A moda sustentável é um assunto crescente na sociedade, principalmente por conta da cadeia de consumo desenfreado, que está cada vez maior e se tornando ainda mais prejudicial ao meio ambiente, podendo, em breve, se converter em danos irreversíveis. Para tentar mudar o quadro, muitas marcas estão começando a investir em novos métodos e buscando conscientizar seus clientes para este cenário.
Diversos processos na cadeia produtiva de moda são maléficos para o meio ambiente, como a produção de algodão, que mesmo sendo uma fibra natural, ocupa a 4ª posição no ranking de plantações que levam mais agrotóxicos. Além do crescente uso do poliéster e do nylon, que não são materiais biodegradáveis e geram toneladas de resíduos têxteis, os quais acabam em aterros sanitários. Para não esgotarmos as fontes de matérias-primas, precisamos pensar em soluções e passar a consumir uma moda sustentável, que pode incluir tecidos biotech, por exemplo.
Abaixo, selecionamos alguns dos biomateriais à base de plantas que você precisa conhecer.
jeans biodegradável de urtiga
Uma peça jeans é, com certeza, uma das que mais utilizam água para sua fabricação, e isso acontece porque os processos de produção, principalmente de tingimento do algodão, necessitam de muita água. Além disso, são usados corantes artificiais altamente poluentes que acabam contaminando os locais onde são descartados.
A Pangaia é uma marca com várias técnicas biotech, e a ideia que eles tiveram é muito interessante: produzir um jeans de urtiga, que é criado através da mistura entre urtiga selvagem do Himalaia e algodão orgânico. Essa planta é um recurso naturalmente regenerativo.
Outra opção que coloca a moda sustentável em prática, foi o denim criado pela marca Stella McCartney em colaboração com a marca italiana Candiani. Feito com fibras de algodão orgânico que envolvem uma camada de borracha natural, o material não leva qualquer plástico ou microplástico em sua trama, o que é essencial para não poluir a natureza no processo de decomposição.
seda de rosas
couro de abacaxi
A marca Ananas Anam, reinventou diversos produtos assinados pela Nike usando o Piñatex®, uma alternativa ao couro feita dos resíduos agrícolas do abacaxi, incluindo fibras vegetais das folhas e caules. Esse material foi criado pela Dra. Carmen Hijosa, que desenvolveu a ideia enquanto trabalhava como consultora de artigos de couro na década de 1990, e testemunhou o impacto ambiental catastrófico da produção em massa dessa matéria.
A produção biotech do Piñatex® evitou que cerca de 825 toneladas de folhas fossem queimadas, impedindo que 264 toneladas de CO² fossem liberados na atmosfera. Desde que começou a ser comercializado em 2016, o Piñatex® tem sido usado por centenas de marcas, incluindo Hugo Boss, H&M e Nike.
casca de laranja
couro de maçãs e uvas
Além do couro de abacaxi, o de uvas é uma outra opção. A empresa italiana Vegea usa as sementes, cascas e talos de uvas que seriam descartados durante o processo de vinificação, dando ao material o apelido de couro de vinho.
Para a fabricação, é usado um bio-óleo extraído das sementes que é polimerizado usando um processo patenteado. No final de seu ciclo de vida, o tecido pode ser reciclado para produzir mais couro de vinho. Marcas como H&M e & Other Stories, usaram o Vegea para botas e clutches, e o tecido também foi visto no desfile de Outono/Inverno 2020 da Marni.
Na mesma linha de materiais biotech feitos a partir de frutas, o couro de maçã utiliza os núcleos e as peles do alimento descartados da indústria alimentícia, e os transforma em uma folha de couro flexível, que depois é combinada com poliuretano para criar o couro vegano.
polpa de eucalipto
Outro biomaterial criado pela Pangaia é o C-Fibre®, feito a partir da polpa de eucalipto e pó de algas marinhas. É um tecido macio e sedoso, além de ser completamente biodegradável em água, aterros e ambientes de compostagem - certificado pelo instituto de pesquisa alemão TITK. Para fabricar o C-Fibre® utiliza-se muito menos água do que o algodão, tendo em vista que as algas marinhas são cultivadas no fundo do mar, e o eucalipto cresce rapidamente em terras extremamente secas e sem irrigação.
penugem de flores silvestres
Se você está procurando uma alternativa biodegradável, à base de plantas, para penugem de ganso, o Flwrdwn™ da Pangaia é fabricado com flores silvestres naturais e biopolímeros.
Nós sabemos que todos esses tecidos biotech, que estão entrando no mercado para fazer fortalecer a moda sustentável, são completamente revolucionários, e queremos saber: quais você achou mais interessantes e inovadores?
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