Há alguns anos, comecei a sofrer com acne adulta, e depois de muitos exames, medicamentos, skincare, mudanças de rotina e alimentação, resolvi começar o tratamento com Roacutan, que é um dos mais tradicionais — e temidos — para essa questão. E após alguns meses e mudanças na pele, vim contar sobre a minha experiência.
Lembrando que o Roacutan é um medicamento de uso controlado e é sempre importante consultar seu dermatologista para saber o tratamento mais indicado para as suas questões. Essa pauta é um relato pessoal.
A acne adulta é uma condição que costuma aparecer depois dos 25 anos, geralmente por fatores hormonais, estresse ou estilo de vida, e se concentra principalmente no queixo, mandíbula e pescoço. No meu caso, a minha sempre surgiu em momentos prolongados de estresse — especialmente aquelas semanas mais turbulentas no trabalho, sabe? — com acnes no terço inferior do rosto e com lesões grandes e inflamadas, que ficavam até doloridas e demoravam um tempão para cicatrizar. Tive minha primeira crise de acne com 23 anos e isso se repetiu por muitos anos (hoje tenho 32, quase 33) em intensidades variadas, mas sempre dentro do que os dermatologistas consideram um caso leve.
Apesar de ser uma condição de pele bastante comum, principalmente entre as mulheres, a acne adulta mexeu bastante com a minha autoestima. Desde ficar super incomodada quando não estava usando maquiagem, a deixar de ir a algum rolê e, claro, ficar sempre muito frustrada por não conseguir me livrar das espinhas mesmo com várias formas de cuidado (e tudo que vem na sequência: cicatrização, manchas, mais acne…).
Até que, em agosto do ano passado, conversei com a minha dermatologista e chegamos a conclusão que o Roacutan seria a melhor saída, muito pelo estilo de vida que tenho hoje (consumir muito pouco álcool, alimentação equilibrada, skincare religiosamente) e porque todos os outros caminhos estavam falhando em resolver o meu problema de forma eficaz. Para ter uma ideia, já tomei outros medicamentos para a acne, usei skincare manipulado, fiz testes de alergia e de intolerância a alimentos e muitos exames para investigar questões hormonais.
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sobre o roacutan
Roacutan é o nome comercial da isotretinoína, um retinoide derivado da vitamina A, que atua na atividade das glândulas sebáceas, reduzindo a produção de sebo e, consequentemente, das bactérias que se alimentam dele e que causam a acne, o que diminui também a inflamação.
Ele é um medicamento controlado por ter uma série de efeitos adversos, desde o ressecamento da pele e de mucosas até agravar questões psicológicas. Além disso, a isotretinoína causa danos ao embrião e feto em casos de gravidez. Por isso, é necessário fazer acompanhamento mensal com seu dermatologista e exames de sangue (incluindo o beta hcg, teste usado para confirmar uma gravidez) para saber se o medicamento não está interferindo negativamente no funcionamento do organismo.
minha experiência
Como o meu caso não era dos mais graves, meu tratamento foi feito com uma dosagem mínima. Logo no primeiro mês, percebi que a minha pele, que é mista, estava mais seca. Os lábios foram os principais afetados, precisando de hidratação constante para não ressecar e ficar com aquele aspecto descamando. Além disso, não tive uma piora das espinhas logo no início, o que pode acontecer em alguns casos. Também percebi que as espinhas remanescentes da última crise cicatrizaram mais rápido e algumas nem ficaram marcadas na pele.
Passei os meses seguintes sem ter nenhuma espinha e o aspecto geral da minha pele melhorou consideravelmente, mesmo em fases mais turbulentas que me deixaram pensando se o Roacutan ia segurar a onda. E, além do ressecamento dos lábios, o único outro efeito colateral foi o ressecamento das cutículas, mas nada grave.
Sobre a questão do álcool, o Roacutan é metabolizado no fígado, por isso as bebidas alcoólicas devem ser evitadas durante o tratamento, pois podem diminuir a eficácia do medicamento e causar alterações. No meu caso, como meu tratamento foi feito com a dose mínima, a minha dermatologista liberou uma taça de vinho raramente, mas é claro que isso varia de pessoa para pessoa.
Meu tratamento está previsto para terminar em abril, com uma diminuição gradativa da dose até o encerramento completo. Mesmo estando tudo sob controle agora, é importante ressaltar que, apesar de eficaz, podem acontecer casos em que a acne adulta volte a acontecer depois de alguns anos — e torço muito para não estar neste grupo. Ainda assim, depois de tantos anos sofrendo com crises de acne, ver a minha pele sem espinhas e estável por tanto tempo, me deu um alívio e uma confiança que não achei que seriam tão grandes.
