Depois de mais um longo dia de SPFW N54, finalmente chegamos ao fim de mais uma edição da Semana de Moda de São Paulo. Nos desfiles de hoje, o destaque fica para as estampas, cores e brilhos, que roubaram toda a cena, fechando as possíveis tendências de todo evento desta temporada.
No domingo de SPFW N54, marcas como À La Garçonne, Cria Costura, Naya Violeta, Weider Silveiro e Apartamento 03 foram alguns dos nomes que roubaram a cena, confira:
à la garçonne
No Iguatemi São Paulo, a À La Garçonne entregou um desfile de encher os olhos de qualquer pessoa. Com muitas peças em cores sóbrias, como preto, os itens tinham, em sua maioria, caimentos leves e tecidos refinados. O jeans também esteve muito presente nas peças da marca. Num balanço perfeito entre o sofisticado e o casual, a À La Garçonne usou de recorte estratégicos, corsets, brilhos e caimentos oversized para trazer uma coleção moderna e confortável.
cria costura
O Projeto Cria Costura desfila sua segunda coleção feita por mulheres e homens periféricos, na passarela do SPFW N54. Este ano, as aulas aconteceram em dois polos vocacionais, um na zona leste de São Paulo, no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, e outro na Zona Norte no CEU Paz Brasilândia.
Em parceria com a marca Vicunha, empresa referência global em soluções de jeanswear, as alunas aprenderam técnicas de modelagem sob orientação do estilista e consultor Jefferson de Assis, em que puderam desenvolver habilidades de criação e design. Elas passaram por quatro fases ao longo do programa com um laboratório de imersão criativa a partir da metodologia zero waste, método de modelagem consciente utilizada para diminuir a quantidade de resíduo têxtil. Além disso, o curso extra de empreendedorismo dentro do Projeto Cria Costura no polo Cidade Tiradentes, orientou essas mulheres a potencializar vendas, aumentar a produtividade, e ampliar a margem de lucro de seus produtos.
naya violeta
A proposta desta coleção é promover um banquete, reunir os seus e confluir referências que vão do milho, que só vira pipoca quando encontra o calor, passando pela esperança em um mundo melhor, a cultura do Centro-Oeste e a afro-latinidade. Tudo isso se materializa na passarela através de volumes e babados, além da mistura de estampas e uma visualidade impactante. A marca investe numa combinação de cores vibrantes, numa referência às populações afro-latinas, que utilizam em sua vestimenta uma experiência de cor muito diferente daquela do círculo cromático tradicional.
weider silveiro
O estilista Weider Silveiro faz uma provocação ao seu próprio processo criativo na coleção que apresenta nesta SPFW N54. Enquanto permanece consolidando a identidade da marca homônima em torno da construção de uma visão própria de feminilidade contemporânea à qual Weider incorpora, ele se propõe o desafio de trabalhar com cores neutras e terrosas junto ao dourado, elementos que até agora ficavam fora de seu repertório.
A modelagem apurada das peças de Weider reúne alfaiataria desconstruída contraposta a silhuetas muito femininas, mantendo sempre em perspectiva a criação de um guarda-roupas sazonal para a mulher imaginada por ele. Nesta apresentação, as linhas e os volumes das crinolinas e basques que destacavam pontos do corpo feminino que exploram a sensualidade são suavizados, e passam a remeter ao New Look, idealizado por Christian Dior entre o final dos anos 40 e início dos anos 50. A criação do emblemático couturier francês foi a grande responsável pelo resgate da manifestação mais explícita da feminilidade, com saias amplas e peplums, no pós-Segunda Guerra, mas sem esquecer a autonomia, liberdade de movimento e os novos papéis conquistados pelas mulheres durante o conflito. O timing que Weider traz essa referência é oportuno: assim como no fim da década de 40, hoje se vislumbram novas perspectivas de mundo após tempos difíceis, renasce a vontade de se expressar com mais sofisticação.