Você conhece a história da Yves Saint Laurent?

por Gabriela Rezende

Peças que desobedecem às regras de gênero, ousadia e sofisticação — a história da Yves Saint Laurent e todo o seu legado a tornam uma das marcas mais poderosas, elegantes e atemporais que conhecemos. Por isso, desvendamos tudo sobre a trajetória dessa grife que é tão importante na indústria da moda.

Foto: Bella Hadid (Reprodução/Divulgação)


tudo sobre a história da Yves Saint Laurent

Para entender sua história, é essencial falar sobre a carreira incrível de seu fundador, Yves Saint Laurent. Com apenas 21 anos, em 1957, Yves assumiu o cargo de diretor criativo de uma das maiores maisons da história, a Christian Dior, após a morte de seu fundador. Sua coleção de estreia foi um sucesso e salvou a marca da falência. No entanto, em 1960, Yves precisou se afastar do cargo ao ser convocado para o exército na Argélia, seu país natal. Ao retornar, descobriu que havia sido substituído pelo designer Marc Bohan, o que o levou a fundar sua própria marca.

Foto: Yves Saint Laurent (Reprodução/Internet)

Em 1961, ao lado de seu parceiro Pierre Bergé, Yves abriu sua maison, inicialmente dedicada à alta-costura. Desde seus primeiros anos, o estilista já demonstrava seu talento inovador e garantiu o seu lugar na história da moda.

Em 1965, a fusão entre arte e moda se tornou um marco na história da grife com a icônica Mondrian Collection. Inspirada nas obras do pintor holandês Piet Mondrian, a coleção trouxe vestidos geométricos, sem costuras aparentes, transformando quadros em roupas. Esse conceito inovador abriu caminho para outros designers, como Elsa Schiaparelli e Salvador Dalí, explorarem a interseção entre moda e arte.

Foto: Mondrian (Reprodução/Internet)

No ano seguinte, em 1966, Yves Saint Laurent revolucionou a história da moda mais uma vez ao lançar a primeira linha de prêt-à-porter da história, a Rive Gauche. Naquela época, as coleções de ready to wear eram simplesmente pensadas como versões menos luxuosas das de alta-costura. No entanto, a YSL divergiu dessa ideia e criou a Saint Laurent Rive Gauche, uma loja onde os clientes poderiam provar suas peças. Enquanto a alta-costura apresentava conjuntos já prontos, o prêt-à-porter encorajava os próprios clientes a imaginar as combinações.

Foi nesse contexto que apresentou ao mundo uma das peças mais icônicas da história da moda: o Le Smoking. Originalmente criado para os homens como uma forma de proteger suas roupas do cheiro de charutos em salas de fumantes, o smoking foi reinventado por Saint Laurent para o corpo feminino, mantendo seus códigos clássicos, mas trazendo uma nova sensualidade e poder para as mulheres.

Foto: Yves Saint Laurent (Reprodução/Divulgação)

“A Chanel libertou as mulheres e eu as empoderei." - Yves Saint Laurent

Foto: Yves Saint Laurent (Reprodução/Getty Images)

Depois disso, o estilista continuou quebrando barreiras, introduzindo tops transparentes em suas coleções, em um momento em que o feminismo ganhava força, reafirmando a ideia de liberdade e igualdade de gênero.

Entre diversas criações e coleções icônicas, como o perfume Opium e a bolsa Muse, Yves Saint Laurent apresentou sua última coleção de alta-costura em 2002, encerrando esse segmento da marca e se aposentando.

Foto: Yves Saint Laurent (Reprodução/Getty Images)

Em 1999, a maison já havia sido adquirida pelo grupo Gucci, e Tom Ford assumiu a direção criativa do prêt-à-porter, trazendo um toque sensual e contemporâneo à marca. Em 1998, antes da aquisição completa pelo grupo Gucci, Alber Elbaz também comandou a linha de prêt-à-porter por um breve período, deixando sua marca com criações femininas e estruturadas.

Desde então, a alta-costura da Saint Laurent nunca mais foi retomada. No prêt-à-porter, cinco diretores criativos passaram pela grife:

  • Alber Elbaz (1998-1999)
  • Tom Ford (1999-2004)
  • Stefano Pilati (2004-2012)
  • Hedi Slimane (2012-2016)
  • Anthony Vaccarello (2016-presente)
Foto: Yves Saint Laurent (Reprodução/Divulgação)

Nos últimos 20 anos, a marca passou por diversas transformações sob a direção de diferentes estilistas, mas a mudança mais significativa veio com Hedi Slimane. Além de renomear a grife para Saint Laurent Paris, o designer revisitou e explorou os códigos mais ousados da maison, redefinindo sua identidade. Foi sob sua direção que a Saint Laurent adotou a estética rock ‘n’ roll, aproximando-se ainda mais do universo de Hollywood.

Foto: Rosé (Reprodução/Divulgação)

Não à toa, a marca se tornou a queridinha de grandes celebridades, como Hailey Bieber, Bella Hadid e Elsa Hosk, além de contar com embaixadores de peso, como Rosé, Dua Lipa, Austin Butler e Zoë Kravitz.

Foto: Bella Hadid (Reprodução/Vogue Runway)

Sob a direção criativa de Anthony Vaccarello, a Saint Laurent mantém sua essência sofisticada, porém com uma abordagem moderna e provocativa. O designer trouxe um toque de sensualidade e minimalismo às coleções, explorando silhuetas marcantes, couro, transparências e cortes afiados. A identidade da maison hoje se equilibra entre o glamour vintage e uma rebeldia elegante, consolidando sua presença tanto no tapete vermelho, quanto no street style. Além disso, a marca se mantém relevante por meio de colaborações estratégicas e campanhas impactantes, reforçando sua posição como um dos nomes mais influentes do luxo contemporâneo.

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