Depois de temporadas dominadas pelo minimalismo, chegou a hora das estampas psicodélicas da maison italiana ganharem o verão europeu deste ano. O Pucci Girl Summer foi o termo batizado nas redes sociais para traduzir esse momento — uma estética que não se limita apenas às roupas, mas captura um lifestyle marcado por cores vibrantes, sofisticação e um glamour despreocupado. Seja na costa de Capri, nas festas de Ibiza ou apenas rolando o feed, é impossível ignorar a presença marcante das estampas caleidoscópicas da Pucci.
Ao longo do texto, você vai conhecer a trajetória da maison, entender como ela se tornou um ícone da moda e descobrir por que esse revival está conquistando tanto as praias quanto as timelines.

uma breve história da pucci
Fundada em 1947, em Florença, Itália, pelo marquês Emilio Pucci, a maison rapidamente se destacou pelo luxo ousado e inovador. Embora Pucci tivesse origem militar e pertencesse a uma das famílias mais aristocráticas da Itália, sempre cultivou o desejo de criar roupas, cuidando meticulosamente do próprio estilo.
Essa vontade o levou a desenvolver, para uma amiga, um traje de esqui composto por pulôver, camisa, casaco tipo parka com capuz e bolso frontal, além de calça ajustada. O sucesso foi tão grande que a fotógrafa Toni Frissell, da Harper’s Bazaar, apresentou as imagens à editora Diana Vreeland, que, ainda em 1947, publicou um artigo sobre as criações ousadas de Pucci.
A partir daí, Pucci lançou sua primeira coleção em 1948, com um conjunto de esqui de duas peças em gabardine e túnicas de tricô. O prestígio crescente levou a parcerias com indústrias têxteis italianas, que resultaram em técnicas de tingimento exclusivas e tratamentos inovadores para algodão e seda.

a estampa psicodélica que marcou os anos 60
Nos anos 60, a Pucci viveu seu auge, período conhecido como "Puccimania". Suas estampas coloridas conquistaram o jet set internacional e ícones como Marilyn Monroe, Sophia Loren e Jackie Kennedy, consolidando a marca como referência de elegância cosmopolita.
Na década seguinte, a identidade visual da Pucci se firmou com padrões psicodélicos e geométricos que refletiam o espírito livre e vibrante dos anos 70. Inspiradas pelas paisagens mediterrâneas, essas padronagens exploravam cores intensas, formas abstratas e tecidos leves, criando peças que transmitiam dinamismo e frescor.
O impacto foi tanto que Emilio Pucci recebeu o título de “Prince of Prints”, e suas criações se tornaram ícones permanentes do design têxtil e do prêt-à-porter de luxo, atravessando décadas como um marco da moda internacional.

o declínio e a virada da marca nos anos 2000
Após o auge nos anos 60 e a consolidação nos anos 70, a Pucci enfrentou um período de declínio nas décadas seguintes. Emilio Pucci se afastou da direção criativa nos anos 80 e faleceu em 1992, deixando a marca sem uma forte liderança. Em 2000, a LVMH adquiriu participação na grife, comprando 67% da marca em 2002.
Nos anos seguintes, sob o comando de diretores criativos como Christian Lacroix (2002–2005), Matthew Williamson (2005–2008) e Peter Dundas (2008–2015), a Pucci recuperou prestígio com coleções que reinterpretavam as estampas icônicas e mantinham o espírito vibrante da marca. Em 2021, a LVMH adquiriu os 33% restantes da família Pucci, assumindo controle total e abrindo um novo capítulo na história da grife.

a volta do jet set neste verão europeu
O verão europeu deste ano está sendo marcando pelo retorno da estética jet set, que tem a Pucci como centro da tendência. Dados do Google Trends apontam um aumento expressivo no interesse por termos como “Pucci” e “Pucci Bikini”, com picos significativos entre junho e julho, coincidindo com a alta temporada nas praias de Capri, Ibiza e St. Barth’s.
Celebridades como Hailey Bieber, Bella Hadid, Sofia Richie e Alex Consani têm sido vistas incorporando as estampas caleidoscópicas e as sedas fluidas da maison em eventos, férias e até em campanhas, reforçando a presença no imaginário fashion global.

o fenônemo pucci girl summer nas redes
O Pucci Girl Summer ultrapassou o status de tendência e tornou-se um lifestyle aspiracional, reinterpretando a energia descontraída da Riviera Italiana para a era digital. Sob a direção de Camille Miceli, a marca alinhou seu discurso ao ritmo das redes sociais, investindo em coleções modulares, desfiles intimistas e lançamentos estratégicos.
O revival funciona como contraponto ao desgaste de estéticas como Clean Girl e Old Money, abrindo espaço para um verão mais vibrante e colorido. O movimento domina tanto as timelines quanto as praias mais desejadas da Europa neste verão.

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