O final de semana da Paris Fashion Week será intenso, cara leitora. O que comprova o nosso ponto hoje é o fato da saudosa despedida de Sarah Burton da Alexander McQueen, que foi ovacionada e aplaudida de pé ao som de "Heroes" do cantor David Bowie, ao mood avant-garde da Comme Des Garçons, marcado pela divindade Rei Kawakubo e também pela delicadeza inspiradora de Elie Saab, como sempre.
Abaixo, vamos te contar mais sobre o que rolou hoje, o sexto dia de desfiles da PFW. E também nos preparamos para mais um encontro amanhã, que é aguardado especialmente pelo desfile da Valentino e da Balenciaga. Continue lendo para descobrir mais e, claro, para se inspirar em algumas peças com a mesma "vibe" das coleções de hoje. Vamos lá?
Em um desfile emocional, com direito até mesmo a Naomi Campbell derramando algumas lágrimas na passarela, Sarah Burton se despede da icônica Alexander McQueen com uma coleção à altura do seu imensurável talento. Após treze anos atuando como diretora criativa da marca, exibindo suas criações esplendorosas e cheias de atitude, seu desfile de encerramento não poderia ter sido melhor.
Com peças marcantes, bem estruturadas, um toque de flores e alfaiataria moderna, Sarah nos mostra que ainda é possível nos divertir com a moda, chamar a atenção e que está tudo bem querer isso, tudo isso com muita elegância e atemporalidade. Aqui, fica o agradecimento por tantos anos de dedicação a um enorme nome da moda e também a ansiedade para descobrir o que vem por aí. Obrigada, Sarah Burton.
Marcado por um cenário mais campestre, o desfile de primavera/verão da Hermès transmite aquela sensação de elegância e sofisticação. As peças parecem ter sido pensadas para criar um guarda-roupa sofisticado para qualquer compromisso do ano, do trabalho ao encontro com as amigas. Aqui, saias midi com mini tops, conjuntinhos e os mini vestidos retos chamam a atenção, despertam aquele desejo comercial e também são a cara da grife.
O segundo desfile após a morte da grandiosa Vivienne Westwood, que faleceu em dezembro do ano passado, revisita alguns arquivos da estilista. Andreas Kronthaler contou que foi em busca de ideias arquivadas que estavam dentro do closet de Vivienne. De lá, ele numerou todos eles e colocou dentro de um chapéu e assim escolheu 34 visuais. Intitulada 43 Old Town, Kronthaler criou uma coleção nostálgica e que também faz jus à excentricidade pouco óbvia e sempre arrebatadora de Westwood.
Em busca do inconvencional e seguindo os passos da designer, ele trouxe botas de plataforma, corsets, tecidos e estampas inusitadas, respeitando a história de Vivienne e pronto para continuar sacudindo o mundo da moda.
Ninguém espera nada convencional de Rei Kawakubo e essa é a melhor parte. Afinal, o que seria de nós sem um pouco de estranheza nas fashion weeks? Algo para nos dar o que pensar e refletir sobre o que acabamos de ver. E, às vezes, nem vamos encontrar um significado, só admirar - ou torcer o nariz.
A designer, também conhecida como a "sacerdotisa que estremeceu Paris," não ganhou esse apelido à toa anos atrás. Ela sempre se reinventa e traz para as passarelas novos tecidos, novas combinações e, vez em quando, uma explosão de cores, como a que aconteceu hoje. Através de shapes maximalistas e texturas criativas, essa é mais uma criação de Rei que não precisamos, necessariamente, desvendar, apenas apreciar.
Discípulo de Rei Kawakubo (afinal, quem não a admira), Kei Ninomiya também não fica atrás quando falamos em criações subversivas. A título de curiosidade, o designer trabalhou como estagiário na criação de estampas para a própria Rei e chamou tanto a atenção de sua conterrânea oriental que a mesma disse a ele para mostrar suas criações para o mundo da moda.
E ainda bem que ele o fez. De lá para cá, Kei nos mostrou sua visão vanguardista, majoritariamente com uma cartela preta - daí o nome "Noir" na sua marca - e designs realmente chamativos e fora do padrão. Apesar disso, junto da sua concepção mais ousada, para a primavera de 2024 também pudemos notar um pouquinho de alfaiataria, trazendo um pouco dessa sensação "pé no chão" para a coleção, e tudo funcionou muito bem, tanto é que sobrou até um espacinho para bermudas e saias plissadas.
Assim como Giambattista Valli, Elie Saab também possui uma visão mais delicada, florida e "açucarada" por assim dizer para o verão. Aqui, os sinuosos vestidos, sejam eles de renda ou bordados, são os pontos altos da coleção do designer libanês. No entanto, também sobrou muito espaço para a renda, que faz parte do DNA do estilista e transforma a marca nesse livro de contos de fada moderno que nunca falha em nos arrancar alguns suspiros.