Você sabe quais são e como funcionam os principais conglomerados da moda?

por Beta Weber

Certamente, você já ouviu falar dos gigantes conglomerados LVMH e Kering, que abrigam algumas das marcas mais reconhecidas globalmente, muitas vezes parecendo monopolizar o cenário da moda. No entanto, não é bem assim.

O panorama é muito mais diversificado do que parece, com diversos outros conglomerados de luxo que têm apresentado um crescimento notável, tanto em termos criativos quanto comerciais, rivalizando em relevância com os dois gigantes dominantes. A seguir, mergulhamos nesse universo e contamos um pouco mais sobre os principais.

LVMH - LVMH - conglomerados de moda - Verão - Paris - https://stealthelook.com.br
Foto: LVMH (Reprodução/Instagram)


LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy)

Sob a liderança de Bernard Arnault, atualmente o homem mais rico do mundo, a LVMH é o maior conglomerado de luxo de todos. O portfólio impressionante abrange moda, acessórios, hospitalidade, varejo até bebidas alcoólicas e cosméticos. Entre elas, Louis Vuitton, Dior, Loewe, Fendi, Givenchy, Celine, Bulgari, Sephora e Moët & Chandon.

Kering

Embora o número de marcas no conglomerado liderado por François-Henri Pinault seja menor, ele abriga nomes de peso como Gucci (que representa mais da metade da receita do grupo, embora tenha enfrentado recentemente uma queda nas vendas que impactou significativamente os resultados), Saint Laurent, Balenciaga, Alexander McQueen, Bottega Veneta e Boucheron.

Porém, um fenômeno interessante vem acontecendo. No topo das marcas mais badaladas do ano, Miu Miu e Prada ocupam, respectivamente, o primeiro e segundo lugares, ambas parte do grupo Prada. Além disso, os desfiles mais comentados dos últimos tempos, como a apresentação couture da Maison Margiela e os invernos 2024 de Chloe e Alaia, também não fazem parte da lista de nomes dos dois principais grupos, trazendo um pouco mais de emoção na hora de acompanhar o lado business do luxo.

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Miu Miu x Churchs - conglomerados - Prada - Inverno - Itália - https://stealthelook.com.br
Foto: Miu Miu x Churchs (Divulgação)

Prada

Apesar do portfólio reduzido, o grupo fundado por Miuccia Prada e Patrizio Bertelli detém as duas marcas mais quentes de 2023 e 2024 até agora, segundo os relatórios da plataforma Lyst: a etiqueta homônima e a Miu Miu. Além das duas marcas originais, a tradicional marca de calçados britânica Church's também faz parte do grupo.

Richemont

A Alaïa, com seu desfile de Inverno realizado fora do calendário oficial, deslumbrou, além de ter conquistado espaço com o lançamento da bolsa Le Teckel que já virou queridinha, basta conferir seu feed do Instagram para se deparar com imagens do modelo. Isso é importante, pois não basta criar um momento viral se o êxito não se traduz em vendas. Por isso, obter sucesso com acessórios ou cosméticos é fundamental para manter uma marca de pé.

Já a Chloe, com a entrada de Chemena Kamali como diretora criativa, apresentou uma das propostas mais celebradas da temporada, sugerindo o retorno ao estilo boho. O que elas têm em comum além do sucesso? Ambas fazem parte do grupo Richemont.

Paralelamente, o investimento do grupo no crescimento da marca de acessórios Delvaux vem chamando atenção, sendo centenária e tradicional, conhecida pelas bolsas luxuosas e mega exclusivas, os pontos de venda têm sido multiplicados e especula-se que o objetivo é competir no segmento com a Hermès. Com foco no mercado de luxo e alta relojoaria, eles também possuem Cartier, Van Cleef & Arpels, Piaget, Montblanc e o e-commerce Yoox/Net-a-porter.

Delvaux - Delvaux - conglomerados de moda - Verão - Paris - https://stealthelook.com.br
Foto: Delvaux (Reprodução/Instagram)

OTB

O grupo, cuja sigla significa Only The Brave, foi formado pelo CEO da Diesel, Renzo Rosso, com o conceito de reunir marcas que desafiam o convencional e tenham espírito disruptivo. Além da Diesel, reinventada e cada vez mais relevante graças ao olhar visionário de Glenn Martens, Marni, Viktor & Rolf e Jil Sander também figuram no portfólio.

Porém, a estrela do grupo é a Maison Margiela, sob o comando de John Galliano. O hype da Margiela não para de crescer, impulsionado pelo desfile inesquecível na última coleção de alta-costura que viralizou no início do ano e na febre pelo sapato Tabi, clássico da grife desde os anos 80 que se tornou best-seller novamente.

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Foto: Erik Flodmark (Reprodução/Pinterest)

Capri Holdings

Fundada por Michael Kors, além de deter a marca homônima e todas suas linhas, também conta com Versace e Jimmy Choo.

Mayhoola

Este grupo do Qatar tem no seu portfólio marcas como Balmain e Valentino. Vendeu 30% da maison italiana para a Kering, com opção de venda completa até 2028.

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Puig

Com Rabanne, Jean Paul Gaultier, Dries Van Noten e Carolina Herrera, além de nomes estrelados da beleza como Charlotte Tilbury e Byredo, o grupo espanhol vem ampliando sua gama de marcas. A Puig vem ensaiando um IPO e deve estrear na bolsa de valores em breve.

Além dos conglomerados, vale mencionar a presença de marcas independentes icônicas como Hermès e Chanel. Estas casas de moda, apesar de não estarem sob o domínio de grandes grupos, mantêm sua aura de exclusividade e prestígio no universo de luxo. Entre as mais jovens, Jacquemus é um excelente exemplo de uma marca que se mantém completamente independente até agora e continua a expandir de maneira expressiva.

Ficou curioso para saber mais? O documentário “Kingdom of Dreams” foca na batalha de gigantes entre François Pinault e Bernard Arnault, respectivamente donos do Kering e da LVMH. Além de mostrar bastidores das carreiras de John Galliano, Marc Jacobs e Alexander McQueen. Imperdível! A série documental está disponível no Brasil pela HBO Max.

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