O sucesso do K-pop atualmente é quase imensurável. O fenômeno evoluiu de um gênero musical subestimado por anos (e por muitos) para uma das paixões mais cativantes e criativas do mundo. Não é à toa que desde o Blackpink até o Stray Kids, os idols estão ocupando os assentos das primeiras filas dos desfiles, estrelando campanhas estratosféricas e influenciando a moda ocidental de maneira nunca vista antes.
E para explicar um pouco melhor sobre a onda coreana (Korean wave), preparei um ABC do K-pop de maneira resumida e simples para você, cara leitora que nunca se aprofundou nesse universo, ou para você, amiga fã do gênero musical. Vem comigo descobrir como essa influência atravessou os oceanos e chegou ao Ocidente, quebrando todas as barreiras possíveis.
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ah, mas o que é o K-pop?
Se você nunca ouviu falar sobre o gênero, não se preocupe, eu te explico. Abreviação de "pop coreano", as origens do K-pop remontam à década de 1950. Alguns dizem que o grupo musical "Kim Sisters" originou a base cantando interpretações de alguns sucessos norte-americanos durante a Guerra da Coréia, quando houve uma influência significativa da cultura pop americana no país.
No entanto, o termo "K-pop" em si só começou a ser usado mais amplamente nos anos 90 para descrever a música pop produzida na Coreia do Sul. Nesse período, artistas como Seo Taiji and Boys tiveram um papel crucial na moldagem do gênero, incorporando elementos do rap, da dança e música eletrônica em suas canções.
Os anos 2000 marcaram o início da internacionalização do K-pop, com grupos como H.O.T, Girls' Generation e TVXQ conquistando fãs em todo o mundo, especialmente em países asiáticos. Com o advento das mídias sociais e plataformas de streaming online, o K-pop se tornou ainda mais acessível globalmente, levando ao fenômeno global que vemos hoje. Desde então, o K-pop se diversificou em diferentes estilos musicais, incorporando elementos de hip-hop, R&B, EDM e outros gêneros, enquanto continua a ser uma força dominante na cultura pop atual.
B de BTS e Blackpink
Após a terceira geração (que começou por volta de 2010), o K-pop emergiu como uma força dominante na cena musical global. Um dos principais impulsionadores desse fenômeno foi o BTS, que alcançou um marco histórico ao ser o primeiro grupo k-pop da história indicado ao Grammy em 2020 com seu sucesso "Dynamite". A música atingiu mais de 12 milhões de streams no Spotify apenas no dia de seu lançamento.
Desde então, o BTS tornou-se um ícone de estilo reconhecido internacionalmente. Seus videoclipes são não apenas uma expressão da música, mas também funcionam quase como um desfile de moda impressionante. Embora haja um estudo meticuloso por trás de sua imagem, a maneira como combinam moda e performance é inegavelmente cativante. E é claro que esse compromisso com o estilo ajudou a atrair os holofotes da grande mídia e do alto escalão do luxo.
Em 2021, o BTS foi nomeado embaixador da Louis Vuitton, uma colaboração de prestígio que solidificou ainda mais sua posição na indústria da moda. Além disso, o grupo teve a honra de desfilar para a marca, demonstrando sua influência e alcance global.
Após um período de hiato devido ao serviço militar obrigatório na Coreia do Sul, os membros do BTS têm se envolvido em várias oportunidades na indústria da moda. Enquanto alguns dos membros estão cumprindo o serviço militar, aqueles que não estão servindo atualmente têm explorado oportunidades individuais em marcas de moda de renome. Por exemplo, alguns membros foram associados a marcas como Valentino e Dior, o que demonstra o alcance e a relevância individual de cada integrante do grupo na moda e na cultura pop.
As integrantes do Blackpink - Jennie, Jisoo, Rosé e Lisa - são classificadas como as embaixadoras mais influentes, de acordo com um relatório de 2022 da empresa de marketing industrial Lefty. Essa influência não apenas gera reconhecimento e hype em torno da marca, posicionando-as como as mais desejadas, mas também resulta em cliques e lucro (é óbvio). De acordo com informações da Nylon, os fãs de K-pop no sudeste asiático gastam até US$ 1.500 por ano em mercadorias e álbuns de suas bandas preferidas.
Além disso, os coreanos e os chineses são considerados os maiores gastadores do mundo em itens de luxo! Os gastos totais em 2022 aumentaram cerca de 24% para 16,8 bilhões de dólares, ou 325 dólares per capita. O resultado disso tudo é vantajoso para todos: para os idols, que ganham milhões em patrocínios, e para as marcas, que lucram com isso e alcançam uma nova base de fãs mais jovens.
por décadas, a mídia e as indústrias da moda e da música foram predominantemente centradas no Ocidente, com pouca representação e reconhecimento dados às comunidades asiáticas e asiático-americanas.
como a representatividade importa
Muito além do que a rentabilidade dos grupos para a indústria, existe a questão representatividade. É sabido que os asiáticos, apesar da aclamação, ainda tem uma tendência a ter sua história apagada ou pouco falada. E pela primeira vez, a comunidade oriental está dominando a música e a moda em todo o mundo. Por décadas, a mídia e as indústrias da moda e da música foram predominantemente centradas no Ocidente, com pouca representação e reconhecimento dados às comunidades asiáticas e asiático-americanas.
Para os fãs, especialmente aqueles da mesma região ou origem étnica, ver ídolos asiáticos alcançando sucesso e reconhecimento em uma escala global é profundamente significativo. Isso cria uma sensação de identificação e empoderamento, permitindo que eles se vejam representados na cultura popular e na mídia de uma maneira que antes era raramente vista, criando uma conexão entre fandom, marca e idol.
de repente sucesso?
É claro que todo esse sucesso e representatividade na mídia não surgiram da noite para o dia. Como vocês leram, o K-pop tem suas raízes desde a década de 50! Foram anos e anos conquistando o território asiático para depois se espalhar como uma avalanche (ou onda coreana) para o resto do mundo. Mas o que chamou tanta atenção, afinal?
Bom, como uma última análise, compartilho aqui uma opinião pessoal. É a vanguarda, a energia à frente do seu tempo que atraiu tanta atenção. São as produções cinematográficas em cada videoclipe, as coreografias de tirar o fôlego - mesmo para quem não entende nada de dança - e, mais importante de tudo, é a moda. São as roupas que eles sempre usaram. O visual vai além de uma simples camiseta básica com jeans. As combinações são únicas, lançam tendências, quebram barreiras do que é considerado "bonito ou feio" e ultrapassam fronteiras de gênero também - basta assistir ao clipe mencionado acima para entender do que estou falando, garanto que vale a pena.
Tudo isso coloca o K-pop no epicentro do estilo e da moda agora, e que reconhecimento mais do que merecido. Não digo isso apenas por ser uma mulher com descendência asiática (ou você não reparou que meu sobrenome é Suzuki?), mas como admiradora deste universo e alguém que aprecia reconhecer conquistas diversas na indústria.
