Final do ano é sinônimo de retrospectiva e, na moda, nenhuma é mais aguardada que a da Lyst. O "Lyst Index", divulgado quatro vezes por ano, é baseado nos dados das buscas realizadas pelos 200 milhões de usuários da plataforma de pesquisa e determina os principais nomes, produtos e tendências dos últimos meses. Em 2023, o título de marca mais desejada pertence a Miu Miu. Zero surpresa, já que a marca italiana vem dominando no quesito influência e impacto há várias temporadas. A seguir, a gente analisa o ranking e explora os motivos que levaram a Miu Miu ao topo do pódio pela primeira vez.
Há um conjunto de fatores trouxe a Miu Miu até aqui: múltiplas campanhas estreladas por fashion girls da atualidade, como Kendall Jenner, Gigi Hadid e Emma Corrin; primeiras filas disputadíssimas; collabs com New Balance e Church's; a capacidade invejável de lançar moda, mesmo as polêmicas, como o no pants look, consagrando as hot pants como a maior tendência de 2023, segundo a Lyst. A pesquisa pelo item apresentou um aumento anual de 133%. E, lógico, a habilidade de traduzir todo esse hype em produtos que se tornam hits, desta vez embalados pela estética nerd chique de seu desfile de Inverno, como o scarpin com detalhe de fivelas, a bolsa Arcadia, os cardigãs com logo, sem contar o contínuo sucesso das sapatilhas.
Pare para refletir sobre as maiores tendências dos últimos anos e você vai constatar que a Miu Miu estava envolvida em todas: desde o retorno das sapatilhas de bailarina, até os acessórios de pelúcia, sem esquecer das saias micro (alô, saia de pregas, que foi campeã de capas de revistas!). A marca mais jovem de Miuccia Prada acaba de completar 30 anos de existência vivendo sua melhor fase e mais influente do que nunca.
O restante da lista ajuda a desenhar e interpretar o ano que passou pelas lentes da moda. Destacando perspectivas mais autorais aliadas à tradição com nomes como Loewe, liderada por Jonathan Anderson. A joia mais antiga da LVMH conta com a direção de um dos nomes mais inovadores da indústria, tornando-se referência em excelência e pensamento visionário.
Completando o pódio, a irmã mais velha da vencedora, a Prada, consolida a visão intelectual/excêntrica de Miuccia Prada, agora elevada com o minimalismo de Raf Simons, seu parceiro no comando. A Bottega Veneta ocupa o quarto lugar devido à sensibilidade artesanal e cool de Matthieu Blazy. Em comum, os três exemplos citados combinam inspiração a acessórios que se tornam best sellers.
A fidelidade ao DNA bem definido é um elemento indissociável da Versace e da Saint Laurent, na quinta e sexta posições do ranking, respectivamente. A marca de Donatella Versace apostou na collab com Dua Lipa e em desfiles em destinos incríveis, como o realizado em Los Angeles durante a semana do Oscar, mesclando o glamour italiano característico com o allure hollywoodiano. Já na YSL, o retorno ao clássico com sex appeal refinado de Anthony Vaccarello vem brilhando e conquistando cada vez mais fãs.
Completam o time a Moncler, conhecida pelas roupas funcionais para prática de esportes, em particular de inverno, que continua seu crescimento no mercado de luxo renovando infinitamente seus produtos-chave através de estratégias exitosas, como a coleção Re-icons e projetos como Moncler Genius, mais recentemente com Pharrell Williams.
O pulso firme de Pier Paolo Piccioli na Valentino demonstra mais uma vez o espaço no mainstream para seu approach artístico, honrando as origens couture da maison com desfiles poéticos, sem perder de vista propostas usáveis que despertam desejo.
A leitura fresh do estilo francês aliada ao tino impecável para storytelling e direção de arte de Jacquemus vêm rendendo momentos virais a cada lançamento, e lhe garantiram o nono lugar. Encerrando o top 10, a tradicional Burberry, que ganhou novo fôlego e, possivelmente, um novo público com a chegada de Daniel Lee, tentando repetir seus feitos na Bottega Veneta. Resta saber se o interesse despertado terá também efeitos comerciais.
Agora a gente quer saber: qual foi a sua marca mais desejada de 2023?
