netflix sobre o trabalho de pesquisa para realizar esse projeto. O roteirista Josh Singer, a produtora Kristie Macosko e o maestro Yannick Nezet-Seguin, que foi consultor da produção, também contaram a relação pessoal com Leonard. Vem ver:
Cada um de vocês teve que fazer uma pesquisa ou mergulhar nesse projeto de um jeito diferente. Qual foi a parte nova do Lenny que vocês descobriram nesse processo?
Josh Singer: É engraçado que eu conhecia muito pouco do Lenny para começar. Eu conhecia ‘West Side Story’ e era isso. E durante os nove anos que fiquei envolvido na música dele foi uma alegria ouvir os fatos enquanto ouvia “songfest”, “age of the anxiety”, algumas partes de “mass”, que eu não conhecia direito. E uma das coisas maravilhosas de trabalhar com Bradley é que quando ele entrou no projeto eu percebi que não tinha aprendido nada, eu mal arranhei a superfície. Mas à medida que íamos mais e mais fundo — e eu tive dificuldade de acompanhá-lo enquanto ele devorava livros e vídeos, falava com pessoas que eu não tinha como conversar — também íamos nos aprofundando na música. E foi incrível ouvir as músicas e aprender a magnitude do seu trabalho. A gente falava muito “uau”. Foi muito extraordinário.
Kristie Macosko: Eu diria que aprendi que ser um maestro é muito parecido com ser diretor. Os dois usam todos os experts a sua volta para tirar o melhor de cada um. Eu achei isso bem interessante. Eu não conhecia muito sobre o Lenny quando era mais nova, mas eu acho que ao trabalhar com Steven Spielberg por 26 anos eu percebi que gênios das suas áreas são raros. E Bradley Cooper se encaixa nisso também, ele foi o maestro e o diretor desse filme.
Yannick Nezet-Seguin: Como músico, eu achei que eu sabia muito sobre o Lenny, mas é claro que você sempre descobre mais. Eu diria que com o recorte do filme, do homem de família, do amante, da pessoa que pode ficar deprimida ou cheia de alegria, é o motivo que ele fazia música. Para mim, como um maestro abertamente gay, Lenny foi sempre uma referência, porque sempre soubemos desse lado dele. Mas com o fato de ter essa história de amor profunda com uma mulher e ainda continuar amando homens, eu espero que ensine as pessoas sobre não se encaixar em rótulos e que a definição de amor não é de um jeito só. E eu acho que isso é uma das mensagens universais desse filme.
Josh Singer: Eu amei o que você disse, acho que é lindo, e é algo que o Bradley sempre foi atrás. Há uma carta que descobrimos que a Felicia escreveu para o Lenny quando eles tinham acabado de se casar e eles estavam claramente abalados por várias razões. E ela escreveu ‘Eu sei que você é homossexual e pode nunca mudar, mas vamos ver o que acontece se você for livre para fazer o que quiser sem culpa ou confissão’. Isso foi incrível e abriu nossos olhos. Isso foi uma decisão conjunta para fazer o casamento funcionar e eles precisavam um do outro, sabe? Para mim há algo incrivelmente moderno sobre como eles abordaram o amor.
Qual é a parte favorita de vocês do trabalho do Leonard?
Yannick Nezet-Seguin: É difícil, mas eu tenho algo em mente, porque foi aí que, como um maestro conduzindo sua música eu senti algo, algo mudou em mim e é “Mass”, porque ela foi muito rejeitada quando foi lançada e agora tantas décadas depois esse é o trabalho que talvez incorporou a visão dele, as pontes entre rock, pop, Broadway, música clássica, música religiosa e tudo junto. Tudo do Lenny está em Mass.
Kristie Macosko: Eu vou na fácil, West Side Story.
Josh Singer: São tantas, é tão difícil escolher entre as que eu amo. Eu vou escolher as que usamos durante o filme. A songfest que eu simplesmente amo, que na verdade um pouco do tema veio de 1776. Eu amo Almighty Father de Mass, The Lonely Town de On The Town. Há tantas. Ele era rico na vida e rico na música
Yannick Nezet-Seguin: Espero que as pessoas queiram descobrir mais depois de assistir ao filme.
O filme da Netflix já está disponível para ser assistido na plataforma.
