Tudo o que você precisa saber sobre a Stella McCartney e a moda sustentável
Pioneira na moda sustentável, comprometida com sua marca e uma autêntica 'cool girl', Stella McCartney iniciou sua jornada como estagiária no escritório de Christian Lacroix aos 16 anos. Ela graduou-se em Design de Moda pela Central Saint Martins e, em 1997, assumiu a direção criativa da Chloé, sucedendo o renomado Karl Lagerfeld. E sim, ela é filha de um dos maiores músicos da história, Paul McCartney, e da fotógrafa e ativista dos direitos animais, Linda McCartney.
Apesar das críticas iniciais, incluindo as de Lagerfeld, que duvidavam de sua inexperiência na área, Stella McCartney rapidamente conquistou o merecido reconhecimento e transformou o ceticismo em admiração. Ela foi fundamental para elevar o prestígio da marca, ao lado de sua assistente na época, Phoebe Philo. Juntas, atraíram a atenção de grandes celebridades daquele período, e em apenas quatro anos, conseguiram quadruplicar as vendas da grife.
o início
Em 2001, a estilista britânica optou por seguir novos caminhos, dando início à jornada de sua marca homônima. Até os dias atuais, essa marca continua a fazer história, estabelecendo novos padrões de sustentabilidade e atemporalidade. Stella McCartney adiciona seu toque característico de acessórios e detalhes 'effortlessly chic', que a tornou uma das figuras mais icônicas e influentes da moda contemporânea.
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E se você estiver se perguntando da onde vem essa paixão toda pela moda sustentável, pode ser que, em parte, seja responsabilidade de sua mãe, Linda McCartney. A fotógrafa, que faleceu em 1998, era uma ativista convicta contra a crueldade animal e também vegetariana. Tendo crescido em um cenário como esse, seria difícil imaginar outros ideias na vida de Stella.
Quando McCartney começou lá na década de 90, couro animal e pele eram considerados clássicos na moda, incapazes de algum dia sair de cena. A designer contou em entrevistas que foi ridicularizada na época por ter a ambição de mudar esse cenário. Bom, de lá para cá, Stella dedicou seus esforços a aprender a manusear e trabalhar com diferentes materiais e segue firme fazendo seu nome.
Sua parceria com a Radiant Matter, uma startup focada na economia circular, a aproxima de seus objetivos. Desde 2010, a sua grife é livre de PVC, incluindo as lantejoulas em suas coleções. Além disso, ela pretende usar apenas materiais reciclados, recicláveis e de origem biológica, reconhecendo o papel da indústria da moda na crise global do plástico.
o agora
Inclusive, a campanha do verão 2023, "Change the History", é inspirada no slogan ativista do artista japonês Yoshitomo Nara e é um apelo para que a nova geração comece a repensar suas escolhas quando falamos em sustentabilidade de forma geral. A coleção também inclui a primeira peça de roupa de luxo do mundo feita de algodão regenerativo do projeto “Soktas” de Stella McCartney na Turquia. Quão legal é isso?
paris fashion week
Falando mais recentemente, em seu último desfile durante a Paris Fashion Week, Stella comentou que nunca havia "elevado o nível" tão alto. Dessa vez, ela utilizou 95% de materiais conscientes na composição das peças apresentadas. Para entender o quanto essa barra foi elevada, podemos analisar a coleção de 2019, cujas peças eram feitas com cerca de 75% de alternativas ecossustentáveis.
Dessa vez, a designer apostou em uma fibra à base de algas marinhas que tem uma pegada de carbono significativamente menor do que as fibras convencionais. Ela se junta à lista de outros materiais inovadores, como o couro de cogumelo da Bolt Threads ou a renda de náilon reciclado da Q-NOVA®. McCartney não apenas cria roupas, mas também um futuro onde a moda e a sustentabilidade andam de mãos dadas.
O desfile “Stella's Sustainable Marketplace” incluiu estandes dos seus parceiros ecológicos, uma barraca de roupas vintage e até mesmo discos de vinil do seu pai, Paul McCartney. Tudo isso para ensinar (mais ainda) aos seus admiradores, sobre a sustentabilidade da marca.
ninguém diz, mas...
Stella pode não ser a designer mais imaginativa, nem a que mais vende, mas tudo isso é por escolha própria. De acordo com a FFW, a consultora Karen Harvey contou que a it-bag da marca, a icônica Falabella, vende menos por ser composta de náilon reciclado a partir de garrafas e couro vegetariano. No entanto, isso pouco importa, pois seus valores a colocam muito à frente dos demais.
"Sua voz, influência e visão a tornam muito influente e popular", contou Harvey. Outro ponto que comprova a autenticidade e convicções de Stella dentro desse universo é que McCartney negou-se a vender sua linha de beleza 100% orgânica na China por conta dos testes realizados em animais no país, renunciando a milhões em sua receita anual.
o que podemos esperar
O que o amanhã reserva para a indústria da moda? Com certeza, as palavras sustentabilidade e responsabilidade serão parte fundamental dessa narrativa, e a jornada de Stella McCartney é um testemunho inspirador de que o futuro está em boas mãos, mesmo que ainda hajam muito desafios no caminho. À medida que sua marca continua a liderar o caminho, o mundo da moda está finalmente começando a perceber que a sustentabilidade não é uma opção, mas sim um imperativo para todos nós.
É possível fazer escolhas conscientes, autênticas e significativas. Ela nos desafia a repensar nossas ações e a fazer a diferença, um passo de cada vez. É uma história que nos inspira a todos a sermos agentes de mudança em um mundo onde a moda sustentável, de fato, comece a operar como uma verdadeira luta e não como um método de green washing.
