Punk: uma palavra que pode ter diferentes significados. No Brasil, muitas pessoas costumam usá-la como sinônimo de algo complicado. A maioria escuta “punk” e logo pensa no estilo musical, em bandas como Ramones, Bikini Kill, Green Day e The Clash.
O que muitos não sabem é que o conceito vai além da estética, tendo também uma forte influência cultural e política. Espero trazer um pouco desses aspectos para você, querida leitora. Vem descobrir mais sobre o nascer do punk e sua relação com a Geração Z.
o nascer do punk
Muitos estudiosos debatem sobre quando e onde o movimento punk se iniciou de fato. Um dos maiores consensos é que ele surgiu nos Estados Unidos e na Inglaterra, ao mesmo tempo, em meados dos anos 70. O punk é considerado um movimento de contracultura, ou seja, é caracterizado pela maneira disruptiva com que uma pessoa se move pela sociedade, questionando e rompendo padrões sociais. O movimento é fortemente marcado por suas influências políticas, anticapitalistas e pelo desejo de quebrar atitudes elitistas e autoritárias. O movimento punk no Brasil, por exemplo, era fortemente caracterizado por seu estilo combativo e suas críticas à Ditadura Militar. Grandes canções feitas nesse período contra o regime ditatorial foram compostas por bandas punk.
Em relação ao estilo, o punk é caracterizado por um visual marcante e edgy. Muitos pensam rapidamente em moicanos e botas, mas o visual punk vai muito além disso. Alfinetes de segurança, a estética do faça-você-mesmo (DIY) e estampas como o xadrez são grandes características desse estilo.

vivienne westwood, a mãe do punk
Conhecida por muitos fashionistas por sua marca homônima, Vivienne Westwood também recebeu o título de "A Mãe do Punk" por um motivo. Em sua biografia, é dito que Vivienne não apenas percebeu o nascimento do punk na Inglaterra, como também ajudou a criar e vestir esse estilo. O uso dos alfinetes de segurança já mencionados, pode muito bem ser creditado a ela.
Após a abertura e as diversas remodelações de sua primeira loja, no número 430 da King’s Road, em Londres, Vivienne definiu a moda punk e pós-punk, misturando elementos do fetichismo (como BDSM) e símbolos ingleses. Muitas pessoas até consideram que a moda punk foi tão marcante na Inglaterra que, hoje, é quase classificada como um estilo clássico inglês. Além disso, Vivienne é creditada como uma das criadoras das camisetas com logos e estampas, muitas vezes com frases de protesto.
o punk e a nova geração
O punk, como movimento, é descrito por muitos historiadores como tendo durado realmente apenas três a quatro anos, com diversas outras subculturas que conhecemos hoje sendo quase como seus filhos. No entanto, não acho que o punk esteja morto, como tantas pessoas dizem por aí.
Em um momento como o que estamos vivendo, percebo que cada vez mais pessoas da minha geração, a Z, estão se identificando com os ideais punk, com sua luta e sua política. O estilo pode ter ganhado uma estética mais moderna, mas ainda reflete claramente a essência criada há tantos anos.
Bandas como a Nova Twins, que fazem rock alternativo com fortes influências punk, são um grande exemplo dessa estética repaginada. Ainda é possível ver a clássica estampa xadrez, o DIY e os alfinetes de segurança, mas as botas coturno combinadas com a adição de laços mostram a atualidade da dupla londrina.

E você, cara leitora, ficou mais interessada na cultura punk? Se quiser começar pelo estilo, sugiro que frequente brechós! O grande cerne do punk sempre foi o DIY, então… garimpe uma peça de roupa e customize do seu jeito! Adicione broches, alfinetes, botões e patches. Se estiver se sentindo ousada, tente até mesmo criar sua própria peça, comprando os materiais necessários. Invista em um par de coturnos e ouse na estilização das joias. Faça uma maquiagem impactante — misture cores vibrantes com tons neutros (um azul elétrico fica incrível com preto!) — e aposte em um penteado diferente. Quem sabe você até se inspire a cortar o cabelo de um jeito mais shaggy?

No entanto, sempre se lembre: não é possível aderir ao estilo sem entender suas causas, sua história e suas ideias. E, para isso, vale seguir as palavras da grande Vivienne Westwood: