Por definição, o maximalismo é uma “reação contra o minimalismo” — apesar da estética ainda continuar em alta —, é uma estilo que preza pelo excesso e uma filosofia de vida que se baseia na ideia de que mais é sempre mais. Para muitos, ele celebra a riqueza e a beleza do caos gráfico. E historicamente falando, tende a aparecer após períodos de movimentos minimalistas, ou em épocas em que pecar pela abundância de cores, elementos e estampas é uma excelente alternativa para “fugir” dos problemas. Bom, e em um período pós-pandemia, o maximalismo meta entra.
Adotada pela tão criativa e polêmica geração Z, o estilo maximalista já era algo usado por Iris Apfel com seus enormes óculos redondos, elementos da cultura oriental e com seu street style quase utópico. Além de fazer parte do visual das drag queens durante os anos 70, e sua pegada hippie chic. A diferença entre essas personalidades, grupos e culturas, e a gen Z, é que antes não se falava tanto sobre o metaverso e nem suas possibilidades. Mas com o aumento de pesquisas sobre o assunto, e a influência dessa linguagem virtual, nasce uma “nova” forma de expressão:
Precisamos admitir que não há tanta diferença entre o maximalismo meta e o convencional. O que muda é que ao invés de ater-se somente ao excesso de padronagens, texturas e camadas de roupas, muitas vezes, elas são seguidas de acessórios e combinações que mais parecem ter saltado de uma página da internet, ou de uma criação de moda em NFT. No entanto, esses adereços são palpáveis, ou seja, reais, e marcam quase que uma “fusão” entre a realidade e o virtual.
Elementos contrastantes e peças que seriam consideradas “inimigas da moda” - tais como os crocs -, são mais que bem-vindos, e ficam ainda mais interessantes quando combinadas com polainas, luvas e roupas com recortes estratégicos. Aqui, a função do look não é ser “belo” — até porque isso é extremamente relativo —, e tão pouco funcional, mas sim é uma ode ao sentir-se confiante e ao espetáculo de ousar.
Quer mais uma prova que mostra como a linguagem virtual anda influenciando no cotidiano das novas gerações, basta reparar que as produções são completas, se conectam, e a maquiagem também faz parte do show. A composição final do visual — apesar de causar certa estranheza —, com luvas, blusa e uma produção artística, funciona quase como um design produzido no photoshop, feito para um perfil nas redes sociais.
Pode ser que você realmente não veja pessoas saindo na rua com maquiagens artísticas super elaboradas, mas isso não as impede de fazer apenas por gostar, ou simplesmente para postar um vídeo no feed. No entanto, podemos perceber que versões menos “caricatas”, como, por exemplo, delineados gráficos e sombras blocadas metalizadas, já vem fazendo sucesso há um tempo.
Podemos dizer também, que o maximalismo meta bebe da fonte do dopamine dressing, já que essa tendência está muito relacionada a forma sobre como nos vestimos, e até mesmo as cores que usamos, uma vez que ela consegue refletir e alterar o nosso humor. Nos últimos anos, vimos o mundo mudar e a vida virar de cabeça para baixo, por isso, a ascensão do maximalismo é um reflexo direto do que vivemos. Dado que ,a excentricidade no vestir-se pode ser uma forma de “válvula de escape”, e uma maneira própria que as pessoas encontraram de fugir dos dias mais tensos.
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Não pense que as nail arts não são uma forma de expressão, aliás, elas podem ser uma maneira mais “minimalista” - entre muitas aspas - de encarar essa tendência. E também de adaptá-la, de um jeito mais simples, no nosso cotidiano, isso tudo, sem perder sua essência criativa.
No mais, acessórios trabalhados, inúmeras presilhas na cabeça, óculos prateados e “penduricalhos” exagerados não passam despercebidos. E são sempre apostas certeiras de quem opta por seguir o maximalismo meta, já que a combinação entre eles assemelha-se a itens divertidos e originais, que poderiam ter facilmente sido inspirados em um jogo futurista de RPG (Role-playing Game).
O céu é o limite quando falamos de itens maximalistas. Adereços como brincos de alface, garimpados em um brechó, também podem ganhar sua hora de brilhar. Aliás, você sabia que a adoção do maximalismo no visual pode ter uma forte influência quando falamos sobre sustentabilidade e a indústria fashion? A busca por itens de segunda mão, que criam looks únicos e com características marcantes ou que pecam pelo excesso, são uma forma de divertir-se com a moda. Além de valorizar roupas de estações passadas, ao invés de apenas descartá-las e esperar pela próxima grande tendência.
Se você estiver no mood do maximalismo meta e quiser experimentar um novo visual, separamos algumas peças que remetem a esse estilo para dar uma espiada:
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