Nós, como seres humanos, temos essa incrível capacidade de nos adaptarmos — uma ferramenta que pode ser tanto nossa libertação quanto a nossa prisão. Muitas vezes, nos vemos presos em ciclos tóxicos, onde até mesmo o sofrimento, algo que evitamos a todo custo, pode se tornar familiar e difícil de desapegar. Depois de tanto tempo sofrendo pela mesma situação, quem seria você sem ela? Quem seria a sua versão após desapegar daquela pessoa, relacionamento, culpa, arrependimento ou trauma?
O sofrimento pode se transformar em um ciclo tóxico, difícil de romper, mas que nos oferece a ilusão de controle e previsibilidade. Por mais desconfortável que seja, você já aprendeu a conviver com esse incômodo e, muitas vezes sem perceber, mesmo dizendo que quer se livrar dele, acaba inconscientemente escolhendo não tomar atitudes concretas para a transformação.
A vida, com suas nuances e desafios, nos faz acreditar que a felicidade está sempre à espreita, em um futuro distante, aguardando a perfeição das circunstâncias. "Quando eu não sofrer mais por determinada situação, aí sim serei feliz." Vivemos condicionados pela ideia de que só podemos ser realmente felizes quando tudo estiver no lugar: quando aquele trabalho dos sonhos finalmente surgir, quando as contas estiverem em dia, quando nossos relacionamentos estiverem 100% alinhados e quando nossa saúde (física e mental) estiver impecável. Mas essa perfeição, essa harmonia total, não existe. E, quanto mais esperamos esse futuro utópico, deixamos de viver a vida que realmente existe.
É uma cilada, Bino.
Ciclos, por mais duros que sejam, podem sim ser quebrados. E, para isso, segundo a pesquisadora Stephanie Harrison, precisamos de três coisas essenciais:
3 passos para romper ciclos tóxicos
determinação
Precisamos acreditar, de forma inabalável, que somos merecedores de mais. Que não nascemos para repetir os mesmos padrões de dor e que podemos, sim, viver de maneira diferente — com saúde, bem-estar e amor verdadeiro. É essa crença que nos impulsiona a buscar algo melhor, mesmo quando tudo ao redor parece nos empurrar para a estagnação.
compaixão
É preciso desenvolver um diálogo interno amoroso e paciente para lidar com situações difíceis. De nada adianta cair em um ciclo de culpa e vergonha por estar preso a ciclos tóxicos, dos quais você está tentando sair. Cuide de si como cuidaria da sua melhor amiga. Tenha generosidade para entender que tudo é um processo, e se maltratar não vai ajudar em nada.
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coragem
Por fim, é preciso de coragem. Coragem para fazer uma escolha diferente, por menor que seja. Pode ser dizer “não” a uma situação ou “sim” a uma nova oportunidade. Pode ser dar o passo difícil de pedir ajuda ou ter o impulso de tentar algo que nunca fez antes. Um pequeno ato de coragem, repetido com frequência, é capaz de quebrar até os ciclos mais enrijecidos.
Por isso, não espere que a vida se torne perfeita para decidir ser feliz! A felicidade não está em um futuro idealizado, onde tudo se encaixa. Ela pode — e deve — ser cultivada agora, em meio às imperfeições, dores e desafios. Porque é justamente no caos da vida, nos altos e baixos, que descobrimos a força que temos para mudar — e, com essa força, criar a felicidade onde estamos, com o que temos.
Acredite:
Você é capaz de mudar.
As relações podem se transformar para melhor.
As pessoas podem evoluir.
E a vida pode ser mais leve.
Tudo é possível quando se tem:
determinação, compaixão e coragem.
Ah, e uma pitada de paciência sempre vai bem.
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