O problema dos dupes e como identificar uma bolsa falsa

por Supernova

Você sabia que a compra, assim como a venda, de produtos falsificados é crime no Brasil? As Leis de Propriedade Intelectual, dos Direitos Autorais e também do Código Penal tratam do tema, e preveem pena de reclusão de um a quatro anos ou multa. Mas você sabe como identificar uma bolsa falsa? Nós, da SUPERNOVA, melhor guia de second hand de luxo, te daremos cinco dicas valiosas para ficar de olho e falaremos mais sobre o assunto agora. 

O tema dentro do luxo é complexo e envolve não só a propriedade intelectual, mas também controle da cadeia produtiva, trabalho escravo e infantil, sustentabilidade, acessibilidade, meios de consumo, elitização dos produtos entre outros.

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Foto: Threads Styling (Reprodução/Instagram)


Não se trata de democratização dos designs de luxo oferecida pelas fast fashion. Apesar de sempre ter existido, hoje com as plataformas sociais e o incentivo ao consumo imediato de tendências passageiras, a compra de itens falsos está deixando de ser velada ou motivo de vergonha. Pelo contrário, virou até trend em rede social, onde clientes e influenciadores fazem vídeos de unboxing dessa peças, com milhares de reviews e compartilhamento dos links de compra. Um paradoxo no discurso das novas gerações por uma moda mais ética, autêntica e sustentável.

A indústria da falsificação está cada vez se desenvolvendo mais e esses produtos estão ficando quase idênticos aos originais a ponto de não ser possível distinguir a olho nu se o item é falso ou não. Alguns brechós usam da Inteligência Artificial para fazerem a autenticação das peças, mas além disso gerar um alto custo, a garantia não é de 100%. Dessa forma, a demanda por profissionais especializados e tecnologias que identifiquem peças fake cresce a cada dia.

De acordo com o investigador de falsificações Alastair Gray, em seu TED Talk "Como bolsas falsas financiam o terrorismo e o crime organizado", o mercado clandestino de trilhões de dólares da falsificação (de tênis a peças automotivas), além de ilegal, financia organizações criminosas em todo o mundo. Práticas antiéticas são, e devem ser apontadas em todas as empresas, mas o fato das empresas falsificadoras serem em sua maioria clandestinas, dificulta a fiscalização e as devidas providências em casos de irregularidades, incluindo o combate à enorme sonegação de impostos.

No Instagram existem vários perfis que ajudam na denúncia de produtos falsificados e copiados, como o da já conhecida dos amantes de moda, Diet Prada. Mais recentemente, o perfil The Fake Birkin Slayer (O Caçador de Birkin Falsa) ganhou notoriedade e já conta com mais de 158 mil seguidores. Diariamente o perfil expõe bolsas fake da Hermès sendo ostentadas como originais, e também divulga as ações que a empresa vem tomando contra as falsificações. 

Outra grande questão envolvendo as cópias não autorizadas é o direito de propriedade intelectual. Para a criação de um produto é necessário investimento em pesquisa, desenvolvimento, testes, matéria-prima e claro, o ativo mais importante: a ideia. Por ser um processo longo e caro, as empresas protegem as suas criações com patentes, e ao plagiar esses produtos, todo o processo criativo e valor intelectual por trás da criação é usurpado, sendo ainda mais problemático quando são grandes marcas a copiar pequenos produtores. 

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Foto: Threads Styling (Reprodução/Instagram)

mas afinal, como identificar uma bolsa falsa?

Quando estiver pesquisando, é importante levar em consideração estes sinais de alerta que aquele anúncio de bolsa de luxo que você viu na internet, pode ser de uma bolsa falsa:

1. descrição do produto

O uso de expressões como "design italiano", "qualidade italiana", ou outras semelhantes no anúncio da peça. Geralmente esses são termos utilizados apenas no mercado de falsificados e para descrever uma réplica de maior "qualidade".

Assim como o uso das palavras "qualidade premium", "primeira linha", não fazem sentido para um produto de luxo. Produtos originais não possuem esse tipo de classificação, e também são termos utilizados para descrever produtos falsificados supostamente de maior qualidade.

2. suspeite de pronta entrega

Quando garantem “pronta entrega”, expressão geralmente usada em anúncios de réplicas para informar que o cliente não precisa aguardar a chegada do lote dos produtos falsificados, em geral produzidos em países asiáticos e com uma logística mais complicada. Nos brechós de luxo e nos próprios sites das marcas não é necessário o uso dessa expressão, pois sempre são vendidas peças em estoque, oriundas de desapegos dos clientes, no caso dos brechós, ou da produção habitual no caso das marcas.

3. olho no preço

Preços muito abaixo do mercado devem despertar a sua suspeita. Pesquise em sites confiáveis quanto é o valor de mercado desse produto, caso a diferença for muito grande, desconfie.

4. muita oferta do mesmo modelo

Anúncio de muitas bolsas do mesmo modelo com muitas cores e tamanhos diferentes disponíveis. Muito provavelmente são peças que foram produzidas em larga escala pela indústria da falsificação. No mercado second-hand é muito difícil isso acontecer, pois os brechós de luxo possuem em geral peças únicas, pois são originadas de desapegos das pessoas.

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