Phoebe Dyvenor fala sobre seu filme da Netflix, Jogo Justo

por Miriam Spritzer

Tem thriller incrível na Netflix e nós entrevistamos os protagonistas Phoebe Dyvenor e Alden Ehrenreich, assim como a diretora Chloe Domont. Jogo Justo é daqueles filmes que você não consegue desgrudar o olho da tela e conta a história de Luke e Emily após uma promoção de Emily começar a desestruturar o casal.

O filme está disponível na Netflix e te adiantamos: é tão imperdível quanto essa entrevista. Dá o play para entrar no clima e vem com a gente!

Eu assisti ao filme no Festival de Sundance e eu ainda me pego pensando nele porque tem tantas camadas e fiquei me perguntando o que fez você escolher contar essa história. O que passou na sua cabeça quando você pensou: “Ok, eu realmente preciso contar isso para a minha audiência.”?

Chloe: Hum… cruzou muito com a minha própria experiência, meus próprios sentimentos, sabe? Especificamente saindo com homens que ficaram ameaçados pelo meu sucesso e minhas conquistas ao longo dos anos até o ponto que eu comecei a minar minha felicidade quando conseguia certos empregos, ou me minimizar de alguma forma para meio que proteger seus egos. E chegou a um ponto que se tornou insustentável, sabe? E me fez perceber quanto envolvimento essa dinâmica ainda tem sobre nós. Mesmo em cidades evoluídas e homens evoluídos… Não quer dizer que ele seja um homem mau, de forma alguma. O que eu queria mostrar com o filme é que, de um lado, eu não julgo pessoalmente o Luke por ter esses sentimentos, sabe? Eu acho que esse é o jeito que ele foi criado e esse é o conflito, sabe? Mas, sim, realmente esse sentimento: porque o sucesso de um homem é sempre um ganho em uma relação, mas ao contrário, por que é uma ameaça?

 

O que é fascinante é que você escolheu dois atores que traduziram isso tudo tão bem, tem tantas mudanças internas que esses indivíduos passam, ao mesmo tempo que a relação deles afunda. E eu queria saber, pela sua perspectiva de diretora, o quanto foi divertido e como foi direcionar isso? Porque você teve que fazê-los mostrar mudanças internas que nem sempre são óbvias para o mundo externo.

Chloe: Sabe, não queria nada preto no branco. Eu acho que os dois são humanos e complicados e acho que o que foi importante pra mim foi a personagem Emily mostrando. Eu sempre falei que ela não era uma heroína, era humana e ela é capaz de erros e de bagunçar as coisas e de um lado feio também, às vezes. Eu queria mostrar também como as mulheres são forçadas a performar o feio para sobreviver nesse tipo de ambiente de trabalho, com esse tipo de homem. Então, isso foi realmente importante pra mim. E eu diria que do lado do Luke, com esse personagem, mostrar a luta dele entre ser um homem que apoia a Emily, que a adora por conta da sua inteligência, a adora porque ela é boa no seu trabalho, é por isso que ele se sente atraído por ela, porque ela é inteligente, porque ela é ambiciosa… Mas, sim, tem esse sentimento dentro dele de que ele precisa chegar lá primeiro, por conta de como ele foi criado. Então eu tentei me ater a essas duas ideias principais e deixar isso conduzir a performance e a história.

 

E qual você diria que foi o maior desafio ao contar essa história? Porque como você disse, não são heróis, não são vilões, são humanos. Qual, para você, foi a chave para o sucesso da história?

Chloe: Hum… Eu direcionei para ser um thriller panela de pressão, que vai aumentando a tensão e o desenrolar da relação e como exatamente ela implodiria. Então pra mim foi, massagear o ritmo que as coisas desenrolam entre eles. Eu queria que o relacionamento implodindo fosse como uma batida de carro em câmera lenta que você não consegue parar de olhar. Então, esse era o meu objetivo.

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Foto: Alden Ehrenreich, Chloe Domont e Phoeve Dyvenor (Reprodução)


É muito interessante ver vocês dois fazendo personagens que começam apaixonados e depois acabando a relação. E personagens que também mudam muito individualmente. Como foi criar isso junto como atores? Porque precisa de muita confiança para passar por essas emoções no filme.

Phoebe: Nós tivemos um período de ensaio incrível. Tivemos uma semana inteira para passar pelas cenas e para nos conhecermos, conhecermos o espaço e o set. E também filmamos a maioria das cenas da Emily e Luke apaixonados primeiro, o que ajuda muito, é mais fácil. E quando já estávamos no set, tínhamos ensaiado tudo, tinha um sentimento de segurança entre nós, o que ajudou muito a chegar nesses lugares que acabamos indo.

 

Sim, eu consigo imaginar. E para você, Alden, qual foi o maior desafio? Porque o seu personagem internaliza muitas coisas e isso tem que se traduzir na tela também, de quando ele ia conseguir o trabalho até namorado ciumento. Desculpe, ciumento, não, invejoso, de alguma forma. Quão desafiador foi para você?

Alden: A verdade é que é um desafio quando você tem um material que chega nesse nível de intensidade. É sombrio, profundo. É um desafio e também é alegre porque é excitante para um ator pegar um papel assim. Então, você se joga nisso tudo e é feito com uma certa alegria. E acho que a confiança que a Chloe facilitou entre todos nós tornou tudo incrível. Sabe, se fosse um set tenso entre os atores, diretora e material, sem um senso real de camaradagem e conexão e confiança, teria sido impossível, então...

 

E, Phoebe, sua personagem é uma mulher muito poderosa, ela trabalha duro. Eu queria saber o que inspirou você a interpretá-la como você fez porque é muito interessante ver mulheres que estão no mercado de trabalho, que são bem sucedidas, que tem que defender seu sucesso. Então, quais são suas inspirações sobre isso?

Phoebe: Acho que a inspiração vem de todo lugar. Sabe, eu olho para as minhas amigas, para a minha mãe e todos à minha volta e, sabe, eu consigo entender o lado ambicioso da Emily porque eu sou uma pessoa ambiciosa. E acho que infelizmente, acho como sociedade - eu acho que está mudando agora - claro que temos muito mais mulheres em posições de poder, ainda é interessante ou diferente vê-las nas telas. Nós ainda chamamos mulheres assim de “mulheres fortes”, o que é interessante pra mim porque eu não conheço nenhuma mulher que não é forte. Então foi muito fácil entender esse lado da Emily. Eu acho que uma parte interessante da Emily, e eu me identifico muito com ela, é a parte que ela sente que precisa mutar esses sentimentos para proteger o Luke. E eu acho que isso é muito arraigado nas mulheres por várias razões. E foi muito interessante explorar o porquê. Porque eu acho que ela está fazendo isso, no começo com o Luke, acho que está profundamente arraigado, que ela sente que ele pode ficar intimidado e ela está reprimindo essas emoções para ele não se sentir ameaçado. No começo do filme isso está arraigado nela, o que acho muito interessante.

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