E mais um dia se passou na Milano Fashion Week, trazendo consigo surpresas além das expectativas. Entre elas, merece destaque a estreia de Sabato de Sarno na Gucci. Embora sua entrada na marca tenha dividido opiniões, é uma adição intrigante que nos deixa ansiosos para o que o designer trará nos próximos anos. No mais, vimos visões intrigantes de um futuro avant-garde que, até então, talvez não soubéssemos que precisávamos dentro da Sportmax. E a MSGM, que nos presenteou com um verdadeiro mix de estampas e cores
Outro ponto alto foi o desfile da Versace, apresentando uma coleção marcada por tiras, presilhas e conjuntos xadrez, além da presença da icônica Claudia Schiffer de volta às passarelas. A seguir, vamos explorar mais um dia da Semana de Moda de Milão, detalhando os principais destaques e compartilhando algumas impressões pessoais, para que você também fique com aquela "pulguinha atrás da orelha". Vamos lá?
Nem sempre todo destaque é positivo; alguns apenas dão o que falar. Mas resumir a estreia de Sabato de Sarno à frente da Gucci não é apenas um "apenas"; ela é muito mais. Ela representa uma divisão na marca, deixando para trás a extravagância e o maximalismo de Alessandro e assumindo uma posição muito mais "segura" no mercado. Segura no sentido de ser comercial, de apresentar o básico bem construído e de refletir o que a grande maioria do público deseja hoje: uma tentativa constante de alcançar o tão mencionado e valorizado "quiet luxury".
Em parte, a estreia do novo diretor criativo da casa italiana é um balde de água fria para aqueles que estavam acostumados com a essência criativa de Michele. No entanto, não podemos negar que esta coleção vai aproveitar desse mesmo balde para vender e esgotar todas as suas peças. Sabato de Sarno deve estar ciente de que não é obrigado a seguir os passos de Alessandro, mas talvez tenha faltado um pouco de essência, a necessidade de preservar a história construída até então. Em outras palavras, talvez tenha faltado um período de transição após as criações épicas que vimos até o ano passado, para então poder caminhar com sua nova proposta e nos fazer abraçar suas novas ideias - que são muito bonitas e que, no próximo ano, têm tudo para nos fazer sorrir de orelha a orelha.
Para os amantes de cores açucaradas, laços nos cabelos e uma pitada de nostalgia dos anos 60, a coleção de primavera 2024 da Versace é um verdadeiro deleite. À primeira vista, para aqueles que estavam acostumados com as últimas apresentações sensuais e audaciosas da grife italiana, foi um tanto surpreendente ver tantas roupas mais sutis. No entanto, à medida que o desfile avançava, o interesse crescia, e a cada novo conjunto, a pergunta era a mesma: "Será que preciso de um conjunto xadrez verde pastel no meu guarda-roupa?" A resposta? Sim.
Apesar da dinâmica mais "romântica", outras peças descoladas também se destacaram, como um conjunto de terninho vermelho escuro em couro e um conjunto utilitário bege. Ambos contrastaram muito bem com a coleção em geral, oferecendo um toque necessário de diversidade. Bem, se a nova fase de Donatella para a Versace for marcada por uma elegância com pegada streetwear colorida, pode dizer a ela que estou pronta.
Simples. Eficiente. Elegante. Assim é a definição de Lorenzo Serafini para sua coleção, e é praticamente impossível discordar. Basta uma rápida olhada nas imagens do desfile para compreender sua visão, seja através da paleta de cores, uma mistura de tons terrosos e pastéis, da visível fluidez proporcionada pelos drapeados e do refinamento das peças que consideramos essenciais no dia a dia, como casacos alongados, alfaiataria e vestidos de coquetel. É como adicionar um toque de sofisticação aos visuais cotidianos de trabalho que também funcionam perfeitamente para o happy hour.
A BOSS sempre foi sinônimo de sofisticação, e por que seria diferente dessa vez? Aqui, com uma visão ainda mais madura e sensualmente bem elaborada, Marco Falcioni transmite aquele sentimento de "chefão". E como ele faz isso? Com saias lápis de trabalho, casacos estruturados, blusas drapeadas decotadas, cores neutras e acessórios de gente grande, como maletas de escritório, que tornam o visual muito mais interessante.
Todos nós precisamos de um toque de "bagunça" na vida, e a MSGM está pronta para nos proporcionar exatamente isso. Ao contrário do refinamento e da polidez da Boss ou da Philosophy, aqui podemos observar uma mescla de estampas, tecidos e combinações que vão desde um blazer com aplicações coloridas até o balonê - sim, ele de novo. Na MSGM, não existe uma divisão extrema entre amar ou odiar, como vimos hoje na Gucci. Existe, no entanto, a compreensão de que Massimo Giorgetti está determinado a continuar exibindo suas estampas, cores e uma moda que está longe de ser considerada "entediante". E isso é fácil de aceitar.
Seria este o futuro avant-garde que ainda não sabíamos que precisávamos? Ao que tudo indica, parece que sim. Vestidas com roupas orgânicas brancas e óculos que nos lembram experimentos científicos, a coleção de primavera de Grazia Malagoli para a Sportmax, apesar de minimalista, é envolvente e distópica na medida certa. Ela nos convida a explorar os trajes arquitetônicos cuidadosamente elaborados e nos presenteia com sua visão espacial.
E para finalizar, nossa pequena seleção de peças que são similares as propostas das marcas de hoje. Olha só: