A semana de moda de Milão já chegou ao fim, e como de costume, fomos em busca dos maiores destaques que aconteceram durante a semana. Voltamos com alguns pontos interessantes, por exemplo, observamos como a maioria dos designers resolveu apostar e investir em uma comunicação mais ampla e diversa com as novas gerações — com algumas exceções, claro. Ou como as coleções estavam, de alguma forma, mais focadas na ideia das pessoas se vestirem da maneira como desejarem — a Prada vai te dar a certeza disso.
Além disso, é interessante perceber como cada diretor criativo se inspira, seja através de antigas releituras e códigos atemporais da respectiva marca, ou seja olhando literalmente para o céu em busca de algum tipo de escapismo e libertação. Abaixo te contamos um pouco mais do que rolou em alguns dos maiores desfiles da semana de moda de Milão, tais como a collab incrível entre Gucci e Adidas, ou a estreia de Matthieu Blazy na Bottega Veneta. Gostou? Então continua lendo:
versace
Donatella Versace não poupou esforços para conversar e atrair a atenção da geração mais nova — aliás, quase nenhum estilista deixou isso passar. Sua coleção estava vibrante, ousada, recheada por corsets e peças de comprimento mini, ou seja, dois elementos aclamados atualmente. Por fim, meias-calças de látex acompanharam alguns dos looks e trouxeram um ar mais sexy e poderoso aos visuais.
gucci x adidas
A coleção que você não sabia que precisava chegou as passarelas da semana de moda de Milão com muita autenticidade, sim, estamos falando da parceria entre a Gucci de Alessandro Michele com a Adidas. Mesclando elementos tradicionais da alfaiataria com os códigos atemporais das roupas esportivas, o designer trouxe bonés de beisebol com o logotipo da sua marca e o inconfundível trevo da Adidas e, além disso, apostou no upcycling utilizando suéteres cortados para fazer alguns dos espartilhos para os looks.
Leia mais: Gucci e Adidas: a colaboração que não sabíamos que precisávamos até conhecermos
fendi
Inspirado por Silvia Venturini e Delfina Delettrez — ou seja, as mulheres Fendi —, Kim Jones estava focado em trazer leveza para a sua coleção, para isso, ele também se espelhou em peças desenhadas por Karl Lagerfeld em meados dos anos 80 e 2000. Claro que Jones desconstruiu e repaginou muitas das blusas e casaquetos das décadas passadas, trazendo-as para os dias atuais, deixando nítido da onde sua inspiração veio. Diferentemente da proposta vibrante da Versace, a cartela de cores da Fendi estava mais suave e opaca, com direito a transparência e muitas luvas.
giorgio armani
Em um desfile sem música, Giorgio Armani foi o primeiro estilista a utilizar seu tempo nas passarelas da semana de moda de Milão para se pronunciar em relação aos últimos acontecimentos envolvendo a Rússia e Ucrânia. “Minha decisão de não usar nenhuma música no show foi tomada como um sinal de respeito às pessoas afetadas pela tragédia em evolução”, explicou. Sua coleção estava elegante sem muitos esforços, com smokings em veludo, saias de seda e uma cartela azul sofisticada.
prada
As regatas vão dominar o mundo da moda e a Prada pode te confirmar isso. “Com as calças jeans?” você deve estar se perguntando, bom, nada disso, essa peça básica veio acompanhada de combinações improváveis, reforçando a estética do “use o que quiser”. Miuccia Prada e Raf Simons revisitaram coleções antigas da marca e trouxeram uma linguagem já conhecida dos visuais propostos anteriormente, mas, claro, com o toque inesperado e fora do óbvio que ambos vem trabalhando desde 2020.
etro
Veronica Etro também entrou na onda do boho e trouxe fortes inspirações desse estilo na sua coleção. Em uma viagem pelas décadas, a diretora brincou com jaquetas bomber dos anos 80 e com as estampas dos anos 70, mesclando o patchwork com peças cut-out, fazendo jus ao nome Etro Remix que ela escolheu para definir a coleção.
jil sander
Em contrapartida a todos os desfiles voltados para a GenZ, Lucie e Luke Meier miraram nas mulheres da geração X. A coleção foi projetada para ser elegante, sofisticada, com requintes dignos da alta-costura. Ternos e saias de lã estavam acompanhados por botas chelsea — um toque moderno e novo aos looks —, e o comprimento midi tomou conta da passarela. A cartela de cores era mais neutra, com exceção a um terno verde oliva e um vestido rendado bem amarelo.
msgm
Massimo Giorgetti procurou — e encontrou — sua inspiração olhando para o céu, sua coleção foi uma reverência a tudo o que é estrelado e inexplorado. Constelações e galáxias distantes foram traduzidas em estampas brilhantes e translúcidas, mas, não foi só uma ode ao brilho, o desfile fugiu dos padrões coloridos e vibrantes da MSGM e trouxe um olhar mais maduro e sóbrio através de peças de alfaiataria e uma cartela de cores mais sóbria.
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bottega veneta
Após assumir o cargo de diretor criativo da Bottega em novembro do ano passado, Matthieu Blazy começou com o pé direito. As peças demonstravam movimento, energia, afinal, a Bottega começou como uma empresa de malas, ou seja, feitas para quem deseja viajar e sair do lugar. Algumas roupas expressam isso, mesmo que de forma sutil. Por exemplo, os casacos curvados refletem uma necessidade de ir para frente, já o look 24 era composto por uma saia roxa com franjas, exemplificando a sensação de liberdade e movimentação. Bom, a coleção não precisou de muitos adereços para marcar presença, estava simplesmente atemporal.
