Amando ou odiando, é inegável que a estampa de onça é um clássico no armário. Multifacetada, ela pode ser interpretada de formas infinitas, figurando confortavelmente tanto no estilo ladylike quanto no indie sleaze. Se, na natureza, seu intuito é camuflar os animais, nas ruas ela tem um efeito contrário, servindo como statement e chamando atenção independentemente da forma como é usada. Queridinha da temporada atual, a verdade é que seu posto de destaque é atemporal. E, apesar de estar presente na obra de praticamente todos os grandes designers da história da moda, três nomes a tornaram sua marca registrada: Alaïa, Dolce & Gabbana e Roberto Cavalli.
A seguir, a gente analisa as leituras distintas, mas igualmente inspiradoras, da oncinha feitas pelo trio ao longo de suas carreiras, comprovando a versatilidade do animal print mais icônico de todos os tempos.
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Alaïa
Conhecido como mestre por seu talento inigualável para moldar o corpo e esculpir peças que celebravam as curvas femininas, o tunisiano Azzedine Alaïa era um amante do animal print, sendo impossível falar sobre estampa de onça na moda sem citá-lo.
Sua coleção Outono/Inverno 1991 foi um ode à oncinha, composta por 104 looks, onde a estampa apareceu dos pés à cabeça: das luvas aos sapatos, passando por lingerie e casacos de inverno. Variando de interpretações mais discretas, como o macacão todo em preto até a sucessão de peças de tricô na estampa, fazendo da padronagem não apenas um detalhe, mas o principal foco do inesquecível desfile.
Com seu approach refinado e criações que remetem a obras de arte, Alaïa passou a incluir outras padronagens como zebra, girafa e cobra em suas coleções, porém jamais abandonando seu amor original. Inclusive, em 1996, quando foi convidado para customizar uma bolsa da Louis Vuitton, optou por acrescentar um patch de onça ao icônico monograma da maison francesa.
Roberto Cavalli
O estilista italiano ganhou o título de "rei do animal print", sempre celebrando o lado selvagem e sexy da padronagem felina. Adepto da filosofia do "mais é mais", ele levava a sério sua predileção pelas estampas, desenvolvendo técnicas especiais de impressão em couro e viajando o mundo fotografando animais para reproduzir os desenhos em suas criações. Segundo ele, "Deus era o maior designer de todos os tempos, por isso ele copiava a natureza".
Permanentemente buscando maneiras de reinventar a estampa, uma de suas coleções mais famosas é a de Inverno 2000, onde apresentou variações de onças estilizadas em cartela de cores ousadas.
A atitude meio boêmia, mas sempre sensual, de suas coleções, seu trabalho com jeans e os vestidos com recortes e fendas generosas foram fundamentais no desenvolvimento da estética Y2K, e suas contribuições à moda são celebradas até hoje.
Dolce & Gabanna
Para a dupla Dolce & Gabbana, são suas raízes sicilianas que trazem um ponto de vista diferente, na mulher idealizada da marca que é meio femme fatale e meio lady-like. Apelando ora para um lado alegre mesclado a motivos florais e vibrantes, ora para o clima andrógino com alfaiataria, ora para o ultrafeminino com corselets e silhuetas anos 50.
Desde o debut nas passarelas em 1991, a estampa de onça se consolidou como parte do DNA da marca. A mulher Dolce tem várias facetas, podendo se jogar no mood la dolce vita, ou mergulhar na vibe dominatrix, sempre incluindo a padronagem independente do mood da vez.
Não por acaso, na recém-lançada colaboração com a marca Skims, de Kim Kardashian, o duo elegeu a oncinha como elemento principal da coleção.