Você já ouviu falar em moda queer? Ela pode ter vários significados, mas em linhas gerais é aquela que é feita sem se limitar a padrões de gênero. A moda queer foca em diferentes silhuetas, cores, estampas e não direciona suas peças para homens ou mulheres, nem trabalham com o conceito de gênero.
Queer é um termo em inglês utilizado para nomear todas as pessoas que não estão dentro do padrão de sexualidade ou gênero, ou seja, pessoas trans, lésbicas, gays, bissexuais, assexuais, etc.
A moda queer vem justamente dessa população que pode não se identificar com a maneira que a moda divide suas criações nas roupas, acessórios e sapatos, por exemplo. E é a partir disso que surgem marcas e designers que se propõem a criar se desprendendo de padrões.
É importante lembrar que a moda queer não se trata de estereótipos de como pessoas LGBTQIA+ devem se vestir. Muito pelo contrário, é sobre ser livre para se vestir como se sente mais confortável, independente de gênero e/ou sexualidade.
Na moda tradicional, geralmente, temos essa divisão de gênero bem definida, onde as peças para homens são mais largas, muitas vezes esportivas, com cores mais sóbrias, e para as mulheres as peças são mais justas, acinturadas e estampadas.
A ideia da moda queer é justamente subverter esses conceitos, ou seja, criar peças que possam ser usadas por qualquer um, sem distinção entre masculino e feminino. Os homens podem usar peças acinturadas, com a silhueta marcada, e as mulheres podem usar peças que não mostrem o formato do seu corpo, por exemplo.
Também é necessário entender que a moda queer significa, além de tudo, resistência. Por muito tempo a comunidade LGBTQIA+ foi contra os padrões de vestimenta para afirmar sua identidade, mesmo que isso significasse sofrer consequências graves.
Outro ponto a ser destacado é que moda queer vai muito além das milhares de peças com arco-íris e bandeiras LGBTQIA+ que são comercializadas durante o Mês do Orgulho. Até porque, sem uma real ação das empresas para combater a LGBTfobia e contribuir para o desenvolvimento da comunidade, toda essa movimentação em junho se torna apenas um produto sem qualquer significado.
Apesar de a moda queer não ser algo novo, a grande maioria das lojas e marcas ainda dividem suas roupas em masculinas e femininas. Inclusive, até as semanas de moda são um pouco assim. No entanto, a passarela é o lugar com mais fluidez quando se trata de gênero, já que é o espaço em que os designers têm mais liberdade criativa nesse sentido.
A moda queer nos mostra a importância de cada vez mais deixar de lado conceitos que nos limitam, já que ela, sendo uma forma de expressão, é justamente para que a gente possa brincar, testar, misturar e nos abrir para usar tudo aquilo que nos faz bem, sem rótulos.